sexta-feira, 2 de maio de 2014

RATERE - "Super Power Satellite" (2014, Honeysound)




Os RATERE, conjunto barcelense formado por João Coutada, José Novo e Ricardo Falcão, apresentam-se como um grupo de amigos que se juntaram em 2011 com o objetivo de desfrutar a cumplicidade e música gerada por dois baixos e uma bateria. Uma ideia simples que acabou por ser ampliada através da junção de alguns amigos de longa data os quais adicionaram a guitarra, o teclado e a voz ao conceito inicial. Nasceu assim, em 2014, o primeiro EP da banda intitulado “Super Power Satellite”.


O resultado final deste primeiro trabalho revela-se, na sua essência, como uma espécie de jam session, com uma sonoridade descomprometida mas nem por isso menos competente. Em pouco mais de quinze minutos de música somos levados a uma viagem sónica que nos transporta até terras trilhadas inicialmente por bandas como The Pixies ou Dinosaur Jr., aqui assumidamente denunciados como influência.
De facto, os elementos do género que a banda de Massachusetts ajudou a desenvolver estão todos lá: interlúdios que funcionam como verdadeiros devaneios instrumentais (“Bir Interlude” e “Interlude Iki”); vocalizações etéreas, embora escassas, que discorrem pelo meio de mudanças repentinas de intensidade em que a alternância das guitarras, ora limpas, ora distorcidas, conferem uma dinâmica especial à música (“Ratere” e “Mexicana”); e claro, resquícios de puro noise-rock traduzidos em solos berrados e riffs cáusticos (“Mexicana”, “Tema 4 (modo noise)”). A terminar, a faixa “Ostinato Jr. é a epítome do que aqui foi exposto, com o seu riff emprestado a “Feel The Pain” dos já referidos Dinosaur Jr.






Em “Super Power Satellite” os RATERE atingiram aquilo a que se propuseram desde o início e conseguiram reunir um conjunto de temas que concerteza agradarão aos adeptos das sonoridades mais alternativas do espectro rock. Para além disso, existem elementos suficientemente interessantes que levam a pensar que esta primeira edição da banda de Barcelos não foi uma obra do acaso e que mais e melhor poderá ser produzido no futuro.

Hugo Gonçalves 




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