domingo, 11 de agosto de 2013

FUSING CULTURE EXPERIENCE - DIA 3






O terceiro dia do FUSING Culture Experience trouxe alguma estabilidade, com a grande maioria dos concertos a ter lugar no Palco Experience e com algumas bandas a aproveitar a oportunidade para deixar boas indicações para o futuro.

Com o sol a bater, as meninas de calções justos de saída, alguns corajosos em tronco nu, só faltava entrar em cena uma banda rock que nos enchesse de pó e de riffs agressivos. Foi aí que os Dukes of Speed chegaram, à moda de Buarcos (ali ao lado da Figueira), perante uma assistência atenta e que acompanhava a boa entrega em palco da banda com fortes aplausos. O vento era forte, o nosso cabelo era rock.





Os Mr. Miyagi, a segunda banda do dia, não tiveram a sorte de contar com muito mais gente mas não fez caso. Tratou-se de cuspir a raiva hardcore, como o sabem muito bem fazer, deixando bem vincado que a L&L é talvez a editora mais cameleónica que por aí anda e que em Viana do Castelo há quem não se esquive a esforços para conquistar o público, mesmo que isso implique um vocalista, tempo de voo e aproveitar as ondas. O encore, trouxe uma condição : "têm que partir essa merda toda", Ciso San dixit. O mosh Não se voltaria a repetir muito mais vezes ao longo do festival.




O desfile de bandas continuou com os Elektra Zagreb, pelas 19h. Com o público que procurava lugares sentados à sombra, poucos faziam frente à banda. As experiências ao vivo sucederam-se, as experimentações também : "Six Magic Mountains" foi um dos melhores momentos e "SoOOoo" causou muita estranheza entre os presentes. Não se trata, por certo, da "banda mais acessível do Mundo" mas, como muitas vezes o "estranho" pode ser sinónimo de interesse oculto, os Elektra não desperdiçaram a ocasião que lhes foi concedida. 





Do Luxemburgo, de Tokyo, de França ou de Portugal, os Love Echo acompanharam o escurecer da noite com uma mensagem cheia de esperança. A voz ténue e doce de Vicki Glass, quase sexual, foi salpicando ao longo da noite os tons eletrónicos de Victor Miranda. E só não nos aqueceram mais porque a noite figueirense é das mais frias que há por aí, pelo menos nesse dia 3 de agosto. Mas num cenário de praia, com a noite a cair, os Love Echo são aquele tipo de música a ouvir, em disco, engolido por um puff, entre o sono e o despertar, no limbo. Receptivos, viajámos em "Departure" como nos foi sugerido, e foi realmente um "Daybreak" na vida de quem, como os atingidos em cheio pelos sons dos Love Echo, quer ao máximo estar em todo o lado, ao mesmo tempo. A experiência sensorial atingiu o clímax talvez em "Love Cats", que não recomendamos a depressivos.





Mais relaxados, não sabemos se bem acordados ou não, se entristecidos ou mais felizes, se com mais frio ou mais calor, era tempo de levar mais uma lufada de riffs titânicos e tântricos, já no palco principal para ouvir os Black Bombaim. A história começou com os quase vinte minutos de "A", enquanto Tojó, Paulo e Ricardo impressionavam pela energia depositada, quase sem interrupções, num formato de 50 minutos (mesmo assim bem mais curto que em "Titans"). A correr, a correr, depois de mais uma daquelas palmadas monstruosas, era altura de descansar no palco Experience com escassos segundos do criador de sonhos que é Sun Glitters e de ouvir ao longe Frankie Chavez já mesmo no final, dando ainda para entender que contava com um público bastante receptivo.




O dia, ou noite, chegava ao fim com os Linda Martini no palco principal. O momento mais esperado do dia e aquele que, mais uma vez, atraiu mais público. E houve música para todos os gostos. Dos mais saudosistas de "Olhos de Mongol" aos que apreciaram mais os LM em "Casa Ocupada". Houve empenho, força, entrega, transmissão, paixão mas também as falhas do tempo ocupadas pelos Miura que no Palco Experience davam tudo para roubar para si alguma da emoção do palco FUSING. O que conseguiram em alguns temas, onde a confusão sonora instalou-se de tal forma que, a meio, ficaria a sugestão, irónica de quem já se confrontou com outras situações semelhantes, dos próprios Linda Martini para que no próximo ano fizessem um DJ Set no backstage
Hinos como "Belarmino", "Juventude Sónica", "Cronófago" ou o novo "Ratos" não deixavam ninguém quieto, tanto à espera do novo bébé, "Turbo Lento", como à espera que o final do 3º dia do FUSING Culture Experience tivesse direito a tocolíticos. Missão cumprida, em rock, em português, e não seria muito mais vezes que assim sucederia na Figueira da Foz.



Mickaël C. de Oliveira






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