quinta-feira, 28 de junho de 2012

FESTIVAL NOVOS TALENTOS FNAC - 21 E 22/6 - CINEMA SÃO JORGE, LISBOA - REPORTAGEM (parte 2)



No dia 22 de Junho, com alguns ajustes aos horários dos concertos e com menos bandas para ver, o Festival Novos Talentos FNAC prosseguiu com menos público mas também com mais tempo para ver cada banda.





Na sala 2, Lucas Bora-Bora trouxe um papagaio consigo, como se faltasse ainda animação entre a postura descontraída e a pop despretensiosa. Com "Café" na colectânea Novos Talentos FNAC, uma faixa também do disco editado pela Optimus Discos, e mais canções sumarentas em excesso de dulcidade, a actuação de Lucas Bora-Bora foi um cubo de Rubik em que se deveria ter demorado mais tempo até o resolver.




Pouco depois, na sala 1, Capicua protagonizou um dos concertos deste festival. A MC (Maria Capaz) aproveitou o pouco tempo que teve para debitar as suas rimas e contar a história de cada uma a um público que sem o demonstrar pareceu muito satisfeito pelo modo como as cabeças se agitavam. Com beats e rimas como em "Os Heróis" e "1º Dia", esta uma dos casos em que o beat perfeito não ofusca a palavra, há mais horas e minutos a gastar por inteiro com o trabalho de Ana Matos.




Na sala 2, os Sensible Soccers construíram lentamente uma actuação cujo fim já não vimos, mas que pelo que vimos, a curiosidade ainda ficou ao fim de mais de metade do concerto em que o quarteto de Coimbra deixou a maior parte dos pontos de interesse do EP que lançou em 2011 e de "Fornelo Tapes No. 1" e dedicou-se a criar uma actuação com um belo encadeamento mas de que esperávamos um maior fulgor ofensivo.


Apesar dos problemas técnicos com o som da banda durante todo o concerto, os Best Youth conquistaram a plateia que encheu a sala 1 para os ver. Uma voz impressionante e uma banda bem entrosada construíram cerca de 30 a 40 minutos sem tempos mortos e em que o público ajudou a própria banda a ultrapassar os problemas iniciais. "Hang Out", o single já bem conhecido, não poderia ser senão a canção de fim de concerto, como que a pedir que não se pestaneje mais durante uma actuação destas em que não se deve perder pitada.




Para uns problemas, para outros rock n' roll. Os ALTO! podem ter terminado o concerto na sala 2 com a ideia que o público de Lisboa é demasiado circunspecto, mas depois de uma actuação em que o público teve o microfone, em que não havia mais com que puxar pelo público no palco e em que canções como "Carrer de la Muntanya", "Rathausplatz" e "Garaplina" terminaram em grande uma actuação que parecia não ter a correspondência entre canções e atitude on stage, até o Velho do Restelo diria que este concerto foi uma das "cenas" mais rock n' roll que Lisboa teve nos últimos tempos.




Aos We Trust foi pedido que encerrassem o festival de uma maneira daquelas para lembrar. Com uma mini-orquestra de instrumentos de sopro convidada, no som mais urbano dos We Trust foi priveligiada de uma forma inteligente a melodia em cada canção. "These New Countries", o álbum do ano passado, não é apenas "Time (Better Not Stop)" ou "Once At A Time"...ou qualquer single que vá sendo retirado do álbum. É sim um conjunto de canções fascinantes em que não há o constrangimento de qualquer formato melódico pop do passado. Num concerto que honrou estes predicados, os Best Youth juntaram-se na recta final do concerto para cantar uma das últimas canções de um festival que terminaria sem mácula com "Time (Better Not Stop)" e o lado-B "Them Lies" e com André Tentúgal encantado com a recepção do público presente.






André Gomes de Abreu
Fotografias de Catarina Abrantes Alves
(http://www.facebook.com/myfreshflash)




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