Hoje em dia, atribuir rótulos a uma nova banda ou a novas sonoridades parece tão aprazível quanto criticar essas mesmas fronteiras, esses mesmos espartilhos. Mais interessante, sem dúvida, é perceber o equilíbrio que as bandas procuram, no caminho da sua identidade de serem tudo e tanto mais, de explorar outros caminhos que conseguem frequentemente palmilhar com coerência. Entre a palavra dita ou cantada, entre a poderosa instrumentação, os portugueses Suprah são um caso desses.
Quatro anos depois da edição do EP homónimo, a estreia em formato longa-duração é o reflexo da experiência que a banda foi adquirindo a devorar o palco, misturando-se na audiência dos espectáculos e festivais por onde passou, que estimulou o desenvolvimento do próprio EP como uma marca pessoal. No fim, tem-se então um disco de puro rock, mas que consegue não ser nem apenas rock, nem apenas dançável, electro-rock, indie-rock ou heavy-rock.
Ouça-se a excelente versão de “When I Saw You”, original do projecto português Woman In Panic; ouça-se temas como “Dancin’ Days” ou “Abduction” e retire-se as devidas conclusões: os Suprah transpiram poder, como se os amplificadores de guitarras pesadas rompessem de quando em vez pista de dança fora e fizessem a festa. Façamo-nos, então, também convidados desse baile rock de gingação de cabeça, tronco e membros.
http://www.suprah.com/single/index.html
1 comentários:
Gostei, André! De destacar isto: "Hoje em dia, atribuir rótulos a uma nova banda ou a novas sonoridades parece tão aprazível quanto criticar essas mesmas fronteiras, esses mesmos espartilhos." Muito bom!
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