segunda-feira, 7 de maio de 2012

O Bisonte - Mundos e Fundos



Se alguma vez pensaram que o rock puro e duro em português nunca tinha existido ou tinha desaparecido, então têm de fazer uma grande vénia aos portuenses "O Bisonte". Este quarteto da cidade Invicta, constituído por Davide Lobão (voz), Gualter Barros (bateria), Guilherme Lapa (baixo) e João Carvalho (guitarra) mostra que o idioma nacional é tão propício como qualquer outro, para sentir o rock a passar nas veias.

Após o sucesso que foi "Ala", "O Bisonte" lança "Mundos e Fundos": um LP gravado totalmente em modo live nos Estúdios Sá da Bandeira, no Porto. Sabendo que este modo de gravação é louvável e, acima de tudo (neste caso), muito bem executado, sente-se ao longo do disco que se tivessem tomado mais tempo, alguns pequenos erros podiam ter sido evitados, e algo mais podia ter sido adicionado. No final de contas, e segundo o facebook da banda, todo o LP foi gravado em dois dias. Porém, de certo modo, esta execução dos temas de "Mundos e Fundos" com tamanha confiança, não só traduz um estilo "rockeiro à antiga", como revela uma enorme preparação dos quatro elementos integrantes do projecto.

É sem sombra de dúvida um projecto a ter em conta. Toda a composição musical é muito particular, sugestiva e requer muita alma, notoriamente. As letras escritas para esta composição incrível, são como "a cereja no topo do bolo". Repletas de significado, actuais e, ao contrário do que se ouve hoje em dia, poéticas, em certos casos. A junção destas duas partes, escritas obviamente com o coração e com a ajuda do corpo, fazem de "O Bisonte" algo de especial.

Neste disco em particular, posso destacar as sonoridades de "Debandada", "Músculo", "Mundos e Fundos", e "Seis Estátuas". Apesar de todas estarem bem executadas, estas são as que ditam melhor esta composição tão particular que já referi.
Durante algum tempo, para alguns que me comunicavam, surgia um problema que foi bem citado em "Três Vivas" onde é dito "Pai, não entendo o que eles querem". Pois então, para quem quer o verdadeiro rock, concertos activos e com muita presença eu digo que a solução esta no pasto mais próximo.

Sérgio Morais




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