segunda-feira, 25 de novembro de 2013

OCELOT KID - "MASS" (2013, Jacket Records)



Os Ocelot Kid, duo formado por Rodolfo Sobral (voz, guitarra e sintetizadores) e Fernando Peres (bateria), editaram em Maio último "Mass", o seu EP de estreia que conta com cinco temas que foram produzidos, misturados e masterizados por Flávio Costa.
 Na sua generalidade, "Mass" manifesta-se como uma verdadeira peça monolítica de peso. Só para contextualizar, falamos de doom metal que bem podia ser preconizado por bandas míticas como Black Sabbath, Trouble, Candlemass, Pentagram ou, mais recentemente, uns excelentes Krux para citar apenas alguns dos exemplos mais óbvios. Contudo, o disco revela-se muito mais que isso, acabando por ser uma peça extremamente interessante que engloba vários outros géneros como o stoner rock, com passagens mais punk ou até mesmo rock, vocalizações arrastadas, guitarras pesadas e dolentes, uma bateria competente e uns pormenores interessantes dos sintetizadores






O arranque com "Shogun" é uma entrada com atitude punk, nunca deixando para segundo plano os riffs doom que imprimem um groove viciante que nos prende do primeiro ao último segundo.
Segue-se "Thanatos", um tema que bem poderia servir de resumo ao disco - e talvez por isso serviu de single de apresentação. Rasgos pesadões e calculados de guitarra característicos do estilo interligam-se com uma fase mais acelerada e rockeira fazendo da música uma das mais durinhas e dinâmicas de todo o trabalho.
Logo de seguida, "LaMotta" inicia-se de uma forma assumidamente stoner para voltar, mais tarde, ao doom vagaroso e compassado, havendo, ainda, espaço para os sintetizadores darem aqui um ar da sua graça para introduzir de rompante "Grizzly", galopante e sólida, que se assume como a música mais rápida do disco.
"Salem/Black Mass", música que faz juz ao título, encerra o registo com intensidade debaixo do negrume funesto que se faz passear.





O duo dinâmico do Montijo cria neste "Mass" uma obra de qualidade inquestionável, ainda para mais tendo em conta que logo à primeira tentativa terá ingredientes capazes de agradar aos fãs de vários géneros dentro das frestas da música com mais peso, o que, por si só, torna o trabalho ainda mais interessante e apetecível e certamente um reforço bastante positivo deste espectro da música nacional. À falta de um álbum, para já o mote está lançado.


Hugo Gonçalves




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