domingo, 13 de abril de 2014

THESE ARE MY TOMBS - "MORPHOSIS" (2014, Ed. Autor)




"Morphosis" é o primeiro EP dos These Are My Tombs, quarteto leiriense formado por Gil Pedrosa, Luís Diogo, Samuel Pedrosa e Tiago Cardoso. O título do álbum não poderia estar mais de acordo com o seu conteúdo: "Morphosis" é sinónimo de crescendos, dissonâncias, quietude, agressividade e toda uma dinâmica de outras características em evolução que se vão alternando, umas vezes de forma predominante e outras vezes como complemento essencial ao longo das faixas.
Trocando por miúdos, estamos inegavelmente perante um registo de post-rock, com toda a complexidade que daí advém e para a qual contribuem também algumas incorporações e rasgos de post-metal que lembram quais as companhias nos passos tomados pelos These Are My Tombs.







O arranque faz-se com a introdução atmosférica e melódica que é “First Light” para logo de seguida dar lugar à primeira barreira de som materializada em “Earthcore Threshold”, com destaque para a instrumentação que, embora não se manifeste como um ex-libris de técnica, se une de forma a criar uma paisagem sonora que nos prende para nunca mais nos largar. No embalo, “Omen” confronta-nos com uma linha de baixo aditiva e um riff de guitarra que surge incisivo, numa música marcada pela alternância entre a calmaria e a agressividade e “Crisália” faz mais uma ponte instrumental e atmosférica que serve de ligação à faixa homónima do álbum.
“Morphosis” parte de onde ficámos em “Omen” numa cadência mais acelerada e é, provavelmente, a música mais complexa técnica e ritmicamente, principalmente ao nível das guitarras, ficando, uma vez mais, registada a capacidade da banda em criar ambientes díspares capazes de nos fazer sonhar e divagar e, ao mesmo tempo, esmagar-nos com um muro sonoro que nos arrebata e mantém-nos em sentido.
“Recombination” passa rapidamente de uma forma etérea e contemplativa para acabarmos o disco com “And All Of This Will Happen Again”, a música mais longa de todo o álbum que de um começo algo arrastado e corrosivo se consolida à medida que se derramam melodias melancólicas muito ao jeito até de uns Katatonia - mais um exemplo daquilo que um bom trabalho de post-rock deverá ter.






Ao ouvirmos "Morphosis" não podemos dizer que ficamos surpreendidos pelo grau de inovação trazido ao género mas também não ficamos desiludidos com o resultado final. Muito pelo contrário, este é certamente um disco capaz de fazer as delícias do típico fã de post-rock e de música rock instrumental e experimental no geral (os murmúrios que se ouvem ocasionalmente funcionam vonlenskamente como outro instrumento), onde ficam patentes a competência da banda e a sua capacidade em criar emoções normalmente associadas aos trabalhos que primam pela sua inegável qualidade.


Hugo Gonçalves




1 comentários:

Anónimo disse...

:)

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