segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

RED BULL TOUR BUS - SECRET STOP, Museu da Carris, 30/11/2012 - REPORTAGEM

O mês de Novembro fechou em grande com uma festa surpresa da Red Bull no Museu da Carris, em Lisboa, a lembrar o ambiente do Hacienda Club da década de 80: caos, desordem e música. Com uma forte presença de bandas da Lovers & Lollypops, comprovou-se que estas fazem bons discos e dão ainda melhores espectáculos. Este foi um evento que não se fez em exclusivo de música, com a mostra de Júlio Dolbeth no âmbito das "10 Covers" que reinterpretou para a ocasião dos 10 anos do bodyspace.net, com uma mostra de Zé Burnay (outro nome forte da ilustração nacional) e com uma mostra de tatuagens de Bráulio, com trabalho ao vivo. 
Entre as bandas, Keex, uma das partes dos Comanechi, colocava a temperatura demasiado acima, a queimar mais tempo do que a dar-lhe o seu devido valor. Quando o tempo é precioso, conversa-se, passeia-se e antecipa-se as bandas da noite.




A noite começou com os JUBA e melhor não poderia ter começado. Num dos primeiros concertos do recém-formado colectivo, os rapazes mostraram mesmo muito. Boa fluidez no espectáculo, boas canções indie-rock e um tom adequado ao começo de festa mas já em perspectivas de afirmação como um dos concertos da noite. Missão cumprida e muita fé neles para 2013.




Da impressão da plateia, os Memória de Peixe eram um dos nomes mais aguardados. Apesar de neste noite ter faltado som nas guitarras, o duo continua a conquistar admiradores com uma fórmula muito simples e sólida. Não houve lugar a participações especiais nem a reinterpretações das canções em que no disco aparecem convidados, mas por outro lado apareceu "Kalimbaa!!" da compilação "10 Anos Bodyspace". Uma memória, só de aparência, ténue e a festa pop calculada a andar à roda a cada esquina.




Convidar os Throes + The Shine para ganhar amor é sucesso garantido: os Youthless fizeram-no e não se deram mal. Aparte das participações aqui e acolá, vamo-nos surpreendendo a cada passo, aqui com "Monsta" a despachar uns bons minutos de menos cadência e maior intensidade por cada batida. Ficamos com a ideia, assim, que qualquer que seja o caminho a seguir vai ser o caminho de mais noites como esta em que a personalidade não se troca por estereótipos a baixo custo.





O rolantim The Glockenwise chegou e arrasou. No DNA do grupo de Barcelos está algo que não se ensina nem se escreve: rock. Poderá ser que Barcelos traga o descompromisso do rock que todos não imaginam? "Building Waves", ainda de 2011, permanece uma resposta de cabedal a essa pergunta, rija para ficar. Canções como "Scumbag" e a "Bardamu Girls" que ao vivo tem todo o seu esplendor fazem levantar a noite acima do dia, uma noite em que imaginamos um autocarro, um tejadilho, os Glockenwise e gasolina - uma realidade não paralela.




Antes do DJ Quesadilla, os Throes + The Shine aparecem em palco e reconhecemos que só na 3ª oportunidade veremos Diron e André do Poster fisicamente a 100%. Nada que afecte o espectáculo? Acertaram. Com temas novos e já com os habituais "Adrenalina" ou "Dança Bué", entre muitos, não há vergonhas nem indecências: dança-se ao som de rock com uma fragância do outro lado do Mediterrâneo, o pézinho a bater colado ao chão é o mantra de todo o meneio, o som é incisivo e rasga na sua sensualidade. Os vencedores da noite, não incontestáveis, têm direito a confettis e ao melhor sentimento possível para uma banda: a saudade até uma próxima vez.



Para noites a sério, procurem cartazes a sério. E procurem Power...Red Bull.


André Gomes de Abreu
Créditos das fotografias :
Hugo Silva e Tânia Neves/Red Bull Tour Bus









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