domingo, 21 de julho de 2013

VOXELS - ENTREVISTA



"Bachelor House" é o disco de estreia, Pedro Chamorra e Pedro Pinto respondem por ele como Voxels. Logo ao primeiro dia do FUSING Culture Experience, a dupla segue para mais uma actuação ao vivo mas antes não faltam pretextos para que lhe peçamos que transformem parte do seu tempo em respostas à nossa curiosidade. Tivemos sorte.


BandCom (BC): Como definem “Bachelor House”, o vosso disco de estreia?

Voxels:
 Apesar de assumirmos sempre que Voxels não se fechará dentro de um estilo de música apenas, sempre tivemos esta ideia de fazer o primeiro longa-duração marcadamente disco-house pois foi com esse som que primeiramente fomos introduzidos à música de dança. Os incontornáveis Daft Punk, Armand Van Helden ou Basement Jaxx fazem parte da nossa formação e queríamos explorar, não só ao nível estilístico mas também ao nível técnico, a maneira como eles faziam "aquele som" em meados dos anos 90. O sampling define esse som, marca as influências e revela a nossa "escola". Definimos o "Bachelor House" quase como que uma homenagem a essa era dourada da música de dança, com um tom alegre e quente como o Verão.



BC: Como o vosso nome indica, à letra, a música dos Voxels é um filme a três dimensões sem intervalos?

Voxels: Este paralelismo é sempre feito, apesar de ser difícil de definir. Uma coisa é certa: apesar de normalmente a música de dança ser bastante directa e física nós tentamos sempre dar "profundidade" ao som. Mais do que uma questão técnica, é mais uma questão de percepção e envolvimento.





BC: No universo musical electrónico, um disco de estreia não equivale ou não resulta sempre da mesma quantidade de trabalho editado do que um disco de estreia de uma banda pop ou rock e as polegadas falam mais alto do que os CD. Que vantagens vêm na edição do vosso trabalho em longa-duração mais convencional?

Voxels: Nós já editamos alguns EP's antes deste álbum mas não queríamos fazer o que é bastante comum no mundo da música electrónica que é juntar esses EP's, adicionar mais umas 3 ou músicas e chamar a isso um "álbum". Como dissemos anteriormente, é uma obra bastante específica em termos de conceito e de tipo de som. Se bem que há músicas anteriores que poderiam encaixar nele (ainda hoje muita gente nos pergunta porque a "Every Girl" não está no álbum) mas a verdade é que nós temos muito trabalho para mostrar. Se isso é uma vantagem ou não, ainda estamos para descobrir, mas pelo menos revela esta nossa faceta de sermos bastante criativos e de ter muita obra para mostrar.


BC: “Bachelor House” é um disco de boas canções. É no formato canção que se exprimem melhor?

Voxels: Mais uma vez dizemos: este disco é bastante específico nesse aspecto. Noutras edições se calhar exploramos outros aspectos, se calhar não tão "fáceis", se calhar um pouco mais introspectivos. Se ouvirem a "Mayday" ou a "Chant" facilmente se percebe isso. Agora cabe ao público definir isso, possivelmente o "Bachelor House" é mais fácil de assimilar mas isso não define se somos melhores numa ou noutra versão.

BC: Editar um disco, ainda por cima de estreia, com selo de uma editora que oferece a possibilidade de ser feito o seu download 100% gratuito foi uma decisão arriscada?

Voxels: Foi apenas a conjugação de vontades comuns, ter alguém que queria apostar em nós e nós termos um canal que nos poderia, à partida, fazer chegar a um público mais abrangente. Tudo é um risco, e na realidade, nunca fizemos um cêntimo a vender música.





BC: FREIMA, ENCHUFADA, Con+ainer…o número de ligações a selos distintos acelerou o vosso crescimento?

Voxels: Para nós é uma honra ter convites de diferentes editoras, pensamos que é o reconhecimento do nosso trabalho. E, tal como dissemos umas linhas acima, permite-nos explorar diferentes caminhos, mostrar diferentes facetas. Não diríamos que acelera o processo, por vezes até atrasa pois, na realidade, temos que programar com alguma antecedência a cadência das edições e nem sempre as coisas correm como esperado…


BC: Hoje em dia, quão difícil é ser compositor de música? O revivalismo e a concentração de referências no passado é mais desejável ou mais ultrapassável?

Voxels: Diríamos que é mais fácil ser compositor de música mas é mais difícil destacar-se no meio de tanta oferta. Esta pergunta dava para páginas e páginas de resposta...


BC: Com a experiência que têm de já ter actuado em outros festivais e com artistas estrangeiros, acham que um festival 100% português é importante para a projecção da música portuguesa?

Voxels: Nós achamos que a música nacional está de boa saúde neste momento e tem muito para mostrar. Se um festival deste formato tiver a oportunidade de juntar os melhores nomes, aliados a uma boa organização e localização, e mostrar tudo isso ao público estrangeiro que nos visita é uma mais-valia. 





BC: O público é o vosso melhor crítico?

Voxels: Nós somos o nosso melhor crítico. São as vantagens de ser uma dupla de produtores!

BC: O que podemos esperar dos Voxels no FUSING Culture Experience?

Voxels: Vai ser uma excelente oportunidade de mostrar o nosso som num ambiente de verão e calor, onde as pessoas estão à partida mais predispostas à diversão. Nós estamos mais habituados ao ambiente de clubes fechados mas pensamos que nesta experiência em específico, vamos explorar na totalidade o nosso som mais alegre e divertido. É bom também ver um cartaz recheado de muitos amigos, tanto é que vamos lá ficar a curtir os dias todos do festival.


André Gomes de Abreu




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