Hello Atlantic é um projeto a solo do jovem João Esteves: tudo começou na Finlândia em 2007 e ao longo dos últimos anos tem-se denotado uma constante progressão de Hello Atlantic, tanto a nível da composição sonora como das temáticas abordadas nos seus lirismos.
"Rambling Coast", o seu mais recente trabalho, é um disco onde João
explora os campos do folk rock acústico numa vertente mais alternativa,
munindo-se da sua voz contagiante, da sua hábil guitarra e de umas pequenas
percussões que ajudam a marcar o compasso que avança num ritmo calmo e suave,
numa simbiose de intensidade e simplicidade. Embora muitas vezes faça lembrar
artistas como Damien Rice ou mesmo um
The Tallest Man on Earth, também
demonstra ser suficientemente bom para se distanciar das comparações.
Pelo meio, existe a habilidade para tornar praticamente impossível não ficar com a voz e a melodia de canções como “Rambling
Coast” a ecoar por longos minutos, a que faz justiça um poder que parece ter
sido concedido pela influência do mar junto ao qual o álbum foi sendo escrito e que acaba por ganhar a magia mítica de um búzio que
guarda e reproduz infinitamente todos os segredos do oceano - “deep the water / lying on the grass/ sinking in recurring dreams”, uma busca do inaudito enquanto existe um "eu" que se vai retraindo e dilatando como uma medusa, disposto a naufragar nas águas mais profundas, por entre as nostalgias do passado, os medos do futuro e a cruel fugacidade da vida.
Todo este acumulado de experiências é abordado por um verdadeiro autodidata, partilhando com o público algo daquilo que viveu e as conclusões a que chegou ao longo da sua jovem, mas já sábia vida: “The future is never like they say it will be”, ouve-se em "Windy City Blues". Por vezes acaba mesmo por se transformar numa voz emancipadora da humanidade que transporta qualquer coisa, como uma mudança, que se redescobre nos irredutíveis resíduos do mistério e encanto deste mundo. Algo que só a beleza única do folk pode conferir.
Todo este acumulado de experiências é abordado por um verdadeiro autodidata, partilhando com o público algo daquilo que viveu e as conclusões a que chegou ao longo da sua jovem, mas já sábia vida: “The future is never like they say it will be”, ouve-se em "Windy City Blues". Por vezes acaba mesmo por se transformar numa voz emancipadora da humanidade que transporta qualquer coisa, como uma mudança, que se redescobre nos irredutíveis resíduos do mistério e encanto deste mundo. Algo que só a beleza única do folk pode conferir.
Sem grande dificuldade, este "Rambling Coast" acaba por contribuir para um ano rico em álbuns de qualidade musical e que continua a dar mais força à premissa de que em termos musicais "Portugal está de boa saúde e recomenda-se".
João Ribeiro
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