segunda-feira, 3 de junho de 2013

PALCO HEINEKEN BUILD UP @ LUX FRÁGIL, 16/5/2013 - REPORTAGEM



Os já confirmados Dead Combo juntaram-se a Paulo Furtado na pele de The Legendary Tiger Man para a apresentação oficial do Optimus Alive nas componentes da organização (Álvaro Covões, Everything is New) e da marca Heineken, forte e habitual presença neste festival citadino. Para além da noite de concertos, ficou-se a saber que os DIIV, os Rhye e os Wild Belle são as mais recentes adições ao cartaz de dia 13 de Julho. The Legendary Tiger Man a 13 e os Brass Wires Orchestra a 14 reforçam o contingente nacional e foi precisamente com os Brass Wires Orchestra que a apresentação do evento, em tom orgânico, ganhou os seus primeiros momentos musicais.
A austeridade, musicalmente falando, afinal dá resultado e os incêndios não são protestos. É assim que blues e rock n' roll saltam de todos os poros de Paulo Furtado, que embora sem grandes novidades no seu alinhamento em relação a actuações anteriores, repescou oportunamente a presença holográfica das suas convidadas de Femina ("Life Ain't Enough For You" e "Light Me Up Twice", Asia Argento e Cláudia Efe) para começar a construir cerca de uma hora de puro prazer. De "Vermute", o novo disco que sai lá para o Outono, conhecemos "A Lifetime Of Your True Love" e da colaboração com os Dead Combo previsível para o Optimus Alive em Algés, saiu toda a areia do deserto de "Let Me Give It To You" de "Masquerade". No esforço final, nem mesmo quem lá estava mais para falar do que para ouvir ficou de pé com os clássicos "I Got My Night Off", "Crawdad Hole" e "Bad Luck Rhythm'n'Blues Machine". A pergunta é sempre a mesma: "Vocês gostam de rock 'n' roll?: então que se lixem os metrónomos.




A gozar de um reconhecimento invejável e gratuito, os Dead Combo sentaram-se no palco do piso inferior do Lux Frágil sendo como sempre "uma das mais bonitas bandas do Mundo", como Paulo Furtado os retratou naquele exacto local momentos antes. Para lhes prestar a devida reverência, é muito mais útil prestar atenção às sempre importantes mas misteriosas descrições que Tó Trips faz de quando em vez e admirar a capacidade de o Mundo lhes pertencer nos dedos, nos sapatos lustrosos e na caracterização comum a muitas das manigâncias e moscambilhas das suas canções. Entre "Rodada", "Lusitânia Playboys" (a história de "dois amigos do jazz que no Cais do Sodré encontram duas miúdas com os seus namorados ao pé"), "Mr. Eastwood", os sucessos vêm, uns atrás dos outros, e as meninas dançam. 


Nunca se saberá que Portugal musical/melómano, mais vasto ou menos, acolheria Tó Trips e Pedro Gonçalves. São pequenos detalhes que juntos mudam o estatuto de uma banda numa audiência de um país, e serão esses mesmos detalhes que calharão em sorte a alguma das bandas presentes de 12 a 14 de Julho no Passeio Marítimo de Algés. Até já.


André Gomes de Abreu
Fotografias por Catarina Abrantes Alves






0 comentários:

Enviar um comentário

Twitter Facebook More

 
Powered by Blogger | Printable Coupons