segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Supreme Soul



Post-punk é um conceito que já se tornou demasiado genérico. Os Supreme Soul aparecem numa onda desse género mas, ao ser bem ouvida, ultrapassa as amarras desse rótulo. A base é essa, mas já sente-se um ligeiro toque pop, talvez na forma como a melodia acaba por se desenrolar. Os sintetizadores tanto nos transportam para o pop como lembram uma das géneses do synth pop, uma das bases mais fulcrais da música electrónica e de toda a panóplia não-analógica que se desenvolveu à volta dela. Falo dos Kraftwerk. A simplicidade dos sintetizadores levam-nos imediatamente para a sua origem, daí a referência alemã.

Há o velho debate de que a música já não vai evoluir mais, e que a electronização da mesma é inevitável, e que só por esse meio é possível dar os passos seguintes. Mas nos Supreme Soul está um bom exemplo de refinação de um género já existente, através das suas bases. No lugar de inovar, porque não purificar? Também serve aos nossos ouvidos.





A voz da banda, grave e melancólica, ajuda a este tom mais dark. Podia ser um pouco mais forte, mas ainda assim consegue demarcar os devaneios do new wave mais escuro dos anos 80 e 90. É uma banda de discurso frontal e intenções claras. Purificação no lugar da inovação, por vezes ainda mais complexo do que fazer algo de novo.





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