terça-feira, 17 de abril de 2012

Supernada - Nada É Possível





Ornatos Violeta, Pluto, Foge Foge Bandido e os Supernada pelo meio. A trabalhar arduamente nos Supernada, Manel Cruz celebraria este ano 10 anos de uma feroz carreira com este projecto. Não que não os celebre, mas fá-lo trocando as voltas e apresentando um aguardado álbum de estreia, “Nada é Possível”, um pouco à semelhança do que Gomo fez quando chamou ao seu disco de estreia “Best Of”. 

Manel volta a reunir excelentes músicos à sua volta para levar a cabo a difícil tarefa de concluir um álbum que fosse condizente com o propósito de sempre dos Supernada: fazer música aos poucos de cada vez, fazendo história em cada concerto. Consegue, ele e os seus comparsas, precisamente o contrário: tornar os pontos fortes do disco músicas não tão imediatas. São os casos de “O Meu Livro”, “Sonho de Pedra”, “A Ver Vamos” e “Isto Não é Nada” (que descambará num arraçado “Jingle Bells”). Há também “Pai Natal”, “Espuma” e a inestimável pedra filosofal “Arte Quis Ser Vida”, um exemplar “rock” de antologia, com uma letra servida de bandeja, que em disco, ao contrário da versão captada “ao vivo” para o videoclip, aparece com múltiplos pormenores e detalhes. 

 
É na boa vontade e no prazer de tornar o disco um “meu brinquedo” (como diz no refrão do primeiro single) pouco barato para a barra magnética de uma nota de euros ou dólares, algo diferente de tudo o que havia sido feito, que esbarra este conjunto de 16 canções. Quando é mais objectivo, não há grandes diferenças em relação ao que foi feito nos Pluto e aos Ornatos Violeta, quando é mais experimental, quebram-se os detalhes e instala-se a certeza de que estes temas com o suor do palco despertarão para uma nova vida, menos furiosa, como um Foge Foge Bandido no seu mar de água salgada que tanto faz chorar. Vale a pena tentar reflectir nas possíveis coordenadas musicais para esta obra, de tão vasta e subliminar que é.

Em “Nada é Possível”, nem tudo foi possível. E sem querer, Manel Cruz terá arranjado ainda mais motivos para fomentar o culto ao seu personagem musical, mas não o motivo de ter uma estreia com os Supernada ao nível da estreia de cada um dos outros projectos que encabeçou. 




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