quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

GLASS IN THE PARK - EMPTY POCKETS TELL THE STORY (2012, Bandcamp)




Glass In The Park. Quem os ouvia no início, pouco depois da formação da banda, ouvia uns miúdos que se juntavam para fazer um rock ingénuo e soltavam umas demos caseiras que não deixavam muito a desejar.
Desde aí a evolução foi grande. Muito grande. Num processo que não demorou muito tempo foram-se tornando numa banda mais adulta, com mais experiência de concertos, e sobretudo com mais consciência de si própria, chegando por fim a este EP "Empty Pockets Tell The Story".

A sonoridade não é inovadora, mas é característica e coerente ao longo de todo o trabalho. Um ambiente onde reina o sombrio e melancólico, mas não demasiado, pois à espreita saltam uns grooves nu-metal e umas linhas punk de raiva juvenil embaladas em breakdowns e bateria poderosa (como em "Spreading Bullets") que não desiludem e servem bem todos nós que muitas vezes gostamos esquecer os aspectos complexos da música, e de torcer as vértebras do pescoço. É porém, nesta mistura, que em momentos algumas músicas pecam por falta de solidez estrutural.





Um EP que entra a abrir com "The Last Word" - na minha opinião uma das melhores músicas - um bom convite de entrada, puxando de um punk arranhado de metal, mostrando que já não estão para brincadeiras, um pouco no registo de "Spreading Bullets". "Tenho Coisas" é uma grande música e sem dúvida agarra quem ouve como uma âncora; "Make Me Believe" acaba com um desabafo sincero e bonito, sendo infelizmente a música que menos trabalhada parece. 
No que toca a aspectos instrumentais não há muito a salientar, com uma voz que faz notar a sua presença, puxando pela raiva ou fundindo-se na melancolia quando é preciso, podendo ter sido mais aproveitada no processo de produção. Uma produção entre o fraco e o razoável, em que muitas vezes a voz aparece inexplicavelmente escondida sem qualquer razão estética aparente, outras em que a guitarra parece ligada directamente à linha.

Disco pouco ecléctico por opção de uma banda na sua infância mas não infantil. Muita originalidade, com boas músicas, capazes de surpreender numa sonoridade em que isso nem sempre é fácil de acontecer. Sobretudo muito bem estruturado no seu todo e que convence pela sua sinceridade.

Hugo Hugon




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