segunda-feira, 2 de setembro de 2013

10 ANOS COM OS LINDA MARTINI: A PERSPECTIVA DE "TURBO LENTO" PELA BANDA

Cada palavra tem a sua história, o seu sentido, a sua importância. Nunca são escolhidas a 100% por acaso, e se pensamos que sim, tentamos sempre encontrar uma razão para explicarmos a escolha de um "Turbo", de um "Lento" ou de um "Turbo Lento".
No caso dos Linda Martini, estamos a falar-vos do novo álbum que aí vem, sucessor de "Casa Ocupada". Se André Henriques confessou que "o nome surgiu muito antes da banda ter uma ideia do disco e porque soava bem", Cláudia Guerreiro deu uma explicação mais terra-a-terra: "De facto a coisa estava muito lenta e de repente mudava tudo. Seja como for, a verdade é que é um processo turbulento, confuso. É um bocado um lugar comum o que eu vou dizer mas é verdade: é uma relação a quatro, uma banda".






A coerência, ou a tentativa de tornar a escolha das palavras coerente, esvai-se ao notarmos que a banda continuou a brincar com os opostos e/ou as antíteses interligadas ao criar um ambiente de karaoke para o videoclip do primeiro single do álbum, "Ratos" (um pouco como se os dez anos de carreira que celebram este ano lhes tivesse aberto outras perspetivas). É que se o videoclip tem à primeira vista um ar mais japonês, o idioma escolhido é mesmo o chinês: "A ideia também foi a de desconstruir o cuidado dos videoclips precedentes. De uma certa forma, de os descomplexar. Não foi só um acaso." E essa brincadeira prosseguiu com a forma com a qual Cláudia respondia "Acho que alguém estava com fome e estava a pensar em ir ao restaurante…", disse a rir.

Por entre tantos opostos e incoerências pensadas ou reflectidas, surgia o momento para a questão, mais ou menos pensada, sobre se já teria havido ecos de algum mercado sino-japonês distante, a que a banda respondia negativamente. Já no terreno do cinema, tentámos saber se alguma coisa no cinema português de hoje os inspirava e lhes dava alguma vontade de voltar aos antigos amores, como em "Belarmino VS". "Não acontece tanto trabalharmos com realizadores de cinema. Trabalhámos agora com o Bruno que vem da publicidade… Mas é curioso dizeres isso, porque o próprio cinema português teria muito a ganhar com essa associação. Porque se olhares para outros países, tens imensos realizadores que colaboram com músicos sem nenhum problema", sublinhava André Henriques.





A terminar, havia ainda palavras para distribuir ao FUSING Culture Experience, festival onde os encontraríamos posteriormente em palco e já com novas canções: "É o ano de arranque, que a luta continue, espero que voltem em força", incentivou André, enquanto Cláudia respondia que "o facto de usar a cidade e de haver uma certa interação com ela… parece-me um bom festival, interessante e criativo, que prova que se consegue fazer um bom festival só com música portuguesa". 30 de Setembro é a data em que cai o pano sobre todas as 11 faixas do terceiro longa-duração da carreira do quarteto.

Mickaël C. de Oliveira





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