8 álbuns, 7 singles, 5 compilações, 4 bandas-sonoras, 9 músicas em 6 telenovelas.
Exclamações em avulso…é impressionante o “track record do gajo”, a montra de pequenas e grandes conquistas de malMORTO, mas não é um pecúlio que define qualquer trabalho de Hugo Costa a solo quando o melómano e culturista se deixa surpreender pelo progresso do seu objecto de culto às mãos de nomes como o de Luke Haines e por um concerto numa noite no Sabotage Club, em Lisboa.
Nem “Dúvida Pública”, nem o mais recente “Sonhos Desfeitos”.
Poder-se-ia dizer, como mera alternativa, que também não conhecemos tão facilmente o “melhor” do seu trabalho, a capacidade de filtrar, tratar e depois produzir algo de substancial com isso, agora como serviçal de si mesmo.
Se começarmos a ouvir, por exemplo, “Elegância Feminina”, reconhecemos a sua construção demorada e faseada; se continuarmos ou recuarmos, há canções de morrer com peito feito às balas, qual cavaleiro por honra própria que descobre cedo o clássico peso da presença de Scott Walker e dos Walker Brothers ou Burt Bacharach e não há-de pontificar nos editais sem fazer a sua vocação de compositor cruzar-se com os meandros da spoken word, do rock desconstruído e do hip-hop. Nesta encruzilhada de uma vida em resumo para onde converge todo o amadurecimento, as letras são realidades desfeitas imaginadas na pop da arte, ambiciosa como deve ser.
De lo-fi estão todas as apreciações cheias – tempo para chamarmos o cérebro irrequieto e meticuloso por detrás destes retratos.
Era o nome duma loja de senhora em Almada velha, nos anos 80. Estava a revisitar a obra do Tiny Tim e queria fazer uma coisa com o ambiente do 'Strawberry Tea'. Pontilhada, como uma meia de liga.
Estava à procura de músicas de filmes 'porno' dos anos 70 e acabei por ir dar ao tema cujo 'sample' serviu de base para um improviso com electrónicas. Ainda pensei fazer um punhado de temas assim mas os sons do sexo são quase sempre a mesma coisa.
Isto é "As 50 Sombras de Grey" em 'blues' (que é um género que nem aprecio muito). Não li o livro mas conheço bem a trama. Gravei a pensar na voz do Luke Haines a solo e no Lou Reed/Velvets no refrão.
Scott Walker com (Os) Azeitonas e/ou Paulo de Carvalho. Tinha estes acordes ainda no tempo em que estava nos dR. estranhoamor. Tocava isto antes dos ensaios e eles estavam sempre a dizer para mudar aqui e ali mas eu acho que assim é que está bem. Eu devia ter vivido nos anos 20, por isso é que meti o Rudy Vallée ali no fim.
Comecei a ir ao Sabotage (Club) de vez em quando e gosto imenso do DJ residente porque mete uns temas de 'rock'n'roll' que eu não conheço mas que acho sempre bons. Isto era a minha tentativa de fazer um tema que lá nunca ouvi. É sempre discutível mas eu vejo nisto qualquer coisa de Avalanches, também.
Gente Foda
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