quinta-feira, 15 de março de 2012

Wraygunn - ENTREVISTA


Foi numa tarde de calor, pouco habitual para o mês de Março, que falámos com Paulo Furtado, Raquel Ralha e Selma Uamusse sobre "L'Art Brut", o novo álbum dos Wraygunn, o regresso dos músicos a este projecto, a música em Portugal, entre outros. 

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Já tinham saudades dos Wraygunn? 

Selma Uamusse - Claro!

Paulo Furtado - Eu pela minha parte estava, mas estava um pouco preocupado com o início, que foi difícil, principalmente pela parte de me aturar (risos). Eu vinha de um ritmo aceleradíssimo, a fazer um milhão de coisas ao mesmo tempo, e de repente tive de me adaptar a 5 ritmos diferentes. Além disso, tivemos de perceber onde é que cada um de nós se encaixava dentro da banda, e como é que podíamos fazer as coisas nesse aspecto. Portanto, acho que houve um momento em que, apesar de termos todos muitas saudades dos Wraygunn, voltámos a entrar no nosso próprio ritmo de banda e se, apesar de gostarmos muito uns dos outros, ainda tínhamos, artisticamente falando, alguma coisa a dar ao mundo. Foi tudo a partir dos primeiros ensaios e do que despoletou o regresso dos Wraygunn, que foi uma música que a Raquel nos enviou, acabando por ser a primeira a ser feita para o álbum. Foi aí que recomeçou todo o ciclo de voltar a ensaiar, a trabalhar, e a perceber que as coisas faziam sentido. 

E o que é que se passou desde 2007?

PF - Eu quando editei o Femina (o último e mais ambicioso álbum do projecto a solo de Paulo Furtado, Legendary Tiger Man) pedi à banda um intervalo de 2 anos para o poder promover, prazo esse que acabou por se prolongar. Queria promovê-lo devidamente, já que os outros discos tinham sido promovidos no intervalo dos lançamentos de Wraygunn, e desta vez achei que precisava de um pouco mais de tempo. Felizmente, correu tudo muito bem, até internacionalmente. já que o disco ainda está a sair em países como o Canadá, onde eu ainda vou tocar, no Japão, até ao final do ano. Precisei de mais tempo do que esperava, mas acho que toda a gente fez outras coisas e trouxe outras influências. Esta paragem permitiu-nos, de certa forma, reinventar-mo-nos. 

SU -  No fundo, também não estivemos assim tanto tempo separados. Entre 2007 e 2009 tocámos muito ao vivo, com o Shangri-La (o antecessor de L'Art Brut), entretanto tivemos alguns encontros pontuais, e houve o convite do Tiger Man para fazer dois temas, um deles composto pela Raquel, Kerosene Honey, e que foi tocado nos concertos do Coliseu. Posteriormente, começámos a trabalhar no estúdio, no verão de 2010. Penso que foi um hiato relativamente longo mas que não terá sido assim tão pesado. Primeiro, porque todos estávamos preparados para isso, e depois porque penso que nós também precisávamos de uma certa pausa. Tocámos bastante entre o Eclesiastes 1:11 e o Shangri-La, em que não houve quase pausa nenhuma a nível do nosso trabalho em conjunto. 
Foi uma pausa necessária, portanto. 

SU - Penso que foi, pelo menos da minha parte. Foi uma altura em que finalmente me dediquei a estudar música. Nunca o tinha feito, apesar de já cantar profissionalmente desde 2000. Além disso, estive a fazer coisas mais ligadas ao jazz, a encontrar-me noutros registos musicais, tive tempo para explorar outras coisas. Parece-me que foi um bom período para nos inspirarmos e voltarmos a ter vontade de estar juntos. Nós funcionamos mais como família do que como banda, e nas famílias as pessoas chateiam-se, apesar de gostarem muito de estar umas com as outras. Existe uma dinâmica muito própria. Os Wraygunn são mais família que grupo de amigos, uma família com a música como factor comum, o gosto por ela e por estarmos em palco juntos. Fazia-nos falta termos estas saudades de estarmos juntos, com todos os "senãos" que podem existir, que no fundo levaram a esta manta de retalhos que é o nosso disco, que apesar de ser assim, não deixa de ser muito coesa e fluída. E muito agradável. 

Sentiram algo de diferente, quando começaram a trabalhar neste álbum, em relação aos anteriores?

Raquel Ralha - Falando por mim, por causa da tal primeira música, Track U Down, essa música saiu-me mais num momento de solidão e de guitarra na mão, apenas com uma voz, que foi o que eu lhes enviei. Um registo muito rough de voz e guitarra. Não foi nada pensado e planeado para ser desta forma, mas o disco acabou por resultar num conjunto de canções que, não obstante a base comum a outros discos de Wraygunn, acaba por divergir um pouco e de fugir para outros campos, numa perspectiva mais individual, mais introspectiva e íntima. 

PF - A música que tu (Raquel) enviaste foi gravada, imagino eu, no computador, de forma muito simples, não? Essa música quase não mudou, em relação à original. O que é engraçado, todo o ambiente que estava na primeira gravação ter-se mantido. Foi um disco que foi feito assim, as músicas foram trabalhadas individualmente e feitas com muito egoísmo. Haviam músicas que era mais ou menos íntimas ou para mim, ou para a Selma, ou para a Raquel, ou para outro. Fomos assim deixando de fora algumas músicas que não nos diziam tanto. Se fosse há 5 anos, teríamos pensado "temos 5 músicas demasiado calmas aqui, vamos tirá-las e vamos meter estas que são mais rápidas e rock'n'roll", que é um bocadinho aquilo que nós somos e o que o nosso público espera de nós. Poderíamos ter vacilado e feito alguma selecção, que não fosse de uma honestidade muito grande para o disco e para nós. Estamos, efectivamente, bastante diferentes de há 5 anos atrás. E temos esta nova capacidade de controlar uma energia que antes estava sempre descontrolada. Os Wraygunn antes disparavam raios de energia para todo o lado, e agora conseguimos, de certa forma, controlar essa energia e manter as músicas em tensão, de uma maneira que a mim me agrada mais do que o que fazíamos antes, a mim e penso que a todos. Essa tensão sempre existiu mas nunca foi controlada. 

Quais serão as consequências desta mudança nos espectáculos ao vivo?

PF - Não vão ficar menos enérgicas. Se calhar, as libertações de energia vão ser diferentes. Não sei. A certo ponto, o que me começou a irritar nos concertos de Wraygunn é que se não houvesse sangue, as pessoas não ficavam contentes. Nós mudámos. Eu, por exemplo, antes gostava de fazer música com 2 acordes e 3 palavras, e agora tenho letras de 3 páginas e músicas com 15 acordes. Não que tenha sempre necessidade de mais acordes e maiores letras, até porque há músicas que continuam a ser muito primitivas e básicas e eu gosto disso. Ainda não fizemos nenhum concerto deste novo espectáculo. Nestes primeiros que vamos dar, iremos tocar o disco na íntegra, não vamos tocar músicas antigas, e isto é um "statement", como o é a primeira música deste álbum. Acho que a arte tem de ser assim, tem de estar sempre em mutação. E se nós queremos ter respeito por nós próprios como banda e como artistas e pela nossa arte, temos de arriscar seguir o que o instinto nos manda fazer. Neste aspecto, este álbum é francamente egoísta, como todos deveriam ser. 
As músicas reflectem o título ou acontece o contrário? 

PF - A ideia da Selma, da manta de retalhos, é uma boa ligação. Seja como for, a ideia principal da arte bruta é ela ser o último local na arte onde existe perfeita inocência, onde as pessoas fazem a arte pela arte, onde muitos dos artistas não têm noção que estão a fazer arte, é o mundo exterior que lhes diz que o que eles estão a fazer é arte. Nós não fazemos arte bruta, nem este álbum é um álbum de arte bruta, nem nos queremos, de certo modo, associar-mo-nos a ela, apesar de sermos grandes admiradores. Mas é um sítio bonito para olhar, como foi importante olhar para o salmo eclesiastes 1:11, como foi importante procurar paraísos perdidos como o Shangri-La. Às vezes, precisamos de sítios para olhar, para nos inspirarmos, para fazer música, fotografias, vídeos, peças que possam funcionar como arte, fora do contexto da música. Acho que é o caso das fotografias do André Cepeda, os desenhos e ilustrações do Artur, que também compõem o álbum. O próprio vídeo que eu fiz poderia funcionar num contexto aparte da música dos Wraygunn.   

Paulo, já mostraste algum desagrado perante o conflito de ruído, oriundo de outros palcos, que por vezes o palco em que estás sofre. O que se pode fazer neste aspecto? 

PF - Acho que já se fez.. Mais do que eu fiz, não se pode fazer (risos). Depois de estares 3 anos a tentar gravar um álbum, e de teres vendido o teu carro pelo meio, e feito trinta por uma linha para acabares o álbum.. aliás na altura nem sabia se era possível acabá-lo, achava que nunca o ia acabar, por um milhão de problemas diferentes. Chegas a um momento em que começas a tocar essas músicas do álbum, e levas convidados, como eu levei, para tocar pela primeira vez as músicas do Femina. No sudoeste, era virtualmente impossível tocar. Já todos os músicos tocaram em condições que não eram as melhores mas em que era possível tocar. Ali não havia qualquer possibilidade. Acho que, na altura, toda a gente percebeu, e a atitude acabou por ser um "statement" e, ao mesmo tempo, acabou por influenciar quem faz os festivais e quem os organiza, para que tenham mais cuidado com a localização dos palcos, com acústica entre eles. Não o fiz de ânimo leve, não quero ser aquele tipo de pessoa que está sempre a resmungar, eu não quero resmungar quando não tenho razão, antes pelo contrário! Há músicas que pedem algum silêncio, e a maior parte dos sítios onde eu toco tem esse silêncio, por isso não há grandes problemas em relação a isso. 
Como se mantém uma carreira, um percurso profissional e musical, dentro do género do rock mais antigo e do Blues? Isto porque as pessoas estão sempre à procura do que é novo..

PF - Eu acho que aquilo que fazemos é novo.. Acho que, hoje em dia, fazer um álbum de trance pode ser mais antiquado do que fazer um álbum como nós fazemos, em que misturamos elementos de quase tudo. A base pode ser blues e rock mas penso que nós mostramos elementos de música africana, gospel, soul, blues.. 

E a categorização de géneros musicais que muita gente tende a fazer da música actual pode representar um problema nesse aspecto?

PF - No iTunes, vi que nos puseram sob a categoria de Pop. Se me tivessem feito isso há 10 anos, eu ia procurar o escritório do iTunes em Portugal, entrava lá dentro aos pontapés e perguntava-lhes pelo imbecil que tinha feito isso. Hoje em dia, não me incomodam muito os rótulos; a Pop, como música popular, é algo enorme, e se calhar, acaba por ser o melhor título. Houve um momento em que, fosse country, fosse soul, fosse o que fosse, era tudo música popular, no sentido em que não era preciso ir à escola de música para a fazer, todos a podiam criar e ouvir. Esse conceito da pop foi posteriormente transformado numa máquina de vender produtos e não propriamente música, mas actualmente penso que é o melhor modo de descrever aquilo que fazem os Wraygunn. No que toca à parte das carreiras, não há nenhuma fórmula, e nem sei se aquilo que temos é uma carreira. Temos concertos marcados em França, e em Portugal, mas não sei se vamos vender mil ou cinquenta mil discos, ou se vamos vender um milhão - até porque ninguém está livre disso, é o que eu costumo dizer. 

SU - Acho que a forma como nós fazemos música, sendo pessoas atentas ao que se passa à nossa volta, a nível social, emocional e musical, não se caracteriza por seguir as tendências, no sentido de querer fazer algo mais soul ou mais rock. Noutro dia, o Paulo estava a dizer que se o Eclesiastes tivesse saído no ano passado, teríamos sido uma banda muito popular, na senda do "boom" de todas as bandas soul, entre a Amy Winehouse e a Sharon Jones, e tantos outros artistas com uma boa projecção internacional. A música de Wraygunn é sempre feita de forma um pouco egoísta, repetindo o que já foi dito, muito feita para nós. Isto tem um efeito à posteriori e um resultado muito positivo, que torna a nossa música muito própria, o que faz com que os fãs a sintam como tal. Em todos os álbuns, vão havendo mais ligações à soul, ou à electrónica, ou a música mais exótica, mas a verdade é que somos 6 elementos e todos muito diferentes, que ouvimos géneros de música muito distintos mas ainda assim conseguimos encontrar uma fusão particular e especial. Penso que é isto que agrada às pessoas. Eu tenho muitos amigos que gostam de Wraygunn, uns pela parte soul, outras pelo lado mais africano, outros porque é mais a abrir. Não querendo ser arrogante, penso que em Portugal não é fácil comparar Wraygunn a outra banda nacional, não por sermos muito especiais mas por fazermos uma música muito própria. Apesar disto, não podemos prever nada. O Paulo poderia ter imaginado que o Femina teria o resultado que teve. Limitou-se a fazer aquilo que queria, enquanto podia e enquanto não tinha que vender a alma (risos). 

PF - A alma está segura! 

SU - Fico mais descansada então..

PF - A música popular acaba por nos definir bem por sermos e não sermos, ao mesmo tempo, uma banda de afro-beat, rock n roll, blues, soul, etc. Tem um pouco a ver com a forma como eu mudei e nós mudámos nos últimos 10 anos, e isso reflecte-se na nossa música. No meu caso, espero que não seja a ternura dos 40, mas acho que mudámos e evoluímos, penso que para melhor, gosto de pensar que não nos repetimos nem fazemos a mesma fórmula. 

Acham que os Wraygunn seriam uma banda diferente se tivessem começado noutro país, num sítio mais receptivo à música em geral e ao vosso género em particular?

PF - Há muitas respostas para essa pergunta, mas eu tenho duas. Se fossemos exactamente assim e fossemos ingleses ou americanos, tenho a certeza que teríamos uma dimensão mundial, muito maior que a que temos. Por outro lado, se fossemos ingleses ou americanos, não faríamos a música como a fazemos, que se deve ao facto de morarmos em Portugal e o país é um eixo entre África, Europa e América, e nós como povo absorvemos muitas influências. Penso que uma banda como os Wraygunn só poderia ter existido aqui, para ser sincero. Além disso, é muito difícil ser uma banda portuguesa fora do universo de world music e do fado e exportar a sua música. Temos poucos casos, como os Moonspell, nós conseguimos isso, em alguns países. Existem alguns artistas que vão tentando fazer isso mas não há propriamente uma tradição a  esse nível. As bandas inglesas passam directamente do "pub" para os palcos principais dos festivais europeus. Tu aqui entre o clube de 50 pessoas e esse palco, demoras 15 anos, se tiveres sorte, e se trabalhares muito para isso. Tem sido também um erro de visão por parte de todos os governos nos últimos 20 anos, a fraca exportação da música portuguesa. Nunca ninguém conheceria os Air, por exemplo, se o governo francês não tivesse, desde sempre, investido nas tournées deles, e o retorno para França é enorme. Quem diz os Air, diz os Arcade Fire ou a Feist, que são dos artistas mais importantes da actualidade, não seriam a mesma coisa sem o apoio do governo canadiano. Este apoio é muito simples, eu já fui promotor de espectáculos e quando contratava bandas canadianas, o governo canadiano via os contratos e pagava as viagens às bandas, pondo-as ao mesmo nível de qualquer banda local. Bastava isto para, na música portuguesa, haver um "boom" e mais 40 ou 50 bandas conseguiriam ter concertos a nível mundial. E isto traz dinheiro de volta para Portugal: as bandas recebem cachets, pagam cá os impostos. São coisas legais, ninguém recebe dinheiro por baixo da mesa, nem nada disso. É mesmo um erro de visão. Nós neste momento somos muito mais do que o fado e a world music, sem querer desprezar isso. Temos muita música nacional, que é exportável e que é de qualidade, de todos os géneros musicais, há projectos que seriam facilmente exportáveis. E estamos a cometer um erro ao não transmitir essa ideia de Portugal, que é muito diferente do país que querem vender, do bacalhau, do pastel de nata e da sardinha assada, nós somos isso mas também somos muitas outras coisas. 
Esse apoio pode ter origem privada ou terá sempre de vir das entidades públicas?

PF - Nós não precisamos de nada, nós fazemos as coisas como sempre as fizemos. Por vezes, passamos dificuldades e não ganhamos dinheiro para as coisas acontecerem, ou temos trabalhos paralelos para fazer as coisas como queremos. No final, acabamos por fazer as coisas e por ser relevantes numa série de sítios. É possível fazer tudo sem nenhum apoio até, aliás o meu princípio é sempre esse. Mas acho que é pouco inteligente da parte do estado não reconhecer a cultura portuguesa como um bem exportável. Acho ridículo quando temos o ministro da economia a ir com 80 empresários para Angola, Brasil ou Japão, e nunca pensar que podem levar 50 músicos a tocar pelo mundo inteiro e a representar Portugal, em todas as suas formas possíveis. Temos boas bandas, bons projectos, em todo o lado, é uma tolice não se reconhecer um valor nisso. Há sempre a ideia de que a cultura é uma coisa que vai sugar e gastar dinheiro, desperdiçando-o, e sem qualquer retorno. 

Se for um projecto em nome próprio, fica tudo mais fácil? Notaste diferenças nesse aspecto, comparando Wraygunn e o projecto do Legendary Tiger Man?

PF - Obviamente que tenho uma série de vantagens. Na pior das hipóteses, eu posso fazer um concerto em qualquer lado do mundo, sozinho. Posso nem levar engenheiro de som, e já me aconteceu muitas vezes. Posso ir com uma equipa muito reduzida, e isso sempre foi uma vantagem. Se é mais fácil um projecto como o meu ter uma carreira internacional? É, claro. É mais difícil um projecto como os Wraygunn ter um percurso internacional por causa da parte logística, apesar de termos conseguido e irmos conseguindo. Não é por isso que vamos deixar de o fazer. 

Seria viável levar os Wraygunn aos coliseus, como aconteceu com o Tiger Man?

PF - Acho que os projectos não têm nada a ver um com o outro, excepto no facto de eu fazer parte de ambos. Como a Selma disse, nunca na minha vida imaginei que iria ensaiar a tournée do Femina nos coliseus, e muito menos com eles esgotados. A forma como vou partir para o próximo disco é de quem tivesse quase a começar tudo de novo. Vamos ser sinceros: nós não andamos atrás de nenhuma corrente ou moda. Fazemos as coisas um pouco como numa bolha, e temos o nosso caminho, que nos trouxe muita gente, já nos trouxe pouca, não faço a mínima ideia. Era óptimo acabarmos a esgotar 3 coliseus, até, quem sabe. Mas também podemos acabar a fechar no MusicBox, com muito orgulho. O mais importante está feito, que é aquilo que nós consideramos o nosso melhor álbum. O resto não depende efectivamente de nós. Antes e durante o processo de composição das músicas, somos muito egoístas e não pensamos a quantas pessoas vamos chegar. Mas, lá está, ninguém se livra de vender um ou dois milhões, ou de ser famoso. O Eclestiastes 1:11 foi ignorado em Portugal, quase não vendeu, e foi um êxito de vendas em França, e foi o que nos catapultou aí. O Shangri-La, que nos projectou em Portugal, foi completamente desprezado na Europa, e quase ninguém achou grande interesse no álbum, e que era diferente do que fazíamos antes. Neste álbum, ninguém sabe, tu nunca sabes verdadeiramente o que vai acontecer aos discos. 

SU - O importante é continuar a fazer as coisas com paixão e dedicação. O resto se for bom, ainda bem que o é. 


PF - Num certo ambiente indie, parece que há um medo do sucesso. Não há que ter medo nenhum dele, nem do insucesso, nem uma coisa nem a outra implica que sejas bom. O que é importante é a qualidade da carreira do artista, se fez algum sentido a carreira, os álbuns que ele fez, a totalidade da sua obra, e não por um disco ou dois.  

Quais são os concertos que teremos de Wraygunn nos próximos tempos?

SU - Temos agora estes 4 primeiros, de apresentação do disco, em Lisboa, Coimbra, Tondela e no Porto, em que o acesso aos concertos se garante na compra do disco. Nestes, vamos fazer o alinhamento do disco e experimentar as músicas, pela primeira vez, na íntegra. Iremos também a França, e depois contamos fazer alguns concertos pelo resto do país, em outras cidades, e esperamos poder tocar em festivais, queimas e tudo o que for possível. Temos aquela normal expectativa de voltar a estar em contacto com os nossos fãs, recentes ou mais antigos, e de celebrar a música com eles, acima de tudo. 

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L'Art Brut já está à venda. Não percam este excelente álbum e os concertos que se vão seguir ao seu lançamento!

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http://www.myspace.com/wraygunn 




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