Mas não é só de simpatia que é feita a sonoridade dos Old Jerusalem. Tal como disseram os Kings of Convinience em 2001, "Quiet is the new loud". É essa quietude, o ocasional sintetizador super discreto e a harmonia bi-vocal que compõem o espectro deste grupo. Ao falar de Kings, é preciso falar também de Simon & Garfunkel, claro. São duas referências - no meio das mais mil e uma que os influenciam - obrigatórias, mas às quais as composições do álbum não ficaram presas. As fugas a esse ambiente acústico-bivocal nota-se em "Our Inland" e por vezes "The Go-Between", uma abordagem mais american folk a este género.
Uma análise mais específica permite-nos concluir também que os Old Jerusalem trazem um pouco à tona o acorde como figura central da música. No meio de tanto desenvolvimento e ramificação da sabedoria musical, voltar a pegar num bom conjunto de acordes bem dedilhados como base da composição musical, apoiados com um bom suporte de reverb, não é para qualquer músico. É um exercício de renovação criativa complicado; uns conseguem, outros não. Eles conseguiram.
O carácter da voz também contribui para todas estas características positivas. É um tom quente, que nos segreda as letras, e que faz cada nota cantada parecer melhor que a anterior. As guitarras ondulam entre o puro acústico, o eco, reverb, transportando-nos para um mundo de memórias perdidas, em forma sonora.
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