domingo, 24 de novembro de 2013

HAWKS N' HOUNDS - ENTREVISTA

Cinco rapazes bracarenses formam os Hawks n' Hounds e orientam-se seriamente pela linha do rock mais pesado e mais de guitarras esgalhadas. Com o sucesso que o rock mais pesado português está a ter por terras estrangeiras, um EP de estreia não poderia esperar mais. Fomos por isso saber mais sobre este registo e sobre os misters da própria banda.




BandCom (BC): Em Julho gravaram o vosso primeiro EP. Como foi o processo de composição e gravação do mesmo? 


Hawks n' Hounds (HnH): Tudo foi “maquinado” em sala de ensaios, ou seja, alguém apresentava uma ideia e essa mesma ideia era gravada, testada em banda e enviada para todos os membros da banda para trabalho de casa.
Quanto ao EP surgiu quase “do nada”, pois íamos gravar somente um ensaio para ficar com um registo dos temas para nós e para mostrar no circuito de concertos, no entanto a qualidade foi tal que decidimos fazer algo mais do que uma simples demo. E então surgiu a ideia do EP e logo após ideias para o vídeo.
Convém frisar que o processo de gravação foi um autêntico ensaio, pois estávamos todos juntos no estúdio a fazer o que fazíamos nos ensaios, com a diferença de todos os instrumentos estarem a ser captados. Só as vozes foram acrescentadas a posteriori.


BC: Onde o gravaram?

HnH: Nos Grave Studios em Braga, com o Grande “Grave Master” Pedro Alves.


BC: Quem é que escreve as letras das vossas músicas?

HnH: A grande maioria foi escrita pelo Mr. Roncon e pelo Mr. Zizou. Mas há um dos temas ("Wolf’s Mouth") que foi escrito pelo Mr. P.


BC: O feedback tem sido positivo?

HnH: Sim, temos sido muito bem recebidos aqui e lá fora. Já temos rodado em algumas rádios (aproveitamos para agradecer a todas elas por nos darem tempo de antena!) e, soubemos recentemente, que vamos começar a rodar também nos EUA, o que para nós foi uma excelente notícia.


BC: Quem são os Hawks n’ Hounds e como é que se juntaram? 

Mr. P: Já há uns tempos que andava à procura de um baixista e apareceu-me o Mr. Di Vecchio, pois tinha falado com ele uns meses antes e tinha-lhe perguntado se conhecia algum baixista para uma banda rock. Sem nunca imaginar que seria ele mesmo a ocupar esse lugar, pois sabia que era guitarrista de uma banda de metal.
Entretanto andava a falar com o Mr. Zizou, pois fomos colegas de trabalho durante uns anos, em tocarmos umas coisas para ver o que saía. Numa noite de festa, conheci melhor o Mr. Zen e, como sabia que era baterista, perguntei-lhe se tinha tempo para ter mais uma banda, além da banda dele, ao que ele me respondeu que no momento estava sem banda e com “fome” de fazer algo novo e diferente do que tinha feito até ao momento. Quanto ao Mr. Roncon, já a banda tinha começado a compor os primeiros temas, encontrei-o no Festival Milhões de Festa enquanto esperava pelo concerto de Red Fang. Como já o conhecia desde os tempos de secundário e conhecia o seu percurso enquanto vocalista e do seu registo vocal, fiz uma associação de ideias muito rápida que culminou no convite ao Mr. Roncon para integrar a banda.

Mr. Zizou: Já era amigo do Mr. P há uns anos... Fomos durante alguns anos colegas de trabalho e em algumas pausas para cigarros e café durante o nosso último ano de trabalho em conjunto, seguir os trilhos do rock alternativo era uma conversa recorrente. Para além disso, queríamos fazer algo dentro da corrente stoner rock, muito inspirado no deserto, na estrada e nas paisagens surreais que se formam a partir desses e de outros elementos concretos, nunca esquecendo a vida, as pessoas e as infindáveis interligações espaço/tempo, as causas e consequências que advêm da movimentação social, os acasos (se é que os mesmos existem)...
Certo dia, o Mr. P disse-me que tinha agendado um ensaio para dali a dois dias com mais duas pessoas. Apareci e assim conheci os agora meus "irmãos" Mr. Zen e o Mr. Di Vecchio. O outro "irmão e companheiro de armas", Mr. Roncon, foi convidado numa fase posterior (penso que passados dois meses), quando já tínhamos alinhavados os instrumentais de dois temas - "Wolf's Mouth" e "Denial Can Wait".

Mr. Di Vecchio: Numa certa noite de copos, o Mr. P. veio falar comigo perguntando se conhecia algum baixista para integrar uma banda de rock. Eu fiquei logo com o bichinho atrás da orelha, porque não fui convidado para fazer parte da mesma - acredito que isso aconteceu por não ter um histórico musical de rock, e o Mr. P. também achava que eu não estaria interessado. Passado cerca de uma, duas semanas, respondi-lhe e disse-lhe que queria entrar na “rockalhada” e assim foi. Inicialmente, andei um pouco a “apalpar terreno” visto que estava num género musical que não era a minha praia.

Mr. Zen: Já conhecia o Mr. P de longas noites pois partilhávamos os mesmos espaços para beber um copo e ouvir boa música. Certo dia Mr. P. abordou-me com o intuito de formar uma banda e eu, como estava com tamanha "ressaca" de tocar, na altura acho que nem pensei duas vezes e aceitei de imediato. Passados poucos dias marcámos o primeiro ensaio onde conheço Mr. Zizou e Mr. Di Vecchio. Demo-nos logo super bem tanto a nível pessoal como musical. Mr. Roncon aparece talvez dois meses depois e veio fechar este círculo de "cães danados" com fome e sede de construir músicas, apresentá-las principalmente em concertos e acima de tudo divertirmo-nos bastante com aquilo que fazemos.

Mr. Roncon: Encontrei o Mr. P no Festival Milhões de Festa enquanto esperava pelo concerto de Red Fang e, conversa puxa conversa, ele falou-me de uma banda que estava a começar e dos temas que já andavam a compor. De repente, surgiu o convite, ao qual fiquei um pouco reticente, pois aquele som não era a minha praia. Aceitei o desafio e depois de muito trabalho e de uma adaptação a todo um estilo musical que não estava habituado, cá estamos prontos para dar muito rock a quem nos quiser ouvir! 


BC: Qual é o vosso background? 

Mr. P: Passei por bandas sempre com sonoridades hard, como Nevernamed ou Holyllama! Passei ainda por uma mão cheia de projetos falhados mas que ajudaram a construir, ao longo dos anos, a minha personalidade musical.

Mr. Zizou: Apenas integrei os My Twisted Side, uma banda de rock alternativo, com um cariz marcadamente melódico.

Mr. Di Vecchio: Bem, fiz parte de vários projectos como músico de sessão, mas as únicas bandas que posso dizer que considero como ''sérias'' foi em Decrepidemic como guitarrista, com álbum lançado em 2009 pela editora Norte-Americana Severed Records, e em Distrofia como guitarrista e back vocals.

Mr. Zen: Não quero falar em nomes dos quais fiz parte no passado, só adiantar que venho de estilos mais indie, rock melódico, etc... e terminar a dizer que neste momento sinto-me na minha praia.

Mr. Roncon: Como vocalista, a minha escola foi feita sempre no metal, (Labianca, Spitting Red, CarMosh…) o que tornou os Hawks n’Hounds num desafio maior pois tive de fugir à minha zona de conforto e adaptar a minha voz ao que a banda pedia. 





BC: Quais as vossas influências internacionais?

HnH: Tudo o que gostamos de ouvir acabou por influenciar o nosso interesse pela música. Assim, são vários os nomes que influenciam direta ou indiretamente a sonoridade dos Hawks n'Hounds.    
Clássicos como Jimi Hendrix, Led Zeppelin, Black Sabbath, AC/DC, Motorhead, etc... e cenas mais recentes como Alice in Chains, Sonic Youth, Nirvana, Clutch, Cancer Bats, Kyuss, Red Fang, At the Drive In, QOTSA, The Bronx, The Mars Volta, Tool, Mastodon, etc, etc, etc...


BC: E nacionais?

HnH: Felizmente em Portugal, de há uns anos para cá, têm aparecido cada vez mais bandas com sonoridades muito interessantes, no entanto, há certos nomes que são incontornáveis no panorama do rock nacional como Mão Morta, Ornatos Violeta, Linda Martini ou Zen, entre outros...


BC: Como é escolheram o nome da banda? Houve outras opções?

HnH: Depois de vermos um documentário chamado "Such Hawks, Such Hounds" sobre a história do stoner rock... Identificamo-nos com muito com essa forma de viver e pensar a música.
Havia outras ideias para nomes mas nenhuma com tanto significado como Hawks n’Hounds!


BC: Têm tido muitos concertos?

HnH: Até à data tivemos apenas 6 concertos que serviram para mostrar a banda e do que ela é capaz. Neste momento, estamos a finalizar uns temas novos para começar a marcar mais uma série de concertos e fazer rolar a banda dentro e fora de Portugal.


BC: Até à data, quais os momentos mais marcantes em palco?

HnH: O primeiro é sempre marcante, até porque partilhamos o palco com os nossos amigos Fast Eddie Nelson e Phil D, músicos e pessoas excelentes.
Também o concerto no Casa Viva (Porto) foi importante. Não era claramente o nosso "território natural" (partilhámos o palco com duas bandas crust punk), mas sentimos que o público aderiu bastante à nossa sonoridade e atitude em palco.


BC: Têm sempre o mesmo alinhamento ou vai variando?

HnH: O alinhamento varia sempre em função do "adversário" (risos)... Agora mais a sério: para além de variar consoante o espaço e o público, há uma preocupação constante de melhorar o alinhamento para que haja uma progressiva coerência nas nossas atuações.






BC: O público tem-vos recebido de “braços abertos”?

HnH: Sim, até ao dia de hoje temos tido uma boa recepção. Temos reparado que nos nossos concertos há quem tire uns passinhos de dança e algum headbanging, que é exatamente o que procuramos, animar o público sem o deixar descansar! 


BC: Quais os próximos concertos a que podemos assistir?

HnH: Para já, não podemos adiantar datas pois estamos a marcar uma espécie de tour de apresentação por Portugal e, também, algumas datas em Espanha. Quem segue a nossa página do facebook (www.facebook.com/hawks.n.hounds), receberá boas novas em breve! 



Catarina Bessa




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