Teve lugar esta passada quarta-feira dia 20 a edição número 101 do Club Offbeatz, que como que um novo ciclo, não podia ter começado da melhor forma.
Como num bom directo, alguns problemas técnicos aconteceram,
mínimos, e nada que a apresentadora do evento Sara Ribeiro, não soubesse dar a
volta com um à vontade com que já nos habituou... Como se costuma dizer, quem
corre por gosto não cansa.
Thomas Anahory apresentou o seu videoclip "The Lonesome Walk
of an Endless Path" e diz ele que tudo começou por causa de uma
experiência que tinha visto e que consistia num desafio colocado às pessoas: o de andarem o mais direitos possível mas com os olhos vendados. Nem 2 metros
depois, muitas dessas pessoas andavam em círculos...
Thomas diz que associou isso ao dia-a-dia das pessoas, e que de facto, nenhum de nós consegue andar direito por muito tempo. O nosso tempo e a nossa vida serão feitos sempre de altos e baixos, existirá sempre a eterna guerra entre a razão e o coração, "existirá sempre uma coisa e o seu oposto", diz. O caminho faz-se caminhando e é somente isto: o velho "carpe diem", em que o desafio não é andar sempre numa linha recta mas andar o mais direito possível e resolver os obstáculos que nos aparecem à frente...
Thomas diz que associou isso ao dia-a-dia das pessoas, e que de facto, nenhum de nós consegue andar direito por muito tempo. O nosso tempo e a nossa vida serão feitos sempre de altos e baixos, existirá sempre a eterna guerra entre a razão e o coração, "existirá sempre uma coisa e o seu oposto", diz. O caminho faz-se caminhando e é somente isto: o velho "carpe diem", em que o desafio não é andar sempre numa linha recta mas andar o mais direito possível e resolver os obstáculos que nos aparecem à frente...
O segundo vídeo da noite encheu a sala de "pica" com as
Anarchicks, as punk/rock girls do momento. "Restraining Order" foi o
vídeo, e bem ao estilo que as define, é um video carregado de diversão e
libertação. O tema é também o primeiro single do seu álbum de estreia "Really?!" e foi apresentado por 3 das 4 Anarchicks que fizeram questão, e bem, de nos relembrar que vão estar presentes no SBSR deste ano no Meco.
"Restraining Order" mostra-nos que as Anarchicks são o que são, não
dão satisfações a ninguém. É pura curtição e fazer música, neste caso rock,
"à antiga", como se costuma dizer.
Em palco...
Inflama... o nome assenta que nem uma luva.
Quem esteve presente sem sombra de dúvida ficou estarrecido, pregado
ao chão, intensamente embebido num jogo de palavras verdadeiramente cruas
isentas de floreados e cheio de requintes de malvadez. Os Inflama, para além
de dizerem o que muitos querem e não conseguem ou provavelmente não têm
coragem, gritam-no preto no branco em cima de um palco. E esse palco, que eles
amam de verdade (nota-se), é um palco para o heavy-rock e para o teatro, para a representação. Se há cada vez mais oferta de bandas correndo-se o
risco de muitas soarem parecidas, os Inflama singram pela originalidade. Um
rock pesado e cru, ao som de uma tarola sem registo que parece mandar tiros
sejam eles para ferir alguém ou para despertar a atenção. E, ao início, a meio
ou no fim, um ator sempre apático e absorto de olhar fixo no público, puxando-nos para a dura realidade em que vive e fazendo-nos assim abrir os
olhos para uma realidade que a todos não deveria ser indiferente. O governo, a
corrupção, a ganância e a Europa...algumas das temáticas que foram proferidas no
palco Offbeatz desta quarta-feira pela banda que lançará em breve o seu primeiro EP.
Depois disto, depois de ficarmos completamente atónitos (no bom
sentido), depois de termos sido despertados para a realidade, eis que entra em
palco o Quarteto Sintético. E como que um penso rápido, o
sentimento de alerta e náusea da nossa dura realidade altera-se para um swing e
estalar de dedos, ao som de um ritmo jazz/funk com 4 excelentes músicos em
palco que pegaram em grandes clássicos como os de Herbie Hancock e lhes deram o
seu toque pessoal. Uma viagem alucinante ao longo de linhas de
baixo incríveis e quase impossíveis - pelo menos assim parecia - que agarravam os
restantes instrumentos numa harmonia contagiante e
perfeita. Não podia ter sido escolhida melhor banda para encerrar esta 101ª edição do Club Offbeatz, pois quem esteve presente dançou e ficou impressionado com
estes 4 elementos bastante novos com tanto talento e tanto para dar...
Animados, sentia-se e percebia-se que estavam mesmo a gozar aquilo que estavam a fazer: quando assim é, o contágio é imediato
e sem o mínimo esforço.
De vários sentimentos se fez a noite do Club Offbeatz que nos faz
perceber a imensidão de talentos que temos por cá e que merecem ser ouvidos.
Parabéns à equipa do Offbeatz por isso e pela edição 101.
Tomás Anahory
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