No último dia do FUSING Culture Experience, com um cartaz musical mais reduzido, o Palco Experience teve uma das suas melhores assistências, talvez por terem atuado mais bandas locais. Com os Lulas Belhas, vimos mais um concerto de punk rock em língua portuguesa, durante o qual a banda deu a conhecer alguns dos seus melhores êxitos ao mesmo tempo que debitava palavras duras contra o acordo ortográfico e o ódio anti-sistema (como em "Chulos") sempre bem-vindo nestas ocasiões.
Pelas 17h, outra banda local, mas num estilo completamente diferente: os Bong Belly Pickney tiveram uma atuação bastante apreciável, muito ajudados pela performance do seu vocalista. Souberam, de forma profissional e competente, também fazer esquecer alguns problemas técnicos de que se iam queixando, mostrando ser outro colectivo mas de reggae/hip-hop a ter em conta no futuro.
Durante o intervalo musical de 5h, onde o recorde mundial de gente a cozinhar ao mesmo tempo num workshop foi batido, houve tempo para aproveitar a praia privada ali ao lado, quando já pairava no ar que as últimas horas do festival estavam a chegar.
Os Bad Pig seriam responsáveis por dar início à última noite de concertos e não surpreenderam quem já os conhecia. Os figueirenses mostraram que está nas suas mãos e do seu stoner-rock ascender a outros patamares que não preparar a audiência para o momento seguinte.
Já aos Killimanjaro coube a lição rock da noite. Com José Roberto Gomes em destaque, sempre mais afinado e num registo vocal com cheiro a whisky (sem cola). Se o nome da banda em si tem um cume objectivo, o caminho para chegar ao fim pretendido está a ser bem percorrido e há um álbum a sair em breve, como se pôde ver e ouvir, a alargar as fronteiras do EP de estreia homónimo.
Os Throes + The Shine nunca deviam ter atuado no palco Experience num Domingo pela meia-noite, no último dia de um festival, na véspera de um dia de trabalho. É simples: é sabido que a experiência que é assistir a um concerto deles faz com que no dia seguinte nunca seja fácil acordar em boas condições. Mesmo assim, o quarteto conseguiu fazer com que o público presente, com direito a algumas amostras de novos caminhos, se mexesse um bocado. André e Diron assumiram o papel de mestres de cerimónia e ainda convenceram quatro pessoas a arquear-se com eles em cima do palco. Não foi provavelmente o melhor concerto, mas dentro de todas as condições de contexto, foi muito mais que aceitável.
No fim de festival, manda o bom senso dizer um "até já" ao FUSING Culture Experience e depositar expectativas na satisfação do público e do seu feedback. Parece que o bom senso dita igualmente que este festival não só se deva repetir mas também se torne num dos maiores do país contando com o melhor que Portugal tem para oferecer.
Mickaël C. de Oliveira
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