terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

André Conde



Como misturar o dureza do hard rock com um ritmo dançável/electrónico! É o que este madeirense nos ensina a fazer. Nunca o hard rock foi tão electrónico, nunca a electrónica foi tão hard rock. Com uns toques psicadélicos à mistura, e violinos. Temos tudo! A difícil articulação destes antagónicos elementos é muito bem conseguída, nenhum está a mais ou a menos e têm um "timing" perfeito. "Before Dawn" é mesmo isso. Nunca a dança foi tão hardcore, se me faço entender. A descrição que ele faz do seu próprio som é realmente o que podemos ter dificuldade em exprimir pelas nossas próprias palavras: Heavy Disco Distorted Rock 'n' Roll.

Genial conceito - talvez lhe falte algures a palavra "Industrial". Desta forma poderíamos imaginar um inovador conceito de DJ, munido de pratos, de guitarra e de um pedal de alta distorção. Os Daft Punk devem estar orgulhosos. E quem sabe, os Fat Boy Slim também. Além da óbvia influência do rock, também se faz sentir o funk, que foi o género fundador de todas as variantes da música de dança actual. A música electrónica não se pode despir e analisar como se faz com os outros géneros, porque não há propriamente uma lista reduzida de instrumentos e das respectivas participações em cada música para abordar. Ainda assim, se André Conde fosse uma banda, seria uma banda muito completa.

O problema da música não-analógica é que se pode tornar monótona e repetitiva. Como por norma é feita com o intuito de fazer dançar e embalar as diversas trupes da noite que a ouvem, os dj's podem cair na tentação de não fazer com que o seu repertório seja dinâmico e surpreendente. Mas se André Conde fosse um dj residente, a noite seria mais atraente sem dúvida. Os ouvidos nunca se cansam. Estão sempre a tentar adivinhar a que tipo de corrente musical vai soar o próximo som. Se a música electrónica fosse toda assim, o estigma falado desapareceria rapidamente.

A sonoridade deste dj consegue abranger vários fãs de várias influências, e diria mesmo que consegue reunir várias bandas num curto espaço de tempo, ou seja, numa faixa de 3, 4 minutos. Quando um artista consegue fazê-lo e ainda assim ter uma identidade própria, está no bom caminho, pois essa é a definição de criatividade. A assinatura de André Conde deixa o ouvinte comum com vontade de ouvir mais, além do desejo de saber o que vai o dj fazer a seguir.  

MySpace: www.myspace.com/andreconde




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