quarta-feira, 17 de abril de 2013

Mr Miyagi - There’s No Destiny… Enjoy The Ride (Lovers & Lollypops, 2013)



Os Mr Miyagi não perdem tempo em nos mostrar aquilo que fazem; a sua música é objectiva e imediata. Não existem passeios por mundos alheios àquilo que compele a sua existência: os riffs das guitarras, que tanto chamam pela vanguarda leal do rock de cariz pesado e setentista, anunciam isso mesmo, e a verdade é que esta é a grande chama da banda de Viana do Castelo.

A intensidade inerente à experiência sónica que é escutar os Mr Miyagi há muito era conhecida, mas em There’s No Destiny… Enjoy The Ride foi aprumada e o som soa-nos mais maduro e coeso: passa-nos, e muito, pela cabeça os tempos áureos do hard-rock e criam-se hipotéticos episódios de pessoas a abanar a cabeça; num autêntico headbang. A sonoridade passa irremediavelmente por isso mesmo, pelo convite que este disco representa; quem o ouve só se quer abanar todo. Quer pular desde a fila de trás até à fila dianteira em crowdsurfing. E esse desejo que este disco nos consegue despertar é louvável, Mr Miyagi.

 
Porém, nem só de pontos positivos se faz este disco: existe uma enorme homogeneidade por entre ele e isso nem os seus malhões mais excitantes, como é a brilhante Maria (riff de ouro para aqueles que gostam de passear a sua barba rija) ou Black Speed conseguem apagar – mas, por outro lado, isso também é um trunfo certo para todos aqueles que gostam de abanar a cabeça até sentirem dores de pescoço.

Em suma, There’s No Destiny… Enjoy The Ride revela-se como um dos discos portugueses do ano que mais vontade nos dá de dedilhar hipotéticas guitarras e acompanhar todos estes riffs deliciosos que por cá habitam – é certo que o resto também está no sítio e no momento certo (há groove, há uma linha de baixo sapiente e há voz a condizer de uma maneira algo surpreendente – as vocais deste disco parecem apontar para um caminho que não é totalmente aquele a vertente instrumental segue, mas isso acabar por funcionar de uma maneira bastante positiva), mas este disco é sobretudo um disco onde o dom da guitarra está carimbado. E a festa do rock está prometida.

Nota final: 7.5/10
Emanuel Graça




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