sábado, 18 de outubro de 2014

DE E POR: OCTOBER HORSE - "Conduct" (2014, Ed. Autor)

"Conduct" é o primeiro trabalho dos October Horse, quarteto da Maia
pós-qualquer coisa/pós-tudo onde os instrumentais bem tecidos imperam e beber inspiração divina a vários géneros e figuras não é coisa dos livros, nem dos menos ortodoxos. 

Inspirados no Império Romano para o nome da banda e progredindo, extrapolando-o para histórias à moda antiga tendencialmente instrumentais, com mais ou menos moral, os quatro músicos contam mais sobre as seis faixas deste EP de estreia que, como já vem sido hábito, é mais um resultado de uma campanha de crowdfunding bem sucedida de quem, noutras alturas com menos espaços de ensaio, menos acidentes de percurso fortuitos e menos condições de mostrar o seu trabalho, ficaria preso na rede em vez de fazer tão somente parte dela.





Atlas 

Fala sobre o titã condenado a carregar o céu aos ombros e faz um paralelo entre o Homem que carrega aos ombros o flagelo das religiões que ele próprio cria. É o primeiro tema do álbum, que começa calmamente, como uma “cidade a acordar”. 


Cadger

O típico homem dos subúrbios que perdeu toda a fortuna (referência também à Deusa Fortuna, deusa romana da sorte) do dia para a noite e agora contempla as ruas vestindo outra pele, estando agora na outra margem da sociedade. Funciona como "single" da banda e é o tema para o qual foi realizado o "videoclip" de estreia.





Waving 

Inicialmente “Waving Man” (nome alterado para manter todas as faixas do álbum com apenas uma palavra), fala sobre uma história fictícia onde os homem pregam crenças de fim do mundo tendo legiões de seguidores, havendo no entanto quem as considere disparatadas e dogmáticas, limitando-se a acenar "adeus" enquanto supostamente o Mundo rui e o céu lhes desaba na cabeça. 


Clink

Inspirada na história de Charles Bronson, nome fictício do “condenado Britânico mais violento de sempre” que está preso há 34 anos tendo passado 30 anos em confinamento solitário, sem nunca ter morto ninguém, sendo apenas acusado de inadaptabilidade social. A letra é narrada sob a perspectiva do prisioneiro, tentando fazer ver a quem a lê, como seria estar do seu lado e na sua pele. É o tema mais “pesado” do álbum e tem participação de Cláudio da Silva, vocalista dos Engaging The Dead.



Zenith 

A faixa maior do álbum é também a menos pesada. Inspirada no tema inicial da “Sagração da Primavera” de Igor Stravinsky, uma peça que modificou completamente toda a música erudita do século XX. Tem duas partes e um ponto alto, um zénite, como indica o título. A primeira parte fala sobre o lutar pelo desejo de que as memórias boas vençam e perdurem e, após esse pico e concretização, vem a segunda parte, o vazio, o sentimento de que tudo acabou e a contemplação solitária da passagem do tempo.


Andromeda

Retrata a vaidade como o grande pecado da humanidade. Conta a história da Princesa Andrómeda, condenada a ser acorrentada às rochas em maré baixa e morrer afogada com a subida da maré pelo Deus dos Mares, insultado pela vaidade da princesa ao
proclamar-se mais bela que as filhas deste. Retrata também aspectos mais pessoais da banda e do percurso que fez até ao momento. Foi o primeira tema a ser composto, com o "riff" inicial a alternar sucessivamente entre compassos diferentes.





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