quarta-feira, 17 de junho de 2015

D'ALVA - Entrevista

Haveria de chegar o dia em que Ben Monteiro se desligaria dos Triplet.
Haveria de chegar outro dia em que Alex D'Alva Teixeira se desprenderia dos Cast A Fire, do seu cantinho blogosférico e apareceria em "3 Tempos" a colocar dúvidas sobre o que seria ou não seria um projecto de passo de cruzeiro dos Bloc Party da geração "Silent Alarm".
Do EP de estreia ao disco, caminho em que os dois perceberam que eram D'Alva para durar, houve sempre algo que não mudou: os sons e as pessoas amontoaram-se sem uma razão determinante, sem que se pudessem calcinar a partir da sua identidade, ela própria à base de universo de pequenas variações de convicções e representações de ideais tão simples que ninguém sabe o que é. Como a la dolce Internet a que os colam como cartazes nas paredes para a próxima matinée ou para a próxima noite temática.
Não é obrigatório ler esta entrevista para perceber que alguma coisa deve estar certa naquilo que os D'Alva estão a fazer. Mas é necessário para perceber o porquê de estar (par)a acontecer e de todos querermos saber. A pop, sem preconceitos e com rebuçados de lascar o esmalte, rejuvenesce aqui para todos para a posteridade mas sem pesadas responsabilidades.

Não os deixem fugir esta Sexta-feira no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, com Isaura e Diogo Piçarra como convidados especiais já confirmados.






BandCom (BC): O que significa a Internet para os D’Alva? Sentem-se totalmente confortáveis com alguma definição ou tentativa de definição com que tiveram contacto?

D'Alva: A Internet é onde facilmente todos passamos pelo menos um terço do nosso dia. Se isso é uma coisa necessariamente negativa ou não é outra conversa, mas o que é, de certeza, é um facto. E, nesse sentido, ser uma “banda de Internet”, como fomos apelidados, é estar presente nesse quota parte da vida das pessoas. E nós D’Alva também passamos parte do nosso dia na Internet; por isso, sim, é totalmente confortável. A Internet é um local que pode ser perigoso, irónico ou cínico demais, por vezes, mas é refrescantemente democrático ao contrário de tudo o resto que nos rodeia. E ser bem recebido nesse tipo de contexto é óptimo.

BC: Não é garantido para todas as bandas com apenas um disco longa-duração que consigam, mesmo até que nem sejam portuguesas, atingir um sucesso tal à primeira tentativa que lhes permita “escolher” duas salas com a dimensão do Centro Cultural de Belém e do Teatro Rivoli para comemorarem um ano desse lançamento. Em primeiro lugar, vêem isto, e até todo o trajecto até aqui, como a concretização de algo que é, para vós, justo ou, por outro lado, ainda estão surpreendidos com tudo isto e é-vos difícil analisar tudo como se fossem exteriores a D’Alva?

D'Alva: De facto, a cada dia há um novo episódio que se desdobra nesta curta mas bem recheada história que está a ser o nosso percurso. E até o dia de ontem não foi excepção, em que por exemplo ao jantar depois de um dia repleto de entrevistas e até interacção com outros músicos que admiramos, como por exemplo o Sérgio Godinho (sim aconteceu), uma artista nórdica que vive no Reino Unido e de quem admiramos o trabalho nos contactou para colaborar juntos, dizendo que ouve o nosso disco há meses e que é super fã, isto sem entender um pingo de português.
Também já recebemos convites da Austrália, dos Estados Unidos, e sublinhamos isto porque são apenas exemplo de coisas que nunca poderíamos imaginar que poderiam acontecer. Estamos constantemente a ser surpreendidos a cada instante e não, definitivamente não temos capacidade de análise exterior. Cada vez mais nos reconhecem na rua, os nossos amigos dizem que estamos em todo o lado, mas nós só vemos a nossa agenda a ficar cada vez mais cheia e de coisas cada vez melhores. Está a ser uma aventura, e estamos infinitamente gratos por poder vivê-la. Se justiça há nisso? Talvez.



BC: Em segundo lugar, apontar a salas de maior dimensão é também uma forma de redefinirem o que querem retirar de D’Alva e de partirem para lá de um formato redux aparentemente mais fácil de implantar?

D'Alva: Salas maiores e com lugares sentados são um desafio para nós. Temos repetido que é no contexto de um clube ou festival ao ar livre que nos sentimos em casa, pois são ambientes festivos, como o nome indica, e a nossa prestação ao vivo pode ser resumida a uma festa. E como todos na banda vimos de um background de música que vai beber ao punk e ao hardcore ou mesmo ao indie-rock mais musculado, é de facto aí que estamos mais confortáveis.
O formato "Redux" surgiu quase que por necessidade: a início éramos apenas nós dois, depois juntámos a Carolina que faz parte da banda maior para nos ajudar e agora juntámos o Gonçalo de Almeida, nosso baterista, para que esse formato mais electrónico e mais dançável funcione em palcos maiores e ganhe mais expressão dinâmica. E foi uma aprendizagem,também, transpor a energia de uma banda de 6 pessoas para 2, 3 e agora 4 mantendo alguma novidade e não sendo apenas um computador a correr um instrumental do disco. Aliás, temos sentido que somos pelo menos 2 ou 3 bandas numa só devido a todos esses desdobramentos mas [isso] fez de nós melhores músicos em palco, melhores entertainers e queremos acreditar que quem sai a ganhar é o público.
Mas estas salas, como o CCB, são um desafio e representam o próximo passo na nossa maturação enquanto banda ao vivo. Não podemos recorrer aos nossos recursos que funcionam num clube com pessoas perto de nós ou num festival com um som massivo em que podemos subir à grade e nadar em cima do público: aqui, tal como o público vai estar sentado, também nós precisamos de nos sentar e pensar, planear o que de outra forma nos é espontâneo e fazer valer a nosso favor as coisas que trazemos para cima da mesa.



BC: Acontece-vos que o descomprometimento associado aos D’Alva, aos seus concertos e à sua música, se sobreponha muito à seriedade com que certamente também gostariam de ser reconhecidos enquanto profissionais? Ou a seriedade é mais importante noutros locais, noutros projectos, noutros trabalhos?

D'Alva: A seriedade existe e é total mas na altura e local certos. De facto, o ambiente que cultivamos é tão descontraído que por vezes nos esquecemos que uma ida ao Porto para um concerto não é uma viagem de fim de semana de um grupo de amigos - porque na verdade é assim que nos sentimos. É algo profundamente importante para nós que essa seja a base de tudo o que acontece em D’Alva: se é isso que respiramos é isso que vamos transpirar para quem nos vem ver.
Mas tem sido excelente perceber a maneira como temos evoluído nesse aspecto e como até as equipas técnicas dos festivais e salas, que nos vão re-encontrando, sublinham o prazer que é trabalhar connosco. Tentamos ser o mais profissionais dentro do que nos é possível, visto a nossa estrutura face a outros músicos que já fazem isto há mais tempo ser ainda humilde, fazemos questão de cumprimentar, conhecer e no final agradecer a todos os membros das equipas técnicas, seja no palco ou fora dele com que nos cruzamos. É importante para nós essa postura “anti-diva”, pois no fundo sem estas pessoas do nosso lado o nosso trabalho de pouco vale, mas assim que as luzes baixam, a intro arranca, a seriedade desaparece por completo até que soe o último acorde. É algo intencional, é assim que queremos que sejam os nossos concertos: seriamente divertidos.


BC: Há pessoas, locais, acontecimentos que vos remetam de imediato para indexar tudo ao “#batequebate”?

D'Alva: Claro! Durante imenso tempo o #batequebate era um completo sucesso mas apenas para alguns amigos mais próximos que nos acompanharam no percurso de completar o disco. Há momentos-chave nos quais estamos a gravar e acontece magia, em que por exemplo uma namorada está a presenciar de break through sem que estejamos a dar conta e quando nos viramos para trás vemos um brilho nos olhos que denuncia que de facto algo especial está a acontecer. Há muitos momentos e locais assim, visto que este disco foi parcialmente gravado num Macbook Pro, portátil portanto, o que faz com que certos locais da nossa cidade, casas de amigos, até igrejas, sejam sinónimo de #batequebate para nós. Há até alturas em que escrevemos uma canção em reacção a uma crítica negativa por parte de alguém da imprensa à nossa música e acaba por ser uma das canções mais bonitas que escrevemos. Cada trecho deste disco carrega parte substancial das nossas vidas enquanto era feito mas o mais surpreendente é como estas canções continuam a serem catalisadores de momentos que nunca mais esqueceremos. Ainda ontem fomos os dois a um Rockódromo (ginásio de escalada), onde uma amiga nossa trabalha, e começa a dar uma canção nossa, ou, como aconteceu ontem também, vamos a uma casa de banho pública e estava alguém a assobiar o Frescobol na íntegra!
Esses momentos são preciosos demais.





BC: Enquanto músicos, é uma convicção que a música que produzem valerá por si. 
Com os vídeos, as performances em palco e outros complementos em redor, se chamar pop ao que fazem é estranho face aos termos de comparação mais acessíveis, se já nem as imagens são garantias de fidelidade, as pessoas ouvem, na vossa opinião, a música dos D’Alva de uma forma diferente daquela que vocês ouvem e daquela com que ouvem outros artistas?

D'Alva: É difícil responder a essa pergunta. Já perdemos a conta às vezes que alguém nos diz que o nosso disco é fresco. Ultimamente peço que me expliquem o que isso quer dizer e ninguém encontra mais adjectivos. A única coisa que podemos dizer é que tentamos fazer música que nos fizesse sentir o que sentimos quanto ouvimos os clássicos do Michael Jackson em criança e que não conseguíamos não dançar, o que sentimos quando ouvíamos um genérico de um desenho animado e que nos transportava imediatamente para um outro local, o que sentimos ao ouvir as clássicas canções dos filmes da Disney que ainda hoje todos sabemos de cor, o que sentimos quando em adolescentes escutávamos umas Spice Girls, a garra que sentimos quando ouvimos pela primeira vez até um Kurt Cobain, e o que sentimos quando descobrimos num outro extremo um James Blake ou uns The XX. Tentámos, pois reproduzimos essas sensações meio transcendentais enquanto compúnhamos, gravávamos e produzíamos as canções. Foi a primeira vez na vida de ambos enquanto músicos que pudemos ser livres e abraçar as melodias que corriam nas nossas cabeças, que ecoavam dentro de nós, sem quaisquer restrições. Se pensarmos que tocámos em bandas de punk-rock, hardcore ou metal, ou mesmo o nosso tempo na FlorCaveira, nem sempre as melodias mais catchy eram bem vindas. Aqui pudemos ser nós mesmos e fazer a música que queríamos ouvir.
Nós ainda ouvimos música e deixamo-nos levar e apaixonar por vários artistas da mesma forma e queremos que assim continue, e sinto que a maior parte das pessoas que conhecemos que fazem música perderam um pouco a noção pela qual começaram a fazer música. Ou que é importante que esse tipo de sensações seja o ponto de partida e só depois deve vir o resto e, na maioria dos casos, o processo tornou-se mais um projecto de engenharia fria mas precisa do que outra coisa.
Uma coisa é certa, a nossa música conseguiu atravessar gerações, sub-culturas, credos, temos continuamente quem oiça musica mais alternativa ou até metal a dizer que por uma estranha razão gosta da nossa música e não consegue parar de a ouvir.


BC: Apesar de o #batequebate ser uma viagem por tudo o que se juntou à pop ao longo destes anos para a puxar “p’ra cima” (qual malha da Xungaria no Céu), e de haver uma diferença de idades que vos incute vivências diferentes dos mesmos períodos históricos, é no futuro e naquilo que “vem a seguir” que D’Alva mais faz sentido, por exemplo, como uma banda para uma primeira parte de um concerto?

D'Alva: Um dia deixaremos de ser o futuro, um dia esgotaremos a capacidade de sempre surpreender, quem sabe? Aliás, esse dia deve estar bem próximo dada a velocidade a que as coisas acontecem agora. Se vamos conseguir manter alguma relevância não sabemos de todo, nem vamos perder tempo a tentar continuar a ser the next big thing, coisa que é impossível. Podemos apenas continuar a seguir o processo que nos trouxe aqui. Mas teremos todo o gosto em ser a “primeira parte” de toda uma nova geração e maneira de estar e fazer música em Portugal e isso é consciente de nossa parte.
Já é altura de muita coisa mudar e as ferramentas agora estão na mão das pessoas que querem criar e fazer coisas. A distância entre uma ideia e a sua concretização é a de um par de clicks e não o processo longo de juntar dinheiro, marcar um estúdio e toda a pressão inerente a isso. Vimos de paradigmas diferentes: um da era da K7 e outro da era do MP3, há que manter o que de bom o passado tem e não ter medo do que o futuro oferece.


BC: Quais são as cenas musicais de todo o sempre com que mais se identificam?

D'Alva: Não temos uma cena musical sob a qual tenhamos maior preferência. Somos apaixonados por música e gostamos da mesma intensidade do post-hardcore de uns Underoath como da excentricidade da Bjork. Tanto nos vão ver num concerto dos nossos amigos More Than a Thousand como dos PAUS. Não somos esse tipo de pessoas. Se a música for boa e nos disser alguma coisa, então somos fãs.

BC: Já li noutras entrevistas do Alex, que derivam em parte para a letra do “Não Estou A Competir”, que ele gostaria que no meio musical português “algumas pessoas “ percebessem que “a música não é uma competição e há lugar para toda a gente e há espaço para todos sermos diferentes”. Tendo em conta os convites que já receberam e algumas barreiras que já ultrapassaram, foi fácil, por um lado, arrastar as pessoas com quem têm trabalhado para construir D’Alva para partilhar a vossa mentalidade e,  por outro, mudar a forma de ver e de pensar dessas “algumas pessoas”? Há alguma sensação, mesmo que involuntária, de poder que não esperavam ter?

D'Alva: Essa visão não é de todo um ideal romântico, mas algo em que cremos profundamente. Ambos fomos a típica criança ou adolescente que sempre teve dificuldade em fit in, nunca sabíamos o que dizer às miúdas como os “fixes”, nunca fomos particularmente bons em desportos de equipa, nunca conseguimos ser como os outros e isso com o passar dos anos mói, custa, deixa marcas, e quando chegamos a outros contextos profissionais ou mesmo à música e percebemos que existe uma dose grande de territorialismo ou clubismo por parte da grande maioria dos músicos, somos naturalmente transportados um pouco ao passado e percebemos que em certa medida ninguém saiu do liceu - e existe esse desconforto de não fazer parte do grupo dos “músicos fixes” e de sentir que temos uma voz e algo a dizer que é único e não saber como o fazer.
Como ambos partilhamos um pouco esse passado, foi um encontro de kindred spirits e percebemos que a única saída seria fazer não fazer check em todas as caixinhas que fariam de nós membros dos clubes, mas fazer check em todas as caixinhas que nos deixariam satisfeitos pessoalmente. Essa foi a chave e, se há espaço para nós, há espaço para qualquer um.
Acreditamos em democracia musical, em que o público é que diz o que quer ouvir e reage ao que gosta, por oposição a como a indústria da música e imprensa funcionaram no passado (e ainda funcionam, um pouco) em que são eles o buffer do que deve ser editado e consumido: ou seja, apresentam um menu reduzido, safe e muitas vezes pobre e limitam as nossas escolhas. A Internet muda tudo isso, o on demand, o streaming muda tudo isso. São as pessoas a fazer as suas playlists, são essas playlists que vão parar a podcasts, DJ sets, etc. E, felizmente, na Internet há de facto espaço para todos e na Internet o que não é bom ou relevante com o tempo torna-se ruído de fundo.
Nós queremos ser [um] porta-estandarte dessa mentalidade e de fazer tudo o que está ao nosso alcance para que outros “D’Alvas” vejam a luz do dia. E se por um lado o percurso que fazemos é uma constante descoberta, cheia de desafios, sejam quais forem as portas que abrirmos, teremos todos o gosto que outros passem por elas.





BC: Não seria difícil construir, excluindo outras referências óbvias e únicas, uma genealogia muito básica da música dos D’Alva se nos tivéssemos que ficar por Portugal na actualidade. Uma espécie de urgência Xungaria No Céu que encontra a força dos HMB pelo meio e os teclados dos Voxels ou do XINOBI. 
Já vimos a Ana Cláudia, cujo EP de estreia o Ben produziu e também foi editado pela NOS Discos, fazer coros para os D’Alva, só para citar um exemplo. Existe esse laço umbilical, inexorável entre quem o Ben produz aparte os D’Alva e os próprios D’Alva? Aparte essa ligação, com quem discutem mais música e com quem gostam mais de o fazer?

D'Alva: Sim, existe essa ligação. A chave do que fazemos em D’Alva é a relação próxima que temos e que depois se estende para a nossa banda. Essa cumplicidade atravessa tudo o que fazemos. Quando há um disco ou uma canção em que um de nós participa ou produz existe partilha de feedbacks entre ambos, o que leva a que conheçamos as pessoas com que ambos trabalhamos, que se criem laços e que isso se traduza em relações até em cima de palco. Temos vindo a criar laços com bastantes músicos emergentes com os quais nos identificamos, tentado partilhar algum conhecimento que temos adquirido com tudo o que nos tem acontecido e sim, também discutimos música, como a fazer e como estar nela. Alguns desses nomes são, como foi referida, a Ana Cláudia, a Isaura, cujo presente single é produzido pelo Ben, e há mais nomes mesmo em géneros distintos com os quais encurtamos a distância de forma intencional. No âmbito de nomes mais estabelecidos temos talvez os Salto, os HMB e, em nomes mais emergentes, o Tiago Saga dos Time for T., as Golden Slumbers (ou parte visto que metade das irmãs Falcão está sempre fora de Portugal), o Enoque Silva, etc. De uma forma ou de outra sabemos que mais tarde ou mais cedo surgirão colaborações com estes nomes, seja em palco, seja fora dele, e mesmo dentro das fileiras de D’Alva há mais música com potencial de ser criada pelos seus membros, como por exemplo a Carol Barreiro, e queremos potenciar isso ao máximo.

BC: Qual é o elogio que mais gostaram de receber?

D'Alva: Foram muitos mas um que ficou foi de um amigo, o Alexandre, que integra a Banda do Mar ao vivo, que nos disse: “Até que enfim que alguém fez o disco que vocês fizeram, já não era sem tempo, obrigado”. Ficámos sem palavras.

BC: Para terminar, por quem, por que ideias, por que assuntos é que os D’Alva fazem barulho “só porque sim” sem terem que justificar nada?

D'Alva: GIFs dos anos 90, memes certeiros, one liners carregadas de ironia, canções bem escritas por outros, comida que nos dão a provar por esse Portugal fora, física quântica e, para alguns de nós, apenas carros. Para cada há um ruído específico e peculiar.



André Gomes de Abreu




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