quinta-feira, 27 de novembro de 2014

LÁ FORA, CÁ DENTRO #7: SARH - "SARH" (2014, Believe Recordings)




De França chega-nos mais um projeto que conta com a presença de José Reis Fontão, lίder, entre outros, dos Stuck in The Sound - uma das bandas rock francesas mais conhecidas atualmente. SARH, cujo nome foi escolhido pelo luso-francês e DJ Pone, membro do grupo electro Birdy Nam Nam e novo membro da famosa editora Ed Banger, faz referência à aldeia de nascimento do pai de José, no Chade.






Uma referência que talvez possa ser uma indicação para abordar este primeiro longa-duração do duo, sobriamente intitulado "SARH". Intimista, planante, introspetivo, este projeto explora ao máximo a vertente mais melancólica da voz do luso-francês suportada pelo scratching ao de leve e por um acompanhamento caloroso.
As belίssimas baladas "Urquinaona", "U and I", mas sobretudo "Aissa" e "Blind" são mesmo as que inundam mais o nosso aquário de sonhos. 
Por entre essas pistas, especialmente em "Aissa" mas também de forma pouco percetível ao longo do álbum, ouvem-se laivos de samples e ritmos africanos. Aliás, não causaria nenhuma admiração se "Aissa" fosse uma das músicas escolhidas por Alejandro Gonzalez Iñárritu para o seu próximo filme dado que é, seguramente, a música mais densa e completa de todo o trabalho.
"Colors", "The Last Feeling", "Venise", "Summertime Of The Broken Hearts" ou Welcome To SARH" replicam algumas vezes os U2 ou Radiohead na voz de José com, por vezes, apontamentos de guitarra a la folk aqui e ali. Temas mais pop, portanto, que não abalam o nίvel geral e que contrastam com "Waving Goodbye", um dos menos acessίveis e dos mais curiosos a nίvel de pesquisa eletrónica.





Toda esta viagem sonora, entre a melancolia da voz e os ritmos que a recobrem subtil e perfeitamente, provoca claramente em quem ouve um sentimento de bem-estar mais do que vital para sobreviver a este mundo de incertezas. Sente-se muito amor, muita sinceridade, mas acima de tudo uma tomada de risco que estes dois grandes artistas do panorama da música francesa não necessitavam.
Despiram-se como nunca o tinham feito até agora e o resultado não podia ter sido melhor.

Mickaël C. de Oliveira





1 comentários:

Unknown disse...

Muito bom !!!!!!!!!!!

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