quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Paredes de Coura 2011 - O festival!

Passou mais um Paredes de Coura, desta feita com um excelente cartaz. Por ele estiveram muitas das grandes bandas indie ou de rock alternativo que lançaram álbuns neste ano ou no ano passado, e houve uma grande consistência no alinhamento dos grupos. Quem apareceu em Paredes foi para ver várias bandas, provavelmente em dias diferentes, dada a grande oferta de qualidade presente no PDC.


Quanto às bandas portuguesas:



- Murdering Tripping Blues: é com um blues agressivo e semi-destrutivo que se apresenta este trio. Guitarra, órgão, bateria. Simples, crú, fatal. O blues quando ganha dureza pode ser muito forte, tal como eles o comprovam. "Garage psyche-out noisemakers" é a melhor descrição dos MTB que encontrei até agora. Talvez merecessem mais que o palco secundário, quem sabe em próximas edições.


- We Trust: o BandCom já tinha falado neles. Têm uma sonoridade leve, agradável, que dá uma boa atmosfera a qualquer sítio onde toquem e a qualquer festival onde actuem. Existe uma dependência natural do single "Time (Better Not Stop)" pois não é só a música que todos conhecem, como é sem dúvida a sua melhor. Ainda assim, tiveram imenso apoio do público, que esteve curioso em saber que mais músicas tinha este grupo para mostrar. Quando tocaram o single, já no final, o público rendeu-se, aplaudiu e cantou este grande tema.


- You Can't Win, Charlie Brown: também já aqui foram referenciados. Podemos compará-los com os We Trust a nível de reconhecimento por parte do público, sendo que no caso dos YCWCB, esse está um pouco mais disperso pelo resto das músicas e o interesse existe no projecto em geral. São imensos em palco, tornando impossível não ficar curioso com a música que fazem ao vivo. Fizeram uma actuação sólida, o público aderiu bastante na última música, "Under The Sun", que tem tudo para ser um grande hit. Tal como nos We Trust, apesar de ser quase uma estreia, o público esteve sempre do lado da banda, que retribuiu com toneladas de simpatia e agradecimento.





- Linda Martini: há vários posts no BandCom sobre eles. O que mais há para dizer sobre esta banda? É incompreensível, não por falta de mérito, ou por falta de qualidade, ou por qualquer defeito que eles possam ter, eles terem tanto apoio. Não se percebe como lá chegaram, ou melhor, foi com muito trabalho, muito boa música, muito concerto. Mas tornaram-se uma banda de culto, onde quer que vão. Em Paredes, eram 18h30m da tarde, estava um sol bastante insuportável, e a colina em frente ao palco principal estava cheia para ver Linda Martini, e estava sempre a chegar mais gente para os ver. É um fenónemo a ter em consideração. E não é só garganta, a actuação deles prova que são a banda mais festivaleira a tocar em Portugal. Foi brilhante, o apoio do público foi brilhante, tudo correu bem neste concerto. A ovação que receberam no fim é mais que merecida. Tiveram mais espectadores que muitas bandas internacionais que passaram na Praia do Tabuão. A minha vénia para os Linda Martini.




- Orelha Negra: já aqui passaram! Os Orelha Negra deviam estar em qualquer after hours que se preze. Entre covers e música própria, passaram muito bom som para aquelas horas da noite. Misturando hip hop, funk, blues e rock, são o final de noite perfeito para qualquer festival. O festival era de indie rock e música alternativa, mas o projecto que Sam the Kid e a banda que o acompanha nos espectáculos ao vivo mostrou-se à altura dos altos padrões de quem foi ao Paredes este ano. São muito completos, muito talentosos, podendo servir o objectivo de meter o público a dançar como dar um bom espectáculo de música simplesmente.



O Festival: nunca tinha presenciado condições tão boas num festival de verão. Não havia praticamente pó nenhum, filas havia na hora de ponta apenas, e era quando havia. Havia casas de banho com autoclismo, os seguranças eram simpáticos e até brincalhões, o rio que dá origem à praia fluvial era qualquer coisa de mágico (paradisíaco, como disse um dos elementos dos Kings of Convenience), e quem foi ao festival foi para efectivamente ouvir música e não marcar presença social.

A vila de Paredes de Coura acolhe os campistas como Deuses, pois dão a animação que lhe falta durante o ano. E nós agradecemos! Tudo isto leva a um grande ambiente, todas as bandas adoraram lá tocar, e o público guardou na memória mais uma grande edição do PDC.
(Nota: por razões logísticas, foi impossível assistir aos concertos dos Quarteto de Bolso e de Peixe:Avião. Foi uma falha difícil de corrigir, mas espero voltar a vê-los noutra ocasião.)




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