quinta-feira, 7 de março de 2013

Jibóia - Jibóia Ep (2013, Lovers & Lollypops)



Se na quentura e exotismo das proximidades do equador e trópicos serpenteiam jiboias, Óscar Silva queda-se por não lhe estropiar habitat; abrasam-se loops e exuma-se por solos ricos em flora, uma flora rica em guitarras embalsamadas em psicadelismos atordoantes. A locomoção da sua música também não se esquiva do conceito animal, mas quem se acaba por abanar e gingar ao barulho dela somos nós.



No seu EP de estreia, homónimo, lançado pela mão da sempre grande Lovers & Lollypops, havia um burburinho que se teimava em silenciar. Havia ruído acerca do que esperar desta estreia, sendo que eu também contribuía para tal. E agora depois dele ter conhecido a luz do dia? Não me posso considerar uma pessoa totalmente desiludida. Todavia, Jibóia não magicou veneno suficiente para me render logo na sua estreia.


A atmosfera das suas músicas são muito semelhantes entre si, existe um perfil bastante monótono ao longo do EP: os riffs soam, por diversas ocasiões, semelhantes. Os loops, ou maneira como eles estão/são articulados, revelam-se, por vezes, pouco dinâmicos e retiram parte da intensidade que algumas canções conseguem ter, lá bem no plano de fundo – pois os loops são, tal como a produção do registo enfatiza, o grande cerne para a génese musical de Jibóia. Em contraste, e aquilo que realmente me fez gostar deste EP, tudo o resto: as ambiências perfumadas em toques e retoques psicadélicos. O africanismo transversal à sonoridade de Jibóia. Mas, sobretudo, a frescura que este EP promete em pistas de dança imaginárias. Longínquas. Distantes. Imaculadas. Mas sujas de perigo: o perigo que paira em Jibóia. Conclusões? Tirem-nas vocês mesmos. Mas que Jibóia é uma promessa não haja dúvidas.


Classificação final: 7.0/10

Emanuel Graça
 




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