quarta-feira, 25 de setembro de 2013

AINDA TENS QUE OUVIR #8: JOAQUIM BARATO - "RIVERS" (2012, El Vals Del Conejo)




Joaquim Barato é alter-ego e produto em exclusivo do trabalho de João Caldeira Bispo, um jovem português que actualmente reside em Lima, no Perú e que se revelou com um primeiro longa-duração no ano passado, estando com um novo disco na calha.





"Rivers" é um album que alterna, e às vezes se confunde, entre o ambiente e a canção.
Quando é mais ambiental, a preocupação com a consistência ao longo de cada música é evidente, Em "Kytes Sail", "Through The Static" ou "Beyond Hope", os efeitos são os suficientes para descrever o título da música: não há nada a mais a construir um cenário que, a cada música, nunca se desmorona. Há uma beleza de uma simplicidade e objectividade que é cativante e nos agarra.
Já "Fragment of Hermes" e "Plumeskin", por seu lado, são boas músicas, mas confundem-se com as restantes e não trazem nada de novo: soam como uma continuação natural do álbum, mas não têm a objectividade nem a complexidade na construção das restantes músicas, e fazem-no perder força.
Quando é mais pop, a sensibilidade ecoa nos arranjos vocais, e é impossível não ouvir um pouco de Jeff Buckley nela. "Where" é o exemplo perfeito, uma grande música, bem como "Rivers In the Sky", enquanto "Quest of Joy" soa a desabafo, um pouco longo, mas de certa forma hipnotizante.





Em qualquer das vertentes do álbum, este procura beleza. Beleza na melancolia, presente em todo o álbum, que alterna com momentos de determinação como em "Quest for Joy". A melancolia é controlada para não se tornar em tristeza, e a determinação em felicidade. Este controlo ajuda a ligar um álbum intrigante, de muitos conceitos, que ainda pede amadurecimento, sobretudo na sua arquitectura como um objecto único, e que deixa muita qualidade à vista e um futuro promissor. 
Oiçam "Beyond Hope" e "Where" e verão porquê.

Hugo Hugon




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