"Clássico" é o nome do EP que A Armada lançou já na recta final do ano passado, composto por 5 canções que foram sendo divulgadas pouco a pouco, com videoclips a condizer, mas construídas ao longo de mais de 4 anos, tal como a própria concepção de um projecto cuja formação tanto se alterou. Dizem-nos que "o conceito que tentámos cumprir neste disco foi produzi-lo para que soasse como uma boa estação de rock n’roll clássico, e portanto, cada canção foi produzida com a influência de uma banda ou bandas que são uma referência para nós" e que "Clássico" representa algo que precisamente não mudou: "não deixou de ser fundamental para nós contar a nossa história, ainda que ela tenha entrado num novo capítulo, para que pudéssemos partilhar com todos uma fase que nos deu tanto gozo escrever e da qual nos orgulhamos". Há um disco para descobrir este ano, há agora um EP que a própria A Armada nos conta ao pormenor:
Maria Guilhotina
A canção fala de uma senhora muito amargurada por um homem que não soube cuidar dela e é um hino de esperança para todas as senhoras e meninas que foram magoadas.
Acaba com um coro à "Hey Jude" numa progressão harmónica emprestada do "Movin’on up" dos Primal Scream com uma melodia nossa por cima. Não temos vergonha nenhuma de dizer isto.
Afinal
O rastilho para escrever a "Bandidos do Cais" foi uma aventura boémia pelo Cais do Sodré, numa altura em que o surto de bares modernos na Rua Nova do Carvalho ainda não tinha acontecido. Tudo aquilo era muito caricatural, com diferentes tipos de espécies a povoar as diferentes alturas do dia. Era turistas pela manhã, distribuidores e empregados da restauração à tarde, malta nova que ia para os copos até às 2 da manhã e depois a cena virava com prostitutas e bandidagem por todo o lado. Sentia-se que se podia ser saqueado cada vez que se cruzava uma esquina por malfeitores tipo piratas quando estão em terra. E foi nesta imagem que se pegou para compor esta música. Acho que foi o último vestígio do antigo Cais do Sodré e achámos que merecia uma canção, uma espécie de trova popular mascarada de rock n'roll bem riffado e meio psicadélico, que retratasse esse Cais do Sodré a caminho da extinção.
Sinceramente
Esta canção foi a primeira a ser gravada nos estúdios da Valentim de Carvalho. Todos ao mesmo tempo.
Por incrível que pareça, tem mais de 10 anos. A versão original era punk e foi escrita ainda na adolescência pelo João Miguel Matos, o nosso baixista, e tinha uma letra ligeiramente diferente e bastante hardcore. A letra tem três frases e é uma festa cada vez que a tocamos ao vivo.
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