quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

TALENTOS PARA A TROCA #1

Dificuldades que não se enxergam encontram um engenho que não se engelha.
Quando parece que não há dióptrica que nunca acabe, a emancipação das gerações ganha-se à custa do poder do tempo, aquele que é mais estimado quando se cresce tão rápido.
Estamos em Portugal e temos o Mundo à janela à espera do impossível que tornamos possível. Fazer tanto com tão pouco. Chamar a atenção sem hora marcada nem mesa posta.

É quase Natal e podemos ser nós a oferecer presentes de baixo custo e grande valor.
Mas estes são talentos para a troca: façamo-los maiores e tenhamos a certeza de que mais surgirão. São moedas de troca para um futuro em que haja eco de algo.
Conheçam um pouco melhor estes primeiros cinco. 



mcf



Porquê, simplesmente, mcf?

Não tem grande explicação, foi um nome que evoluiu do meu primeiro nome artístico que não vou dizer aqui porque era um nome mesmo à puto que entrou no 'rap' há 2 dias. Agora isso de assinar sempre com letras pequenas é síndrome de valter hugo mãe.


Como defines a música que produzes?

É forte, pelo menos para mim. Musicalmente ouço muita coisa, música antiga, música nova, consigo apreciar tanto Chet Baker como Chet Faker e isso tudo vai se traduzir no som que faço. O resto é talento.


Qual é a tua melhor canção?

É um instrumental que estive agora a acabar antes de responder à entrevista. Ficou do caralho mesmo!!!

Pensas que, hoje em dia, a música que crias é mais importante do que a comunicação e o marketing que tens de fazer para a promover?

A música é sempre o mais importante. Os teus fãs vão-te seguir porque querem ouvir música nova. Deves fazer a música que realmente queres fazer e aquilo que gostas mas o 'marketing' também tem o seu peso, principalmente hoje em que aparecem muitos artistas novos e bons. Eu tento tirar partido do 'marketing' e não vejo problema nenhum em aliar os dois. 


De que revista não te importarias de estar na capa?

Se estivesse na capa da Rolling Stone de certeza que triste não ficava.


Primavera Sound, Glastonbury ou Lowlands? 

Não sou grande conhecedor de festivais. Desses 3 só conheço mesmo o Primavera e só sei que trouxeram o Kendrick ao Porto. Se o gosto na escolha for sempre assim tão bom não me importava de ir, não.


Spotify, Pandora ou Grooveshark?

Pessoalmente não uso nenhum. Ouço música no Youtube e vou sacar álbuns ao Pirate Bay.


MP3, FLAC, WAV ou vinil?

MP3. WAV só mesmo quando tenho que exportar as pistas dos instrumentais para mandar ao Mic.


Que nem o Prof. Marcelo, sugestões de cultura musical?

Quanto a livros leiam o "Estrangeiro" do Camus. É útil. Vejam o "24 Party People" que fala da onda de Madchester... Ian Curtis, Shaun Ryder, Martin Hannett e Tony Wilson... Mostra-te a história e é um filme com estilo. Não vejam o "Lucy" e falem mal dele sempre que possam.
Séries ando a ver "House of Cards", é fixe. Musicalmente o que tenho ouvido agora é Flume mas isso já todos devem conhecer por isso aconselho a irem ouvir Daedelus só porque me lembrei agora e é fixe.



Qual é a pergunta mais irritante que te podem fazer?

Não me irrito com perguntas.


5 canções para 5 cenários/situações diferentes.

Landim - Kapo: para quando me quero armar em 'gangsta'.
Happy Mondays - Kinky Afro: quando me quero armar em drogado.
Schubert - trio op.100: quando me quero armar em intelectual.
Frank Ocean - Thinkin About You: para me armar em paneleirote a cantar o refrão.
Cage - Misanthrope: para matar uma puta à tijolada.



É um bocado por aí...


Layover



Porquê Layover?

'It's a break between parts of a single trip, where the traveler typically gets off on one place and goes on to another'. 


Como definem a música que produzem?

A personificação de um som 'rock' muito claro e melódico influenciado por todo o tipo de música velha ou actual. 


Qual é a vossa melhor canção?

'Angel', porque foi uma música que demorou a crescer e quando foi trabalhada estávamos todos na mesma 'frequência' e acabou por crescer naturalmente.


Pensam que, hoje em dia, a música que criam é mais importante do que a comunicação e o marketing que têm de fazer para a promover?

Claro. Se não colocássemos a música em primeiro lugar não nos daríamos ao trabalho de fazer o 'marketing'.


De que revista não se importariam de estar na capa?

Rolling Stone. Pela sua longa história. 


Primavera Sound, Glastonbury ou Lowlands? 

Lowlands. Por ser um palco que onde vimos tantas e tantas bandas que conhecíamos e onde acabámos por descobrir tantas outras.


Spotify, Pandora ou Grooveshark?

Spotify. Mas de preferência sem publicidade!


MP3, FLAC, WAV ou vinil?

Vinil, por tudo. Pela qualidade de som, pelo tamanho e conteúdo dos álbuns e por dar sempre a sensação que estamos mais próximos de quem está do outro lado da coluna.


Que nem o Prof. Marcelo, sugestões de cultura musical?

(Foo Fighters) 'Sonic Highways'.
(Doors) 'When You're Strange'.
(Rush) 'Beyond the Light Stage'.
(Wilco) 'I Am Trying To Break Your Heart'.
(Incubus) 'Morning View Sessions'. E claro, 'Sound City'.


Qual é a pergunta mais irritante que vos podem fazer?

'Porque é que não tocam em Português?'
Porque os instrumentos não têm língua. 



5 canções para 5 cenários/situações diferentes.

Queen - Bohemian Rhapsody: para dançar nu de forma épica na rua!
My Morning Jacket - I'm Amazed: porque faz com que toda a gente acredite que tenha o poder vocal do Freddie Mercury.
Jeff Buckley - Lover You Should've Come Over: para quando estás na...
Silverchair - One Way Mule: angry and yet so melodic.
Pink Floyd - Echoes:
pela qualidade instrumental, do princípio ao fim.





Charcoal & Crystal



Porquê, simplesmente, Charcoal & Crystal?

Charcoal and Crystal foi um nome ponderado, não tanto surgido da inspiração como a maioria dos nomes que escolho para as composições ou como escrevo as letras. O carvão é um material cheio de possibilidades, com um aspecto bastante cru que me agrada, lembra o fogo, a terra.. o chão. O Cristal remete para um estágio superior no desenvolvimento de algo, ainda que absolutamente sólido, evoca o celestial, puro de outra maneira. Um e outro serão como os limites em que se inclui a obra, diga-se, eclética, partilham características, mas distanciam-se muito a outros níveis.


Como defines a música que produzes?

Usando palavras escritas anteriormente, pois melhor descrição não tenho...as músicas deste projecto são compostas maioritariamente em guitarra clássica, mas não só.
O género poderá ser descrito como 'Paisagem Sonora', ou um 'Contar de Histórias', 'soft-rock' e um pouco 'blues'. As influências são as mais variadas.

Nostálgico e sombrio, por vezes, há alguma tendência para uma natureza mais obscura. Encontra-se o balanço com melodias mais claras, limpas, refinadas e brilhantes. Os momentos de peso surgem da profundidade da emoção, não das qualidades do som.
A linha deste trabalho define-se por uma estética complexa permeada de uma certa crudeza; é tanto introspectivo como vivaz.


Qual é a tua melhor canção?

Não tenho nenhuma canção que possa considerar a melhor, assim como nem sei o que faz uma melhor canção.


Pensas que, hoje em dia, a música que crias é mais importante do que a comunicação e o marketing que tens de fazer para a promover?

Sempre fui da opinião que, hoje em dia ou em qualquer época, a obra é de longe mais importante que qualquer divulgação. A promoção, o 'marketing', poderão sempre haver, mas obras, independentemente do valor que se lhes dê, são criações únicas. Quer permaneçam no desconhecimento do público ou sejam apreciadas mundialmente, é a sua singularidade que lhes dá vida. A publicidade ou o reconhecimento que possam ter é um evento que passa por elas.


De que revista não te importarias de estar na capa?

Muito sinceramente, não conheço revistas. 


Primavera Sound, Glastonbury ou Lowlands? 

Não sei o que são o Primavera Sound, Glastonbury ou Lowlands, mas têm nome de festivais e a minha escolha seria o que tiver música menos vulgar. 


Spotify, Pandora ou Grooveshark?

Conheço o Spotify, mas não os outros.


MP3, FLAC, WAV ou vinil?

Adoro vinil, mas FLAC tem uma dimensão e uma claridade que me conquistam.


Que nem o Prof. Marcelo, sugestões de cultura musical?

Apenas uma, um documentário que vi o ano passado e gostei muito: 'À Procura de Sugar Man'.


Qual é a pergunta mais irritante que te podem fazer?

Perguntarem-me se sei ou posso tocar músicas de outros artistas ou 'aquela canção que anda na rádio agora'.


5 canções para 5 cenários/situações diferentes.

Jeff Buckley - Dream Brother: canção para o pôr do sol numa floresta.
Fever Ray - If I Had A Heart: para o momento antes da caçada.
A Perfect Circle - Pet: caminhar de noite numa cidade adormecida.
Ashes and Snow (BSO) - Mater Mea: para contemplar a severidade da natureza.
Devendra Banhart - When The Sun Shone On Vetiver: para cavalgar numa planície.




Isaura



Porquê, simplesmente, Isaura?

Isaura, só, é uma promessa de genuinidade, autenticidade. Numa outra fase da minha relação com a música experienciei roupa que não era minha, cabelos e maquilhagens fora da minha zona de conforto e até uma seleção musical que nem sempre quis. Ao escolher Isaura sinto-me remeter a mim, ao que sou, à minha forma de estar entre amigos. É um projeto honesto, sem adereços dispensáveis. (E tenho a sorte de ter um nome esquisito!) 


Como defines a música que produzes?

Tenho muita dificuldade em responder a este tipo de perguntas. Mas posso tentar responder com aquilo que são os meus objetivos ao fazer música: exijo-me sempre uma parte fácil e simples porque o meu objetivo é que as pessoas as cantem e as aprendam facilmente (afinal, é para elas e com elas que quero cantar) e neste aspecto reconheço-lhes o altruísmo do 'pop'. Ao mesmo tempo procuro sonoridades urbanas e frescas, atuais; e gosto das possibilidades que a eletrónica tem para oferecer... um 'urban pop' eletrónico?


Qual é a tua melhor canção?

A minha melhor canção está guardada, à espera de coragem para lhe fazer justiça. Um dia, se ela sair, venho dizer-vos que era dela que falava!


Pensas que, hoje em dia, a música que crias é mais importante do que a comunicação e o marketing que tens de fazer para a promover?

Bom, seríamos ingénuos se disséssemos que o 'marketing' e a comunicação não importam. É claro que importam. Mas hoje em dia, com as redes sociais, as coisas tendem a ser mais dramáticas mas mais honestas. Acho que pelas redes sociais se percebe rapidamente se as pessoas gostam ou não; do mesmo modo que se percebe se odiaram. As pessoas são honestas e não se inibem de dizer que não gostam tal como se dão a todo o trabalho do mundo para te felicitar caso tenhas um bom trabalho. Portanto, acho que a música e a sua qualidade, felizmente, ainda são mais importantes.


De que revista não te importarias de estar na capa?

Rolling Stone, claro!


Primavera Sound, Glastonbury ou Lowlands? 

Bom, não sou das mais expeditas nisto dos festivais. Tenho ido a festivais nestes últimos anos mas quando gosto muito de uma banda prefiro sempre mais ir ver um concerto dessa mesma banda. Mas talvez Primavera Sound.


Spotify, Pandora ou Grooveshark?

Spotify, mas sem as publicidades.


MP3, FLAC, WAV ou vinil?

Sei que está na moda gostar de vinil e eu gosto e acho-os insubstituíveis. Mas sou pelo mp3, pelo pouco espaço que ocupam e pela portabilidade. As músicas de que gosto sempre comigo.


Que nem o Prof. Marcelo, sugestões de cultura (literatura, cinema...) musical?

Bom, eu oiço muitas coisas e tudo muito diferente. Mas recomendaria o álbum da Tove Lo, "Queen of the Clouds", porque não é só um álbum. Cada música conta uma história e todas elas se alinham, desde o amor até à separação. E está muito bem feito.


Qual é a pergunta mais irritante que te podem fazer?

Quando vou a um café e digo 'queria um café' e me perguntam de volta 'queria? já não quer?'. Fico maluca e já não me consigo rir disso.


5 canções para 5 cenários/situações diferentes.

Sleeping At Last - Turning Pages: a declaração de amor mais bonita do mundo.
Vanilla Ice - Ice Ice Baby: a música para te sentires o maior.
Daughter - Youth: a música para conduzir.
Ella Fitzgerald - Cry Me A River: a música para cantar sozinha no carro
Sia - Chandelier: a música que te faz ficar especado a ver o 'videoclip'.





Fazenda



Porquê Fazenda?

O nome Fazenda está intimamente ligado com o nosso 'habitat natural', o que está à nossa volta, o espaço onde ensaiamos (uma quinta) e a localização no interior do país (Tondela).


Como definem a música que produzem?

Um diálogo entre duas guitarras que resulta em paisagens sonoras distintas. 


Qual é a vossa melhor canção?

Deixamos essa escolha para os ouvintes. 


Pensam que, hoje em dia, a música que criam é mais importante do que a comunicação e o marketing que têm de fazer para a promover?

A criação e a arte primeiro. Apesar de sabermos a importância que isso tem, a comunicação e o 'marketing' são pensados em função das primeiras.


De que revista não se importariam de estar na capa?

Qualquer uma, logo que seja um serviço informativo de qualidade. 


Primavera Sound, Glastonbury ou Lowlands?

Onde for possível tocar!


Spotify, Pandora ou Grooveshark?

Spotify.


MP3, FLAC, WAV ou vinil?

Vinil ou digital sem compressão.


Que nem o Prof. Marcelo, sugestões de cultura musical?

Demasiados filmes ou livros bons para apontar títulos ou autores.


Qual é a pergunta mais irritante que vos podem fazer?

Uma pergunta inútil.


5 canções para 5 cenários/situações diferentes.

Pink Floyd - Have a Cigar: para fumar um cigarro.
Chico Buarque - Valsinha: banda-sonora de um jantar de amigos. 
Igor Stravinsky - Sagração da Primavera: quando se quer ouvir boa música e bem alto.
Marvin Pontiac - Pancakes: boa canção para acordar.
Carlos Paredes - Verdes Anos: para passear no campo.




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