Vai uma salada musical? Sim? Ótimo. É isto que podem esperar
do EP de estreia dos The Stonewolf Band, intitulado "Daybreak",
lançado em Janeiro deste ano. A banda lisboeta composta por Ricardo Lobo
(guitarra acústica, cavaquinho e voz), Gonçalo Pereira (percussão), Filipe
Mendes (baixo) e Gon Mendes (bateria) produziu um disco recheado de boas
energias, transbordando positividade ao longo de seis temas que nos são
apresentados com uma boa dose de blues e country, bem como uns pozinhos de reggae
e folk pelo meio.
"Rub Up" dá início à
viagem sonora com uma slide guitar
que nos remete para o country/blues contando ainda com umas pitadas de
distorção aqui e ali, enquanto que a trilha resume em si a mensagem positiva que a banda
deseja transmitir e que é comum ao restante do disco. Segue-se "Rival",
faixa mais direta, com riffs mais
pujantes no momento mais groovy e
símbolo das raízes rock que a banda assume possuir. Com um refrão mais complexo
e um pouco mais experimental globalmente não foge, no entanto, ao fio condutor
de todo este "Daybreak".
O primeiro
tema mais melódico é "Texas", que de tão eufónico, doce e folk enquadrar-se-ia perfeitamente, por exemplo, na banda sonora de "Into
The Wild" composta por Eddie
Vedder. Por seu lado, "L.L.G.", sigla para "Little Lady Girl", é a canção mais pop-rock do registo havendo ainda espaço para o ritmo funk e para a
guitarra dar um ar da sua graça em pequenos momentos. Mais uma vez, o
positivismo é a mensagem a reter e o estilo preconizado nos álbuns mais
recentes de Carlos Santana emerge em todas as audições
Seguindo a
orientação mais melódica e pop do álbum, "Follow Me" tem nos momentos certos coros bastante interessantes e um acrescido solo de guitarra já no final. A terminar o LP, "Faultline" cria uma atmosfera intimista e extremamente soft no seu jeito blues, onde a voz e a guitarra são quem mais
brilha, capaz
de fazer vir ao de cima o que de melhor há em cada um de nós.
Um registo onde os devaneios musicais ou os egos
individuais dos músicos dão lugar aos sentimentos e à mensagem que se deseja
transmitir. Funcionando como uma verdadeira coletânea de estilos musicais, este álbum revela-se como uma verdadeira lufada de ar fresco numa altura em que o
país bem precisa de algo que ajude a elevar-nos o espírito. Se precisa de algo
que lhe faça sentir melhor, o efeito é praticamente imediato após ouvir este
EP. Se não precisa, ouça-o na mesma porque vale mesmo a pena.
Hugo
Gonçalves
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