segunda-feira, 30 de setembro de 2013

WHEN THE ANGELS BREATHE - "THE WOLF" (2013, Raging Planet)

Quando o frenético mês de Setembro está a chegar ao fim e estão mais perto os tradicionais tops de final de ano, recordo umas linhas que deixei sobre as minhas propostas ou apostas para 2013. Estava longe de pensar que, poucos dias de Abril passados, já estaria tão desactualizado.
Conheço bem o trabalho de David Francisco como baixista dos Uni_form e a sua aventura mais para o seu lado electrónico como Umbigu mas o que fui encontrar em When The Angels Breathe é não uma personalidade apenas diferente, mas muito mais amadurecida e centrada em guitarras.


















 

É com uma sequência inicial arrasadora que "The Wolf", o disco de estreia que finalmente aparece, se abre facilmente após largos meses que chegaram para tomar 5 das 9 canções apresentadas como familiares. Para além do breu que cobre todas as linhas instrumentais, a descendência feminina a que "Magdalena", uma das "novas" canções, atribui um nome é outra das grandes forças-motrizes, quase estruturante, do explorar do post-rock, mais noise ou mais ambiental, que dá valor a uma quase-sensação de se perder o pé com o avançar dos ponteiros do relógio. É no desconhecido que se arrastam e ecoam as guitarras e os sons se descompassam de forma espontânea com a mesma clarividência que percorre um refrão não declarado de "The Wolf" ou os fantásticos 4 minutos de "The Eye of The Wolf". Está mais em causa a necessidade de expiração do que a inspiração farta em todos as referências aos God Is An Astronaut, Caspian ou pg.lost, mais em jogo a interpretação pessoal. "Deep Breath" é precisamente o sangue azulado que se nota se o respigar é só uma lembrança, um óasis que se procura no videoclip de "Savage" em que tudo se despe.





Mais do que a rendição por uma filha que avança nos seus sonhos, When The Angels Breathe é a redenção de um autor que encontra o seu espaço à margem de uma banda fustigada permanentemente por reflexos incomodativos das suas próprias referências num dos mais majestosos e emocionantes discos de, e com, canções do ano.
Amplius juvat virtus, quam multitudo: que se revelem os segredos de Never-nevermore. Em 2013 ou 2014, são apostas que já me venceram.


André Gomes de Abreu





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