Estávamos em 2003 quando a
Matarroa surgiu e Martinez apresentou a Portugal nomes como Fidbek, Bezegol, o
alentejano Vrz e o activista angolano Brigadeiro Matafrakuxz. Percorreram
páginas da "HipHop Nation", encheram prateleiras da Fnac e da KingSize
e músicas como "Onde Andas?" e "Foi Como Foi" viriam a
tornar-se em hits devido à Antena3 e ao Sol Música. Os
anos seguintes puderam-se apelidar de bonitos e nomes conhecidos como Xeg e
Mundo Complexo chegaram a editar pela mesma.
Passaram-se dez anos. A
"HipHop Nation já não existe", a KingSize já não existe, o Sol Música
já não existe e a própria Matarroa já não existe. Bezegol tornou-se grande
(especialmente dentro da cena reggae)
mas o resto da primeira demanda foi, infelizmente, caindo no esquecimento...
tirando Stray. Lançou o
seu primeiro álbum a solo em 2011 ("O Diabo") e logo no início de
2013 apresenta-nos então "Coraçãozinho de Satã".
Ao contrário do álbum de
estreia, nem todas as faixas estão a cargo de Taseh, contando agora também com
Keyboard Kid que produz metade do álbum e ainda o misterioso IVVVO que em
"Chuço" produz aquele que deve ser o melhor instrumental presente.
Tem a participação de dois colegas da Monster Jinx: J-K e Pulso, sendo que este
segundo deixa a vontade de ouvir mais (um álbum a solo seria bem vindo)
e do ilustre Manel Cruz (Ornatos Violeta, Pluto...) com quem partilha a
última faixa, deixando-nos calmamente a achar que acabámos de ouvir algo bem
acima do nível do que se anda a fazer em Portugal.
A Monster Jinx continua
assim a provar que fazia falta no nosso país e Stray só veio mostrar que uma
grande escola de rap aliada a influências e temáticas
diferentes originam frutos novos e interessantes.
Luís Julião
0 comentários:
Enviar um comentário