quinta-feira, 6 de junho de 2013

Balão Dirigível - Meta (2013, Ed. Autor)


Os Balão Dirigível não são propriamente uma banda fácil de se gostar; o seu punk rock, apesar de não passar disso mesmo – punk rock -, cria em si uma série de obstáculos que nem todos irão conseguir ultrapassar. Primeiro há a vertente mais inóspita criada pelas vocais, claramente repescada da seiva de perfil mais hardcore de bandas norte-americanas dos anos noventa, como Drive Like Jehu. Depois, aliado a isso, existe toda uma precisão e rapidez no trabalho das guitarras, que de uma maneira mais ou menos nítida vinca as influências math rock que se ouvem em Meta. E fodei-vos a todos, mas malhas como Canção de um bosque, Água pelos joelhos ou Latir não se ouvem todos os dias.


Mas se do ponto vista instrumental Meta é um registo que mescla diversas influências, da sua vertente lírica já não podemos dizer o mesmo; as letras que recheiam as composições dos Balões Dirigível são algo abstractas, descuidadas e, por vezes, nem sequer parecem fazer sentido, e acaba por ser sobretudo aqui que Meta perde qualidade. Não que precisemos de saber tudo quanto se berra, mas o punk sempre nos acostumou a letras simples, fáceis de reter na ponta da língua e entoar num dia mais turvo enquanto se dá o pontapé num caixote do lixo de raiva para com a vida.

Em suma, Meta não é um mau sucessor do EP de estreia para os Balão Dirigível; é, na verdade, um registo mui promissor para a banda que recentemente integrou o colectivo Coronado. É certo que lhes falta alguma maturidade para que façam brotar registos mais sólidos, mas até hoje o que é o que tempo não resolveu? Apontem nas vossas agendas: estes miúdos têm tudo para ser gigantes.

Classificação final: 7.4/10


Emanuel Graça




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