5 anos depois de “Último Acto”, surgiu ainda em 2013 o
disco epónimo do artista algarvio Reflect. Composto por 10 faixas ricas e
contando mais uma vez com múltiplas colaborações, desde a maior esperança
feminina do rap português W-Magic aos amigos da editora Kimahera que fundou,
Dezze, Gijoe, João Mestre ou ainda Real Punch, salta à vista a vontade do
artista em realizar uma obra mais coesa e com uma mensagem coerente, com menos
temas, que capte o auditor do princípio ao fim.
5 anos depois, a
escolha dos artistas em cada tema pareceu mais adequada, mais bem sucedida.
Sobressaem os temas “Redundância Crónica”
com W-Magic, onde o seu “eu indeciso” colide à perfeição com as rimas
melancólicas e cheias de paixão de Reflect. Uma paixão pelo rap ilustrada com
perícia em “O Arrepio”, dos temas
talvez mais complicados de construir por ser dos mais clichés. No miolo surgem o
single “Sala de Troféus” e “Passeio Pela Praia”, com um
instrumental respirando ventos novos, soprados pela brisa do mar, tema que
continua muito presente neste álbum - e provavelmente em todos os que se vão seguir.
Há também o feat com o grande Real Punch, com uma mensagem clara do sentimento de falta de liberdade que cada vez mais sentimos e cada vez mais conseguimos expressar e polir em palavras, e o tema melancólico de reflexão, de conclusão de tudo aquilo que Reflect realizou até agora, de tudo o que tempo não apagou.A partir daí, mergulhamos na brecha aberta em "Último Acto", onde já se ouviam elementos pop e por vezes rock; nota mais para a voz suave, simples e sem artefatos de Vanessa Ferreira em “Diz-me Se Vale A Pena”, assim como a junção ousada e original entre o piano e a guitarra de João Mestre, os scratches de Gijoe e as rimas de Pedro Pinto nos temas seguintes.
Há também o feat com o grande Real Punch, com uma mensagem clara do sentimento de falta de liberdade que cada vez mais sentimos e cada vez mais conseguimos expressar e polir em palavras, e o tema melancólico de reflexão, de conclusão de tudo aquilo que Reflect realizou até agora, de tudo o que tempo não apagou.A partir daí, mergulhamos na brecha aberta em "Último Acto", onde já se ouviam elementos pop e por vezes rock; nota mais para a voz suave, simples e sem artefatos de Vanessa Ferreira em “Diz-me Se Vale A Pena”, assim como a junção ousada e original entre o piano e a guitarra de João Mestre, os scratches de Gijoe e as rimas de Pedro Pinto nos temas seguintes.
Se pegarmos na totalidade do disco, os temas old-school são menos visíveis, enquanto a maturidade e a coesão da obra do artista estes se sentem muito mais, a cada faixa. É verdade que não se sente aquele “arrepio” que "Infinitamente" provoca a cada audição. No entanto, convém relembrar que esse é talvez dos temas mais bem conseguidos do hip-hop nacional destes últimos anos. Não apenas destes últimos 5.
Mickaël C. de Oliveira
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