quarta-feira, 17 de abril de 2013

Azevedo Silva + O Diligente + A Neura@Casa do Xiné - 12 de Abril 2013


      Por volta das
onze de uma amena noite de 6ª feira, a mítica aldeia de Quintandona estava finalmente à vista. A quem não conhece este pedaço de paraíso no meio da cidade, a visita é altamente recomendável. Todos são recebidos com um sorriso do rosto, boa disposição e um copo de mijo de jebo (bebida típica da aldeia).


       Como manda a lei dos concertos, este estava atrasado por forças das circunstâncias, dando ainda espaço para algum convívio pré-concerto.

        Finalmente chegada hora de iniciar as festividades, os primeiros a subir ao palco da Casa do Xiné foram O Diligente e A Neura.


Mesmo uma espectadora assídua dos concertos d’O Diligente a solo, mais propriamente do Davide Lobão (O Bisonte), sente uma certa estranheza ao vê-lo tão (bem) acompanhado em palco. A Neura de Davide Lobão é composta por Pedro Alves e Pedro Afonso (Homem Mau), Gualter Barros (O Bisonte) e Vítor Pinto (O Abominável), que trazem à música intimista e simples d’O Diligente uma força e densidade quase indomáveis. Temas como “Vá” ou “Foge” ganham uma nova roupagem e, aos ouvidos de todos os presentes naquela noite, mais peso…. bastante mais peso. Digno de destaque é o trabalho de projecção e luz que complementou a música, sem a exceder, criando uma atmosfera que envolveu cada um dos presentes.



Neuras à parte, o palco compõe-se para receber Azevedo Silva. Acompanhado por Filipa Vale nas teclas e no violino e Dino Rubio na bateria, este trio leva-nos em pequenas viagens, contando histórias dos diferentes trabalhos de Azevedo, sendo o mais recente Monja Mihara, lançado em Maio do ano passado.

       As simbioses criadas entre o violino de Filipa Vale e as composições de Azevedo tornam quase perfeitos alguns destes momentos musicais. Por entre “Mediocridade” e “Lampedusa”, incluídos em Monja Mihara, Azevedo fazia pequenas intervenções, explicando o sentido de algumas das suas histórias e dando a provar ao público presente as suas inspirações e aspirações. Para o final deixou-nos o tema “Manel Cruz e a Canção da Canção Triste” (Carrosel,2010) que, segundo o próprio, é uma resposta ao tema de Manel Cruz e consegue uma carga dramática semelhante, não defraudando os fãs de Foge Foge Bandido. E, como já dizia Nuno Catarino na sua crítica ao Carrossel, pelo Bodyspace, “o mundo precisa também de quem cante os dias de chuva e Azevedo conta-nos histórias que nos fazem pensar.

        Despojado de qualquer artefacto em palco e apesar de todas as condicionantes físicas de Azevedo Silva, recorda-se este concerto de olhos fechados e com um sorriso no rosto, na expectativa que se repita em breve.  


Texto e fotos de Raquel Lemos




0 comentários:

Enviar um comentário

Twitter Facebook More

 
Powered by Blogger | Printable Coupons