terça-feira, 5 de outubro de 2010

Dead Combo

Lusitânia Playboys | © 2008 Rita Carmo | Dead Combo




Acústico

Por vezes ouvir também é contemplar. É também imaginar outras épocas e outras pessoas de outros tempos e outros sítios, quando a música o impõe. Muitas vezes de forma melancólica, pois muitas vezes o passado é saudade, a infância é saudade, os sítios onde realmente estávamos bem ou achávamos que estávamos. "But not anymore".

Os Dead Combo são um grande activo da música nacional. A descrição mais estranha que me lembrei deles foi a junção entre fado, Jeff Buckley e o tango das zonas mais pobres de Buenos Aires. Em comum a melancolia, uma certa paixão latina, mas acima de tudo um toque muito suave da sua música. Conseguem ser muito portugueses, sente-se o fado como já disse, mas também pelo imaginário de rua que nos é proporcionado.

Também se nota a influência do jazz, na imprevisibilidade da música mas sempre muito segura de si. O duo instrumental funciona de uma forma intra-complementar, sendo que quando a guitarra canta em lamúrios, causados pelo reverb imenso e pelo toque limpo da mesma, o contrabaixo é o guia por entre a música. Não só é o ritmo à falta de percurssão, mas como também nos diz para onde vamos a seguir, faz manter a guitarra na linha da música, não a deixando fugir.

A nivel técnico, são ambos muito bons. O som que ambos extraem dos respectivos instrumentos é muito puro e transmite bastante emoção e sentimento, não sendo o normal tocar nas cordas. Para a música ser contemplativa, este seria e é o elemento mais importante e está conseguido da melhor forma possível. O sentimento aplicado em cada toque na guitarra e mesmo no compassante baixo é marcado e patente. Em certas músicas, contam com um adicional percurssionista / baterista, ganhando assim os Dead Combo uma nova dinâmica, apesar de continuarem a ser brilhantes sem esta parte rítmica.

http://www.myspace.com/deadcombo






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