Quarta-Feira, dia 14 de
Março, ficou marcada por mais uma sessão do tão habitual Offbeatz. Como sabemos, a cada evento são apresentados dois videoclips, pertencendo esta semana aos Algodão
e aos BlackBambi.
Após apreciação dos registos
audiovisuais de novos realizadores em ascensão, foi tempo de subirem ao palco
as duas bandas que encabeçaram o cartaz semanal. O primeiro concerto da noite
pertenceu aos Brando Fel, compostos por sete elementos, apesar de nessa noite
contarem com apenas seis dos sete no palco da Musicbox. No entanto, a banda apresentou-se com vontade de agarrar
o público, desde a primeira música, tentando rechear a sua performance com
músicas mais alegres e animadas com o incentivo de apelar a audiência a bater o
pé. Há o sentimento que as músicas bem podiam estar inseridas na banda sonora
de uma telenovela da TVI. A voz semelhante à de Jorge Palma, transmite a sensação que já ouvimos aquelas harmonias
algures, mas felizmente a presença do trompetista ajuda a marcar uma diferença
bastante acentuada e a desfigurar parte dessa primeira impressão que temos
quando ouvimos estes Brando Fel.
Coube aos já conhecidos The
Hypers, encerrar o evento. Fizeram-no cheios de riffs e solos estonteados e algo excessivos, fizeram balançar a
plateia ao som de músicas como Nature
Calling e Close to Me. Com uma
sonoridade que faz lembrar bandas como os Kiss ou AC/DC, os The
Hypers foram sempre muito comunicativos, com o vocalista, por vezes, a
fazer lembrar o australiano Craig
Nicholls, dos The Vines, mas menos autista. O novo single You're Never Too Old
fez parte do alinhamento, que conta com a participação de Selma dos Wraygunn, que
infelizmente não pôde estar presente. Quando pensamos que estava encerrado o set, os The Hypers voltaram para
tocar mais uma música, mostrando uma certa rebeldia, pois excediam o número de
músicas permitidos pela organização do Offbeatz. Foi, definitivamente, uma noite com um Musicbox a meio gás e a reconsiderar os novos valores do panorama nacional.
A sessão 104 do Club Offbeatz ficou marcada pela apresentação dos mais recentes videoclips de A Armada e DJ Ride, "Sinceramente" e "Cut The Music", e por actuações dos Asimov e da mesma A Armada.
A começar a noite, ouvimos Pedro da Rosa e o realizador Telmo Vicente a falarem sobre tudo o que andou à volta da criação do videoclip de "Sinceramente": muito trabalho, alguns dias de estrada e trazer à baila tudo o que pode estar por detrás de vários dias que desenbocam num concerto. Por seu turno, não seria muito diferente o que DJ Ride e Gonçalo Santos nos mostrariam acerca de "Cut The Music", tema de "Life In Loops" de 2012 que conta também com a participação dos Groove 4Tet e cujo videoclip leva-nos também por ângulos de diferentes câmaras a diferentes sensações bem casadas com o groove do tema em causa.
Há revivalismo no duo de Carlos Ferreira e João Arsénio, os Asimov que se bipartem também para derivações folkways, não sendo este o caso que nos esperava. O que vimos foi, entre músicas de "Algures no Mundo É Noite" (como "On Through The Night") e algumas músicas novas, uma demonstração, embora curta, de um psychoboogie rock sujo de entretenimento gratuito e directo. Mais instrumental, menos vocal (subam o volume!), Asimov significa respeito e reverberação ao longo de todo um conjunto de memórias de música de barba rija e de vida malvada. Maio está quase a chegar e deverá trazer novidades quanto a "Overseas", o próximo registo.
A beneficiar claramente da sua apresentação anterior, A Armada fechou a noite em alta.
O uptempo do pop-rock anglo-saxónico colocou o público presente num ambiente claramente familiar, talhado daquele ambiente frenético que vemos na original curta-metragem ficcional "Nos Bastidores da Verdade" e nisso não foi menos directo que os Asimov que os antecederam. "Sinceramente" não faltou, "Charanga é Rock n' Roll" muito menos e ainda se ficou a saber que há mais videoclips na calha e um disco para ser gravado durante este ano.
As doze badaladas serviram para lembrar que há mais sessões a chegar nas próximas Quartas-feiras, no MusicBox, com a nova geração da música portuguesa. É isto que procuramos.
Textos por João Taborda e André Gomes de Abreu
Fotografias por Sílvia Santos e Catarina Alves
(galeria completa em facebook.com/bandcom)
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