quarta-feira, 8 de junho de 2011

You Can't Win, Charlie Brown - "Chromatic"



O universo acústico ainda tem tanto para oferecer que até parece mal mais projectos não investirem nessa vertente do seu trabalho. You Can't Win, Charlie Brown é uma banda que luta por isso. Fazem uma música um pouco sonhadora, uma atmosfera acústica com uns tons muito quentes e coloridos, que nos levam a pairar e a imaginar outra coisa, outro lugar. Esta sensação é demasiado forte para não ser dita, fazem-no com o mesmo talento como fez um grupo que nunca é mencionado nas suas influências mas que se quer acreditar que pode estar associado: The Good, The Bad and The Queen, um dos mil trabalhos de Damon Albarn, fundador dos Blur e Gorillaz. A comparação nem é tanto pela musicalidade mas mais pela panóplia de sensações transmitidas ao ouvir.



Nem tudo se baseia no formato acústico standard. São por vezes usadas texturas electrónicas neste "Chromatic", álbum de estreia dos YCWCB, que surge no seguimento do lançamento de um EP homónimo pela Optimus Discos. Um dos elementos mais importantes nestas faixas é o uso recorrente de uma cama vocal muito confortável. Sejam 2, 3 vozes, a fazer coros ou a fazer segundas vozes da voz principal, elas assentam que nem uma luva. Em "In The End We Start Again" sente-se isto mesmo, a música é percussão com vozes praticamente!


As suas verdadeiras referências são nomes como Nick Drake, Animal Collective, Simon & Garfunkel, Fleet Foxes, e continua. Mas o importante a reter disto tudo é a identidade musical que os YCWCB estão a cimentar. A música tanto parece simples como de repente parece verdadeiramente complexa. E as vozes sempre presentes, tão importantes. São a grande imagem de marca deste grupo, e esperemos que o continue a ser.

O electro-folk que eles nos trazem já começa a trazer feedback doutros países. O Shout4Music.com diz:

"This is dead good. They’re Portuguese, and you can hear fado in the understatement, and the melancholy of the vocal line; you can hear Dennis Wilson and the Flaming Lips jamming Brooklyn psychedelia in the instrumentation. And you can dance to it too. It sounds uncannily like a Scottish summer evening."

E desta forma termina esta análise. Scottish Summer Evening é capaz de ser a mais descrição mais perfeitamente adequada para todo este trabalho genial.




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