domingo, 23 de junho de 2013

FESTIVAL NOVOS TALENTOS FNAC 2013 @ CINEMA SÃO JORGE - REPORTAGEM




12 bandas portuguesas, 3 espaços e diferentes estilos musicais. Foi assim que, na passada sexta-feira, o Cinema São Jorge recebeu mais uma edição do Festival Novos Talentos FNAC, com um cartaz de luxo, feito de grandes revelações musicais e “novos talentos” já consagrados. Tratando-se de um festival e não tendo nós o dom da ubiquidade, não nos foi possível assistir, com todo o pormenor, a todos os concertos.




Os Brass Wires Orchestra são estreantes na colectânea Novos Talentos FNAC deste ano, apesar de terem surgido em 2011. Com um folk descontraído, “os Mumford and Sons portugueses” encheram a sala 1 do São Jorge (a sala principal e a mais ecléctica do festival) e encantaram com as suas guitarras e secção de sopros, em temas como "Anchor", o escolhido para a colectânea, ou "Tears of Liberty", que será o single do álbum "Cornerstone" “a ser lançado entretanto”.




À saída, pudemos ouvir o duo Colibri, com os seus óculos escuros e o seu “pimba lixado” no Café Concerto, descendo de seguida para a sala 2 (sem dúvida, a com maior diversidade de estilos). Despida de cadeiras e com um ambiente de sala de ensaios, a sala 2 recebeu entretanto os Ermo, a dupla oriunda de Braga, com uma sonoridade agressiva, ainda que minimalista, e o seu estilo próprio e experimental.




Voltando à sala principal, seria a vez de Tape Junk, banda que abre a colectânea Novos Talentos deste ano. Ainda que prejudicados pelo feedback constante, o mais recente projecto de João Correia (vocalista dos Julie and the Carjackers) mostrou a sua energia pop e as suas influências do folk da melhor forma, sendo de destacar a excelente colaboração do guitarrista Frankie Chavez.




Os First Breath After Coma foram, para muitos, a surpresa da noite. Ainda que a lembrar Explosions In The Sky (ou não fosse o nome da banda o nome de um tema seu), a banda de Leiria primou pela inovação e pela aura positiva que criou na sala 2.




Mazgani fez parte da colectânea Novos Talentos FNAC em 2007 e é já um talento consagrado da música portuguesa. Com o seu one-man-show, cantou-nos, entre outras coisas, sobre amor e morte, no seu forte blues e a sua voz poderosíssima.




Outro dos pontos altos da noite foi o concerto dos Nice Weather for Ducks. Tendo marcado presença na colectânea do ano passado, foi ao seu som que a temperatura da sala 2 aqueceu, com todo o público a dançar ao som de “Bollywood” ou “Back To The Future” e a cantar a plenos pulmões o refrão de “2012”.




Já com menos público e o cansaço a fazer-se sentir nos resistentes, a recta final do festival chegou com o “velho talento” Samuel Úria (novo talento FNAC em 2009), que por ser cabeça de cartaz do festival pode usufruir de mais tempo para actuar do que os restantes artistas. Acompanhado pela sua banda (da qual reconhecemos Filipe Sousa e Jónatas Pires, membros d' Os Pontos Negros), Samuel tem-nos vindo a habituar a bons concertos e este não foi excepção. Entre o clássico “Teimoso”, a bonita “Barbarella e Barba Rala”, ou temas do seu mais recente disco “O Grande Medo Do Pequeno Mundo”, como “Espalha Brasas”, “Essa voz” ou a comovente “Lenço Enxuto”, o Tio Sam fechou a noite com chave de ouro.




Apesar de o cartaz do ano passado ter sido mais completo (duas noites de festival, com nomes mais sonantes, em vez de uma só noite), e de pecar pelo pouco tempo que cada banda possui para actuar (aproximadamente meia hora para cada artista), o Festival Novos Talentos FNAC cumpriu o seu objectivo de dar a conhecer as jovens promessas da música nacional da melhor forma. A iniciativa é louvável e esperemos que seja para continuar por muitos e bons anos, para bem do “futuro da música portuguesa”.



Joana Andrade
Fotografias por Catarina Alves
(galeria completa em facebook.com/bandcom)






0 comentários:

Enviar um comentário

Twitter Facebook More

 
Powered by Blogger | Printable Coupons