quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

The Crawlers - "2"



Quando, em 2006, apareceu Whatever People Say, That's What I'm Not, o álbum de estreia dos Arctic Monkeys, é normal que muitos ouvintes de música tenham ficado mais descansados: o garage rock estava de volta, e em grande forma. A faísca deixada pelos americanos Strokes e talvez pelos suecos The Hives tinha sido aproveitada em Inglaterra, e confirme-se o sucesso da banda, apesar da sua identidade ter mudado um pouco nos últimos 2 álbuns.


Ao ouvir The Crawlers e o seu EP "2", esse alívio, sentimento de descanso por certas coisas boas de que gostamos estarem de volta, também nos passa pela espinha. Uma banda que perde o medo dos power chords mas que não abusa deles, aproveitando assim a máxima potência dos mesmos, sem tornar a música demasiado pesada. Assumem-se como banda rock, mas penso que o seu estilo acaba por ser algo mais variável: se ouves rock, com alguma distorção e garra, e se queres dançar, algo de muito bom se passa. O rock cumpriu a sua parte, o resto é espírito de entrega!




Este EP quase que se pode resumir numa espécie de lição sobre rock dos anos 00. Está lá o Indie, o Garage, o Rock mais puro, e até um cheiro a Hard Rock ("Take It To The Next Level") temos tudo em poucas músicas, com uma inesperada coerência musical. O vocalista consegue-se adaptar a estas variações, sem perder a garra e a tonalidade que o torna diferente do normal. Outro factor musical que tem de ser referido é a importância dada ao baixo, por vezes esquecida por muitas bandas rock. Está lá, não abafa ninguém, mas não está quietinho no seu canto. Marca o ritmo e dá uma dinâmica ao som dos Crawlers que só um baixo bem tocado poderia oferecer.




É o primeiro registo e nem sequer é um álbum, e se calhar todas estas palavras vos podem parecer um exagero para uma banda nesta fase de carreira, mas terão de ouvir para comprovar tudo o que disse. São este tipo de registos que nos fazem perceber que temos de ouvir mais música portuguesa, comprar mais, apostar mais nela. Muito já está a mudar nesse sentido, mas projectos como este não podem ficar de lado.




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