quarta-feira, 25 de julho de 2012

MURDERING TRIPPING BLUES + FAST EDDIE NELSON, RITZ CLUBE, 20/7/2012 - REPORTAGEM







O Ritz Clube recebeu em véspera de fim-de-semana um concerto especial dos Murdering Tripping Blues, com direito a primeira parte assegurada por Fast Eddie Nelson com Phil.D na bateria e com DJset a cargo de Maria P.

 



É certo que os registos de Fast Eddie Nelson em nome próprio são uma reverência crua ao blues e ao rock americano, sendo produzidos para serem tocados. Boa hora será toda e qualquer em que se veja Fast Eddie Nelson ao vivo com Phil D. na bateria. Um pouco de reverberation e prestações fantásticas e empolgantes do duo fazem maravilhas por canções ao primeiro contacto tão singelas em disco. Canções como "Dancing in The River", "Get Outta Bed!" e "That Moonshine" e algumas versões escolhidas (como a de "Come Together", dos Beatles) trouxeram o respeito do público presente por aquele rapaz escondido atrás do seu boné a despachar canções como poucos o fariam e simultaneamente dando a sensação de que há mais alguém nesta história rotundamente caracterizável numa auto-estrada para o pó do deserto. Há Phil D. por detrás de uma bateria que não tem falhas, de um alimentador que não precisa de alternador.




Henry Leone Johnson, Johnny Dynamite e Mallory Left Eye, os Murdering Tripping Blues, apresentavam nesta noite "1st Time in Color", o novo disco editado em Março e que resulta do concerto no Festival Paredes de Coura 2011. Num sala emblemática da capital portuguesa a meia casa, a banda optou também por ir repescar de discos anteriores temas do seu rock-blues sedutor nas suas maneiras, como se fosse no tempo dos avós e das garagens em histeria, e que reunidos, mostram muito mais de um projecto que emana energia e cativa de modo frenético a atenção de quem tenta, tal como a banda, guardar-se para um fôlego seguinte. "Broken Lovers", bonus track deste disco e originalmente incluída em "Share The Fire", corresponde ao momento baladeiro do espectáculo, em que há tempo sobretudo para apreciar as variações que os Murdering Tripping Blues sabem imprimir ao seu som com o objectivo de continuarem sempre fiéis às suas origens e zonas de conforto: a euforia quase maníaca e criminosa das guitarras e ritmos encantadores de "Ode to Her", "Modern Times, So Simple" ou "Uncontrolled Nervous Boogie", um das últimas músicas de um concerto de deixar amedrontadas as palavras por dizer. Bombástico, diferente, como se fosse sempre a primeira vez e a última pudesse nunca mais acontecer.






André Gomes de Abreu

Fotografias por Ana Pereira
(galeria disponível em
facebook.com/bandcom)




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