terça-feira, 11 de março de 2014

IODINE - "IZABEL" (2014, ED. AUTOR)

Iodine é o nome do projeto leiriense formado em 2006 por D. Pereira, G. Domingues, H. Ferreira e R. Santos. As influências da banda gravitam assumidamente em torno de projetos como Poison The Well, Deftones, Architects, Cult of Luna, The Ocean, entre outros. A partir daqui, para quem não conhece a banda, pode-se aferir desde já o estilo preconizado pela banda que deambula entre o post-metal, post-hardcore e metal progressivo. Com um conjunto tão vasto de estilos a servir de base para este disco, o resultado patente em “Izabel”, o novíssimo disco lançado este ano, só poderia ser algo digno de se ouvir.

“Izabel” parte do ponto onde “An Abyss at Nightfall” nos deixou em 2012. No último disco da banda foi-nos exposto um mundo negro que serve de pano de fundo para este novo trabalho o qual se apresenta num misto de caos e calma. O disco conta a história de Adam (o narrador) e Izabel, a filha de uma mulher conhecida como “The Chaos Swan”, líder de um movimento revolucionário primeiramente descrito em “An Abyss at Nightfall” cujo objetivo é combater as desigualdades vigentes em City of Abyss. Passados vinte anos a cidade vive tempos desesperantes impostos por uma ditadura onde não há espaço para a liberdade de expressão, individualidade, literatura ou qualquer forma artística. É a luta de Izabel e o seu movimento revolucionário contra o regime que são aqui musicados. 




Cada faixa explora um tema diferente que conta a história insubmissa deste duo. “Metastasis”, que narra a decisão de Adam em juntar-se a Izabel, é uma faixa assumidamente djent, com uma boa dose de agressividade, bons riffs, bateria complexa q.b. e pormenores dos sintetizadores que dão uma outra cor no seu papel de suporte; “The Seer” conta-nos os pensamentos de Adam, um sem-abrigo solitário que vagueia pelas ruas de City of Abyss, e segue o mesmo caminho mas de uma forma mais melódica com coros interessantes e riffs de qualidade a acompanhar; “Darker Days, Brighter Nights” é uma música direta e agressiva onde o groove impera a qual narra a decisão de Adam em tomar o lugar de Izabel após a sua morte; “Tempest/Dawn” retrata o primeiro passo de Adam como líder do movimento e divide-se em duas fases: uma mais agressiva (“Tempest”) com uma entrada potente, fases cheias de groove e ritmada, bem como excelentes riffs djent ,e outra bem mais melódica (“Dawn”) onde predominam as vocalizações limpas, acabando de forma instrumental e ambiental. Restam-nos ainda as instrumentais “Liminal Awakening”, a introdução épica e melódica ao disco, e “Rite of Passage”, uma curta ponte atmosférica.




Em “Izabel” os Iodine presenteiam-nos a evolução lógica de “An Abyss at Nightfall” passados anos desde o último lançamento da banda, façanha atingida de forma contundente pelo coletivo leiriense. Assistimos não só à evolução técnica dos seus executantes, o que culmina na ampliação estilística patente no álbum, mas também na evolução no que concerne à composição propriamente dita. Sem dúvida que estes são ingredientes suficientes para investigarmos este novíssimo álbum duma banda que promete não deixar ninguém indiferente.

Hugo Gonçalves




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