quarta-feira, 27 de junho de 2012

FESTIVAL NOVOS TALENTOS FNAC - 21 E 22/6 - CINEMA SÃO JORGE, LISBOA - REPORTAGEM (parte 1)




Num ano em que pela primeira vez a colectânea "Novos Talentos FNAC" tem 3 CD's, o Cinema São Jorge foi o local escolhido para um festival totalmente dedicado à música portuguesa em renovação, com um cartaz de luxo tendo em conta sempre as agradáveis surpresas de um típico festival, dividido por 2 salas e um café-concerto.


Embora não pudéssemos ter estado em todos os concertos, à verdade é que conseguimos estar pelo menos 20 minutos em cada um, o que pelo menos traz alguma razão de ser às poucas linhas que poderão ser escritas sobre cada banda/artista e legenda as magníficas fotografias dos dois dias.




A nossa cobertura de dia 21, Dia Europeu da Música e dia de vitória no Euro (2012), começou com Memória de Peixe, uma das bandas a ver e ouvir obrigatoriamente em 2012. Não houve senão apego à ilusão e baque na desilusão. O duo das Caldas da Rainha esteve a grande nível, com todas as canções que fazem do seu disco de estreia apeadeiro indiscutível na roda musical deste ano.




Uma das boas surpresas estava então à hora do final do concerto dos Memória de Peixe já em palco na Sala 2 do Cinema São Jorge. Os Alás, quarteto que integra a compilação "Novos Talentos FNAC 2012" com "Lamy", deram um concerto em que conseguiram imprimir constantemente boas energias à sua pop transparente, franzina e esguia de fácil interesse. A seguir com um sorriso nos lábios.




No café-concerto, Edmundo actuava para um público bastante interessado em canções como "Andorinha", a canção presente na compilação que deu nome ao festival, pedindo claramente um palco maior e sem tanto ruído de fundo.






Na sala 1, os The Black Mamba fizeram-se notar claramente, numa performance ao nível de qualquer banda internacional que toque o blues-rock com uma voz soberba. Não esteve sequer o destaque em "It Ain't You", o single do disco da banda editado recentemente, mas antes em todas os temas que ouvimos e que construíram uma actuação sólida a puxar e bem pelo muito público que estava presente.








Os League, José Tornada e Jorge Ribeiro, apresentaram em Lisboa os 2 EPs do projecto até agora editados, "How do I Know" e "Golden Maps". Acertou-se os trópicos e fez-se pop com adição psicadélica para ouvir até o Trópico de Capricórnio ser Trópico de Câncer. Outro concerto impecável.




Vitorino Voador estava à mesma hora no café-concerto com canções mais à vontade do que podemos ouvir enquanto gravadas, sofrendo nós por ter dificuldade em ouvir tudo aquilo a que soa o projecto de João Gil. Sobra grande parte da curiosidade.



 
Frases de apreço que já não foram escritas sobre os Capitão Fausto e "Gazela", o disco de estreia, não serão muitas e o set da banda não diferiu muito do que presenciámos no Lux Frágil na semana anterior. Talvez ainda haja uma, e certamente uma das mais importantes frases que se pode dizer sobre uma banda a criar futuro: o passado não chateia e renova-se a cada concerto, em que o futuro parece cada vez mais perto e melhor.




Um sinal claro da expectativa do público do festival relativamente ao concerto dos PAUS foi o público bastante reduzido que viu e ouviu a máquina sonora dos SAUR a funcionar. Bem ao estilo do EP de estreia, a explosão de sensações que só o rock na sua vertente experimental oferece foi uma valia importante da actuação da banda de Alverca, em que sequências mais ou menos melódicas ou stoner foram devidamente interpeladas pela esfera do pós-rock.





Bruno Mota e João Esteves, os Hello Atlantic, atiçaram o café-concerto contra si próprio e conseguiram, também talvez pelo avançar da hora, concertar atenções para as canções da banda em que a simplicidade não é ofensa mas capital usado para a construção de pequenas histórias bem elaboradas. Com "Slob of The Kitchen Sea", mini-álbum editado pela Optimus Discos, e recorrendo ao anterior EP "Circle of Land", o desempenho foi uma terapia com sucesso para todos os que assistiram ao concerto.




Também não assistimos no concerto dos PAUS a algo radicalmente diferente do que tínhamos visto há uma semana. Apenas mais condensado, igualmente inesperado e caótico e que só poderia originar uma grande invasão de palco para a última música que se ouviria no São Jorge neste dia: "Pelo Pulso".



André Gomes de Abreu

Fotografias por Catarina Abrantes Alves









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