sábado, 5 de maio de 2012

O Caixote


O Caixote é um dos projectos musicais portugueses que mais conseguiu surpreender nestes últimos tempos. Provenientes de Évora e formados em Novembro de ano passado, trata-se de um quinteto formado por Edgar Lage, Diogo Fragoso, André Bagorro, Victor Ramos e Carlos Carvalho. Disponibilizando a sua música na sua página do Facebook, fizeram chegar até nós, e até ao momento, apenas três faixas. É pouco material, mas o suficiente para incrassar o apetite em ver o que mais se esconde por dentro deste caixote.

O quinteto bebe das melhores fontes e a sua sonoridade é vincada pela forte mistura de influências que nos invadem os tímpanos quando escutamos O Caixote. Notam-se, fragmentados, pequenos vestígios de Smog, Wilco, passagens mais calmas e acústicas dos Pavement, ou, mesmo, certas influências de prog rock, se bem que este caso nos aparece numa porção bem mais reduzida. Dentro do panorama musical português, podem surgir-nos nomes como diabo na Cruz ou Jorge Cruz quando escutamos a música desta banda evorense.
Ao longo destas três músicas que a banda disponibilizou, músicas, essas, intituladas O Pombo, O Renascer e Sem Noção, sentimos as boas energias de um folk bastante agradável apetrechado de momentos inóspitos e de paisagens incógnitas patenteadas pela introdução de elementos progressivos, como está evidenciado em O Renascer, que é, em meu ver, a grande música deste quinteto. Merece nota máxima, indubitavelmente. A voz, essa, soa-nos sempre com um timbre mui peculiar e agradável, sempre sem grandes desafinações e em bela simbiose com a vertente instrumental. Debruçando-me sobre os lirismos que compõem as faixas, devo dizer que também são bastante apelativos e interessantes. Conscientes de que uma música pautada por lirismos vazios é, também ela, uma música vazia, criam, ao longo das três músicas acima referidas, uma fusão imensamente apetecível entre a sua instrumentalidade e o elóquio declamado pela voz de Victor Ramos, o vocalista. 

Devo dizer que a faixa que está condimentada pelo lirismo que mais me agradou é a ‘boa onda’ e ‘divertida’ Pombo, que pinta um belo momento musical.
Posto isto, O Caixote revela-se uma agradável surpresa no seio da música folk alternativa portuguesa, que recomendo vivamente. Após escutar atentamente o material que foram partilhando no seu Facebook, estou certo de que, à minha imagem, se renderão aos encantos do quinteto evorense e deixarão, também, mandigar pelo que se esconde por dentro d’O Caixote.

Seguir O Caixote no Facebook: http://www.facebook.com/oCaixote?ref=ts

Emanuel Graça




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