Os Days of July, banda bracarense formada
em Outubro de 2012 composta por Joana Jorge, na voz, João Figueiredo, no baixo, Ana João, na bateria, Francisco Carvalho e Jorge Cruz nas guitarras, são
um misto de música indie, pop e post-rock. Juntos, pretendem levar-nos aos dias
mais calorosos e coloridos do verão, tornando qualquer ambiente numa atmosfera
feliz e motivadora.
BandCom (BC): Como e quando surgiu a ideia da
formação de Days of July?
Days of July (DoJ): Surgiu
quase por coincidência. No início do ano passado, o Figas e a Joana calham de
se conhecer num sarau cultural de que ambos fazem parte enquanto músicos. Em
conversa de café, reparam no quanto têm em comum no campo musical, quer em
termos de gostos, quer em atitude geral para com a música e com o music
business.
Já amigos,
seguem mais ou menos as passadas musicais um do outro até ao início do verão,
altura em que o Figas faz um tema instrumental onde já se figura a linha geral
do que é a sonoridade dos Days of July hoje. Depois de o mostrar à Joana e de o
discutirem juntos, surge aí a vontade de tornar a ideia num projecto sério.
Perto do
final do verão, juntam-se com a Ana João (baterista) – que ambos conhecem por
motivos diferentes – e após alguma jam, fazem a base daquele que viria a ser o
primeiro tema do grupo, "Stole It Away".
Durante os
meses seguintes, e com algumas trocas de alinhamento pelo meio, juntam-se a
eles o Francisco e em seguida o Jorge, ambos nas guitarras.
BC: Os membros componentes da banda já
tinham participado noutros projetos antes?
DoJ: O Figas
vem de um background mais “pesado”, entre o rock e o metal. Passou pelos La Resistance, Pyroscaphe e, finalmente, Crápula. O Francisco
vem do rock dos Stolen e o Jorge do
post-rock dos Imploding Stars.
A Joana e a
João são estreantes das bandas de garagem, mas nem de longe nem de perto vêm do
zero, sendo que ambas fizeram já parte de vários pequenos projectos musicais e
de teatro.
BC: E como foi o desenvolvimento pessoal
de cada um até chegarem ao que são hoje?
João
Figueiredo (Figas): Eish... bom, fora quinhentas outras coisas, penso
que as mais relevantes foram duas: a minha progressão de baixista a produtor,
visto que DoJ é a primeira banda onde não visualizo apenas linhas de baixo, mas
antes músicas inteiras, com principio, meio e fim e, em segundo lugar e não
menos importante, a primeira banda onde me relaciono intimamente com cada tema,
de uma forma extraordinariamente sentimental. Nunca tinha, até à data, exposto
tanto de mim na minha música como agora.
Francisco
Carvalho: Quando
tinha 10 anos, o meu padrinho, que é uma espécie de ídolo para mim, deu-me uma
guitarra acústica que ele tinha e disse-me: "toma lá, acho que lhe vais dar mais
uso". Aos 12 anos descobri os primeiros acordes sozinho: era algo que “arranhava”
a "Zombie" dos The Cranberries. Com 15 anos tive a minha primeira banda - sinceramente prefiro guardar o nome para mim…
Aos 17 comecei uma banda que eram os Table Town - também devia ter guardado este nome para mim. Vieram os Stolen, com quem pisei umas dezenas de palcos, fiz uma tour pela Europa e aprendi montes de coisas. Depois (não que os Stolen estejam desaparecidos) vieram os Days of July e os Imploding Stars, com quem tenho um trabalho musical “activo” neste momento. Aprendi muito a ver bandas, a ver o que as bandas underground fazem, como se “mexem”. Aprendi a errar também muitas vezes e hoje tenho a perfeita noção de que sei muito pouco mas faz parte do crescimento como músico. Quanto mais bandas vês menos achas que sabes, há pessoas mesmo incríveis e talentosas!
Aos 17 comecei uma banda que eram os Table Town - também devia ter guardado este nome para mim. Vieram os Stolen, com quem pisei umas dezenas de palcos, fiz uma tour pela Europa e aprendi montes de coisas. Depois (não que os Stolen estejam desaparecidos) vieram os Days of July e os Imploding Stars, com quem tenho um trabalho musical “activo” neste momento. Aprendi muito a ver bandas, a ver o que as bandas underground fazem, como se “mexem”. Aprendi a errar também muitas vezes e hoje tenho a perfeita noção de que sei muito pouco mas faz parte do crescimento como músico. Quanto mais bandas vês menos achas que sabes, há pessoas mesmo incríveis e talentosas!
Jorge Cruz: O meu desenvolvimento enquanto músico foi
muito simples. Comecei a tocar guitarra eléctrica sozinho e fui fazendo uns
covers sozinho, porque é assim que se começa. Passando essa fase, criei uma
banda, os Imploding Stars, aí fui criando músicas e a banda foi sofrendo
alterações e de estilo, até culminar no post-rock. A partir daí, fui convidado
a fazer parte dos Days of July e foi uma enorme emoção. Eu já acompanhava a banda
antes e achava-a muito interessante e colorida. Estou a adorar este novo momento
da minha vida onde estou a crescer imenso como músico.
Joana Jorge: Comecei a ter aulas de formação musical aos 6
anos, onde rapidamente descobri que adorava cantar. As minhas professoras viram
potencial em mim e colocavam-me sempre como a solista do grupo, pelo que, desde
cedo, adquiri capacidades para estar em público. Aos 7 anos, gravei um CD na
Mozart com músicas infantis, no qual eu era a cantora principal. Aos 10 anos,
saí da companhia musical onde me encontrava e não obtive formação musical até
aos 17 anos, quando a minha ex-professora de canto referiu ser importante eu
aprender a colocar a voz e a respirar adequadamente, de forma a não danificar
as minhas cordas vocais. Aí, com a voz mais madura, entrei para aulas de canto
novamente e participei num concurso televisivo de talentos, no qual cheguei à
semi-final. Utilizei esse programa como meio para ultrapassar o pavor do
público que adquiri ao atingir a adolescência e também como rampa de lançamento
para poder ter o à vontade para ter uma banda de rock, como sempre quis. Sempre
quis ser uma vocalista de rock, por muito que a minha voz soe a blues e a soul,
porque é o estilo musical com o qual me identifico mais. Os Days of July são o
primeiro projeto em que estou a desafiar o meu próprio instrumento a sair da
sua zona de conforto e a ultrapassar os vibratos e as meninices que muitas
vezes uma vocalista feminina pode ter na voz.
Desde Outubro de 2012 – data de início da banda –, que tenho vindo a tentar tornar as minhas linhas vocais mais simples, de forma a me enquadrar melhor numa banda deste estilo, mas nunca escondendo a essência da minha voz. Tenho também escrito letras que nunca pensei vir poder a escrever, pois em Days of July posso dar asas à minha imaginação dentro de um espetro mais profundo de emoções. Trabalhar com esta banda está a ajudar-me a ser mais indie e menos pop e a transformar a ideia que se tem desse estilo nesse estilo em si mesmo. Para além disso, estou a aprender a trabalhar em grupo e a lidar com virtudes e defeitos de artistas que, como eu, só querem singrar na música. Estamos juntos nisto e estamos a adorar.
Desde Outubro de 2012 – data de início da banda –, que tenho vindo a tentar tornar as minhas linhas vocais mais simples, de forma a me enquadrar melhor numa banda deste estilo, mas nunca escondendo a essência da minha voz. Tenho também escrito letras que nunca pensei vir poder a escrever, pois em Days of July posso dar asas à minha imaginação dentro de um espetro mais profundo de emoções. Trabalhar com esta banda está a ajudar-me a ser mais indie e menos pop e a transformar a ideia que se tem desse estilo nesse estilo em si mesmo. Para além disso, estou a aprender a trabalhar em grupo e a lidar com virtudes e defeitos de artistas que, como eu, só querem singrar na música. Estamos juntos nisto e estamos a adorar.
Ana João: O meu principal desenvolvimento enquanto baterista
aconteceu quando entrei para os Days of July, porque nunca tinha tocado bateria
antes em nenhum projecto. Quando entrei para a banda só tocava bateria há 1 ano
e tocar com outros músicos tem-me ajudado a evoluir. Também toco guitarra e
ajudei a compôr algumas das músicas que fazem parte do nosso reportório.
BC: Como é que escolheram o nome para a banda: Days of July? O que é
que pretendem transmitir com este nome?
DoJ: Quando começámos a ensaiar
juntos, ainda não tínhamos decidido que nome atribuír à banda, mas sabíamos que
pretendíamos algo que remetesse para um mundo colorido. Depois de nos terem
surgido vários nomes à ideia, acabou por ser consensual o nome Days of July,
por considerarmos que reflete tão bem aquilo que queremos transmitir com a
nossa música; desejamos ter uma sonoridade que leve os nossos ouvintes a viajar
através de um mundo cheio de emoção, de cor e da frescura própria do verão, com
paisagens estonteantes, como quando o sol se põe e o céu está copiosamente cor de rosa, porque a música para nós é isso mesmo.
BC: A música “Stole It Away” já passa nas rádios nacionais. Qual foi a
sensação de ouvirem o vosso primeiro single a ter tanta projeção?
DoJ: A música "Stole it Away”
foi a primeira que compusémos e o seu aperfeiçoamento acompanhou as alterações
que a banda foi sofrendo até ter os seus elementos atuais. Quando percebemos
que o tema estava “no ponto”, após vários ensaios e algumas mudanças no bridge bem como na duração da música,
achámos que estava perfeito para ser o nosso primeiro single e que tinha todo o potencial para passar na rádio. Ficámos
muito satisfeitos quando o Henrique Amaro da Antena 3 nos passou no seu
programa Portugália. Foi um momento de grande emoção e surpresa para nós, até
porque o tema era apenas uma demo. Também a RUM nos passou no programa
Português Suave, tendo apostado noutros temas, a “Childhood” e a “She”, o que
nos fez sentir bastante realizados, uma vez que não queremos ser apenas uma
banda de singles, mas que tem um
reportório musical passível de ser ouvido na íntegra.
BC: Quais são as vossas principais influências internacionais?
DoJ: Não se pode dizer que nos
assemelhemos a estes ou àqueles porque, de certa forma, consideramos ter um
estilo original. Porém, as nossas influências serviram-nos de referência para
chegarmos à sonoridade que queríamos atingir. Os Explosions in the Sky e os And
So I Watch You From Afar são talvez as bandas que mais nos acompanham no nosso
dia-a-dia e que nos emocionam e inspiram na composição de músicas e na escrita
de letras (o que é irónico por serem bandas com voz quase inexistente). Os próprios Coldplay acabam
por ser uma influência para nós pela cor e pela energia e brilhantismo
harmónico, que se reflete nos delays de guitarra que tentamos impôr nas nossas
músicas. Pensamos que nos situamos no indie, às vezes rock,
outras vezes pop mas, sem sombra de
dúvida, com influências e ambiências post-rock.
BC: E nacionais? Com que é que mais se identificam?
DoJ: A nível nacional, fomos
beber uma certa inspiração aos Memória de Peixe e procuramos ter uma alegria e
boa disposição semelhantes aos Long Way To Alaska e aos Salto.
BC: Têm tido muitos concertos? Como tem sido o feedback do público?
R: Desde Maio até agora, demos
cerca de 11 concertos, tendo sido a maior parte deles no verão e dois nos “Dias
de Julho” . Apesar de tocarmos há pouco tempo, já passámos por sítios como o
Hard Club, no Porto, o GNRation, em Braga e o festival bracarense “Ponte Party
People”. Como é natural, fomos evoluindo e ganhando uma maior experiência e
melhor postura em palco, ao longo destes meses. Tem sido surpreendente o
feedback que temos recebido do público. Tivemos alguns concertos que nos
marcaram particularmente, em especial o que demos no GNRation, na nossa terra
mãe, que permanecerá eternamente na
nossa memória, pois o espaço encheu sem que estivéssemos à espera.
BC: Pretendem lançar um EP ou um disco brevemente?
DoJ: Em Outubro ainda vamos dar alguns concertos mas, assim que estes terminem, faremos uma pausa para gravar. Escolhemos um EP e não um LP por considerarmos que, apesar de termos músicas suficientes para um álbum, nem todas elas têm a força que pelo menos 5 delas possuem. Estamos ansiosos por esta nova etapa e por termos um disco na mão, que decerto nos trará mais visibilidade e uma maior auto-estima.
Catarina Bessa
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