quarta-feira, 31 de julho de 2013

JUBA - ENTREVISTA

Actuam no dia 2 do FUSING Culture Experience, são um conjunto de jovens com talento já evidenciado em que depositamos expectativas, já deram espectáculo em sítios tão distintos como o Parque Fluvial de Barcelos ou o Museu da Carris e reúnem em letras maiúsculas a comunhão de traços tão distintos de indie-rock, surf-pop, post-punk e pica por hipnóticos. Antes que o disco de estreia seja devorado e antes que "Bloodvessels", "Lion King" e "Victorian Creeps" corroam os carretos do leitor de CDs, senhoras e senhores: os JUBA.





BandCom (BC): Optaram pelo nome de JUBA em referência à capital do Sudão do Sul. Se nunca tivesse sido independente, teriam pensado nele ? Havia outros nomes em cima da mesa ? Lisboa ou Paris, por exemplo, seriam nomes mais “pretensiosos”?

JUBA: Na verdade a escolha do nome não foi muito pensada, queríamos um nome de quatro letras, que soasse bem e que de alguma forma lembrasse a nossa sonoridade. Surgiu JUBA que remete para música com cabelo. Gostámos disso.


BC: Simbolicamente, pode significar o nascimento, a juventude, a ingenuidade, a emancipação, a turbulência que todos os países novos conhecem nas suas premissas. Palavras sinónimas do início de todas as bandas ou mais particularmente da vossa ? Se sim, em que medida ?

JUBA: Sim de certa forma representa tudo isso. No início todas as bandas sentem essas dificuldades e nós não fomos diferentes. Felizmente hoje em dia já vão havendo iniciativas que vão permitindo às bandas sair da garagem e tocar para públicos maiores. Foi o que nos aconteceu com o autocarro da Red Bull e o Vodafone Mexefest.


BC: Falem-nos um pouco do vosso primeiro álbum. Como correram as gravações? “Hindu Surf Riot” é algo que ainda vos assiste?

JUBA: O álbum acaba por surgir na sequência dos concertos que temos vindo a dar. As músicas que lá estão são as que temos tocado. O processo de gravação correu bem e tivemos tempo para experimentar que era uma coisa que nós queríamos mesmo. Resumindo, é um álbum com solos barrocos, solos de conga, um bocadinho de Hindu e outro de surf.


BC: Recentemente lemos que no vosso caso ” as letras acabam por ser a última peça”. O que representam as palavras no vosso processo musical? Como as escolhem?

JUBA: Quando estamos a compor não nos preocupamos muito com as letras. São as melodias e os arranjos que nos dão mais gozo e muitas vezes só escrevemos as letras nas vésperas de gravar. As palavras acabam por ser um complemento ao tema que os instrumentos inspiram.





BC: Tropical Tobacco, Super Clarks, Musket e Colour Is A Common Mistake estão em stand-by ou estão num cantinho da vossa cabeça ? Já pensaram, durante o vosso processo criativo, que uma das vossas músicas tinha mais a ver com os vossos projetos precedentes do que com o atual? 

JUBA: Algumas dessas bandas acabaram em definitivo e foram inclusive o mote para começar JUBA. Outras continuam em stand-by. Há ideias que não conseguimos expressar em JUBA, e por isso é normal que cada elemento tenha o seu projecto pessoal aonde possa extravasar outras sonoridades. Mas acabamos sempre por estar sempre envolvidos e entreajudar-nos. Quando surge um riff num ensaio ou em casa e um de nós consegue idealizar uma música inteira, provavelmente esse riff vai ser usado para uma música de um projecto pessoal. Quando surge um riff e essa pessoa não sabe bem o que fazer a seguir, no ensaio com o input criativo de cada um, provavelmente vai surgir uma música de JUBA. A diferença é essa.


BC: Conseguem encontrar alguma razão para o facto de só com músicas ainda não compiladas terem mais exposição do que com outros projectos com que até editaram EPs?

JUBA: Sinceramente é algo para o qual não encontramos explicação. Estamos bastante gratos com o que conseguimos até agora e agradecemos a todas a pessoas que ouviram a nossa música.


BC: Na colectânea “Novos Talentos FNAC 2013” os JUBA entram com um tema só conhecido das actuações ao vivo. Foi uma feliz conjugação de vontades juntar a divulgação de um novo tema à vossa presença? Sentem-se bem acompanhados?

JUBA: Na altura em que surgiu o convite para integrar a colectânea, tínhamos o álbum em fase de mistura. Inicialmente iriamos avançar com a "Bloodvessels" mas o Henrique Amaro pediu-nos se poderia ser uma faixa nova, visto o álbum estar em mistura. Falámos então com a malta do estúdio que conseguiu adiantar a "Victorian Creeps". Curiosamente, não tivemos nada a ver com a escolha dessa música, simplesmente era a que estava mais adiantada no processo. Sentimo-nos muito bem acompanhados, com bandas amigas e outras que já seguíamos.


BC: No FUSING Culture Experience vão partilhar o palco com muitos nomes da nova música portuguesa. Como encaram esse evento? 

JUBA: Estamos bastante ansiosos para partilhar o palco com algumas das melhores bandas portuguesas da actualidade. Estamos a preparar um set diferente daquele que temos vindo a apresentar com algumas músicas que vão estar no álbum e novas composições e interlúdios que temos vindo a compor.





BC: Qual o concerto mais decisivo até agora para os JUBA? 

JUBA: Talvez o concerto no Red Bull Tour Bus. Foi o nosso segundo concerto e tocámos para um mar de gente, em cima de um autocarro aonde mal nos conseguíamos mexer. Fomos muito bem recebidos, tanto pelo público como pelas bandas que também integravam o cartaz. E foi também o nosso primeiro backstage com bebidas brancas em estilo livre. Foi uma experiência nova.


Mickaël C. de Oliveira




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