terça-feira, 12 de março de 2013

THERE MUST BE A PLACE @ CENTRO CULTURAL DE BELÉM, 9/3/2013 - REPORTAGEM




There Must Be a Place, para quem não conhece, é um projecto (ou colectivo, como André Tentúgal explicou a meio do concerto) que pretende unir duas bandas, Best Youth e We Trust, e levá-las a cidades de Portugal onde, de outra forma, seria mais difícil chegarem. São duas bandas relativamente recentes e com estilos que, apesar de serem algo diferentes, encaixam na perfeição, especialmente ao vivo, entre originais e adaptações de músicas das duas bandas.

Quando o Pequeno Auditório do CCB fechou as luzes ao público, Nuno Sarafa, o baterista, entrou em palco discretamente, sem aplausos, e começou a tocar a percussão da versão dos Best Youth Wait For Me. Seguiu-se a entrada do baixista, Fernando Sousa, e dos restantes quatro artistas, à medida que os holofotes se foram ligando.

Freedom Bound, por algum motivo que desconheço, faz lembrar algumas músicas mais calmas de Anathema, embora numa sonoridade mais pop. André Tentúgal puxa pelas notas mais agudas, mas não desafina, apesar do seu terreno mais seguro ser nos graves.

Again e Nice Face, as duas músicas que mais me agradam deste projecto, fizeram também parte do alinhamento. Again tem um ritmo disco dos 90, uma sonoridade bastante portuguesa, estilo Heróis do Mar, mas muito mais actual, com André Tentúgal como lead-singer, mostrando os seus dotes vocais. Em Nice Face podemos bater o pé ao som da voz ritmada do refrão e da linha de baixo que é apenas magnífica.


Shouts foi outra das músicas de Catarina Salinas e Ed Rocha Gonçalves que foi adaptada para este projecto, mantendo no entanto a sonoridade típica dos Best Youth. Um som bem mais jazzy, com uns oh-oh’s ao estilo soul, desafiando-nos a estar pele a pele – uma música bastante sexual. Aliás, não sei se é pela voz, mas as músicas dos Best Youth estão carregadas com uma certa atmosfera sexual; uma sensualidade inegável especialmente na música Hang Out. Aos primeiros acordes desta música já o público aplaudia e mostrava conhecer a letra. Este foi o maior êxito dos Best Youth, talvez pela magnífica voz de Catarina Salinas, talvez pela emoção com que ela a canta, talvez pelo ritmo embalador da música.  
Honeytrap, originalmente da autoria dos Best Youth e Time (Better Not Stop), o grande êxito dos We Trust, que foi dedicado a um rapaz que, mesmo com algumas dificuldades de locomoção, veio assistir ao concerto, também não faltaram (não podia!). Começou-se com uma sonoridade bastante acústica até explodir com a percussão, momento em que todo o público se levantou para baloiçar ao som deste pop/new wave. Pelo meio, ouvimos também o mais recente single dos We Trust, Once At A Time, música bastante leve e alegre, com as linhas de sintetizador características da banda.

O espectáculo desenlaçava-se entretanto, mas logo de seguida Catarina Salinas, Ed Rocha Gonçalves e André Tentúgal subiram novamente ao palco para um encore. O concerto foi marcado pelo humor, especialmente graças a André Tentúgal que revelou ser um excelente entretainer, e pelo gosto que os artistas mostraram por este projecto: veja-se Catarina Salinas que quando não estava agarrada ao micro, a cantar com emoção, dançava livremente pelo palco. There Must Be Place, o disco, pode ser descarregado gratuitamente da página da plataforma Optimus Discos: não há por isso desculpa para não ouvir e faltar aos próximos concertos (Casa da Música, Porto, no dia 13; Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, Ílhavo, no dia 16 e Casino Figueira, Figueira da Foz, no dia 30).


Alinhamento

Wait For Me 
Too Kind To Mind
Again
Freedom Bound
Nice Face
Shouts
Once At A Time
Tell Me Something
Them Lies

Hang Out
Honeytrap
Time (Better Not Stop)
Surrender


Encore

When All The Lights
Summer

Carreto
Fotografias por Catarina Abrantes Alves
(galeria completa em facebook.com/bandcom)




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