segunda-feira, 14 de outubro de 2013

JAMESON URBAN ROUTES 2013: 7 ANOS NA PERSPECTIVA DE QUEM OS FEZ

É verdade: chegou a primeira metade de Outubro e estamos outra vez em altura própria para o Jameson Urban Routes regressar ao Musicbox, em Lisboa. De 16 a 26 de Outubro, há toda uma subcultura urbana pronta a descobrir servida de bandeja. A aposta balança entre nomes como The Haxan Cloak, The Field, No Age e The Child of Lov que se vêem entre uma vasta e reforçada selecção musical com recrutamento nacional e reconhecimento que se prevê além-fronteiras. Altura para conferirmos com a organização o que está para vir e o que já passou.





BandCom (BC): Ao fim de 7 anos, que balanço pode ser feito da aventura Jameson Urban Routes?

Musicbox (MB): O balanço só pode ser positivo. A entrar para a 7ª edição sentimos que o festival é um reconhecido barómetro das novas tendências da música urbana e uma referência no calendário cultural anual da cidade. 


BC: Mais uma vez a Jameson associa-se a estes dias de concertos no Musicbox. Qual o balanço desta ligação entre Musicbox e Jameson para este roteiro musical?

MB: A ligação é extremamente positiva! Desde a primeira hora a Jameson Portugal acreditou no Musicbox, no seu projecto, importância e validade cultural apoiando sem qualquer interferência nos conteúdos por nós programados (no Jameson Urban Routes ou na nossa programação anual). 


BC: Na vossa opinião, quais os destaques desta edição?

MB: São vários. Ao nível de estrutura programática temos duas novidades para a edição deste ano: Cada dia obedece a uma lógica de pensamento/emoção e é programado de acordo com as premissas que estabelecemos para os mesmos, ou seja, interpretamos cada dia de espectáculos como um capítulo o que acaba por dar uma temática ao conjunto dos espectáculos. 
A segunda novidade é que decidimos adicionar um dia extra à nossa programação onde convidamos agentes internacionais para assistir aos espectáculos de bandas portuguesas que acreditamos reunir todas as condições para dar início a uma carreira internacional sólida. 
No que a performance artística diz respeito é-nos muito difícil individualizar: de qualquer modo destacamos os concertos de White Haus, Little Boots Discotheque (ambos a 17 de Outubro; primeira apresentação nacional do novo espectáculo “Discotheque”), James Ferraro (18 de Outubro, apresentação do disco “NYC, HELL, 3:00AM”), The Field (19 de Outubro, apresentação do incrível disco “Cupid’s Head”), No Age (25 de Outubro, apresentação do disco “An Object”), Chancha Via Circuito e Batida (ambos a 26 de Outubro em representação dos novos caminhos da world music. A não perder, mesmo!). 




BC: Orelha Negra, Andreya Triana, Tom Vek, Six Organs of Admittance, The Haxan Cloak....há uma certa heterogeneidade nos nomes que têm  passado ou vão passar pelo Jameson Urban Routes, embora todos eles representem novas caras da música mundial. Que cena musical consideram ainda a ser explorada?

MB: Todas as cenas musicais, desde que bem trabalhadas, merecem ser ainda mais desbravadas. O Jameson Urban Routes é o reflexo do nosso trabalho programático anual e tem apenas como única preocupação a qualidade dos espectáculos apresentados. O género, é secundário. 


BC: Este ano o dia de programação gratuita é não só um bónus para o público como para os próprios artistas em palco. Como surge esta ideia? É o prolongamento do espírito de missão quase semanal do Musicbox em contar com artistas portugueses?

MB: Sim, como dizíamos na pergunta acima, o Jameson Urban Routes é um resumo das nossas “crenças programáticas” que desenvolvemos ao longo do ano. Na edição deste ano achamos muito pertinente adicionar este dia extra, onde bandas nacionais que acreditamos reunir todas as condições para vingar internacionalmente vão mostrar o seu trabalho a um conjunto de agentes internacionais. Não abundam as oportunidades para as bandas nacionais e sabemos o quão difícil é para uma banda apanhar o avião para ir a Londres tocar para um agente que até pode nem estar no pub. Por termos noção dessa frustração e por ser indiscutível que muitos projectos nacionais vingariam em qualquer parte do mundo, decidimos inverter os papéis. No dia seguinte às actuações, os agentes que convidamos vão almoçar com as bandas para passar as suas opiniões. Claro que se algum destes artistas sair do festival com um agente internacional, deixar-nos-ia satisfeitos.





BC: Como vêem/definem o papel dos artistas portugueses na música que se faz na actualidade?

MB: É de grande qualidade e tem todas as condições para se tornar relevante no panorama europeu. Daí sentirmos a necessidade em adicionar um dia extra na edição deste ano (e que se manterá nas próximas edições) com actuações de apenas artistas nacionais que vão mostrar a sua música a agentes internacionais. É uma missão que cumprimos com muito orgulho e sentindo que pode estar aqui um belíssimo espaço de exposição internacional.  


BC: Ainda há pouco tempo o Musicbox foi palco da festa de apresentação do Talkfest’14, onde antes se discutiu a programação nocturna e o clubbing.  Num contexto de crise e de reconfiguração económica mas também cultural, estão os clubes preparados e a prepararem-se devidamente para criar ou receber novos públicos?

MB: O Musicbox sempre foi um espaço acolhedor e como tal aberto a receber qualquer tipo de iniciativa de cariz cultural de qualidade. Para um venue que tenha uma programação tão intensa como a nossa, a procura de novos públicos é sem dúvida um exercício que estamos constantemente a exercer.  


BC: A nova decoração da Rua Nova do Carvalho é também uma mais-valia para o próprio Musicbox nestes dias ainda quentes?

MB: O Musicbox é por muitos considerado o espaço pioneiro do período de renovação do Cais do Sodré. A empresa que o gere tem sido responsável por estas intervenções e por tentar criar uma dinâmica de bairro coesa e que potencia conteúdos nas áreas artistas e entretenimento de qualidade. Acreditamos que a Rua Nova do Carvalho é uma mais-valia para a cidade. 





BC: Que artistas gostavam de levar ao Musicbox no futuro?

MB: São tantos que seria injusto enumerar. A certeza é que vamos continuar a trabalhar no sentido de promover espectáculo de elevada qualidade, sejam nacionais ou internacionais. 



André Gomes de Abreu




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